sábado, 23 de fevereiro de 2013

CANÇÕES DE AMOR, LUA CHEIA, SERENATA...


                A noite calma, de clima ameno parecia conspirar a favor do jovem casal, que seguia caminhando em silencio, de mãos dadas pela rua quase deserta, vez por outra, ocupada por meninos irrequietos que corriam em suas brincadeiras de “pique – esconde” e “salve bandeira”.
Leve brisa sussurrava aos ouvidos e acariciava suavemente a face dos jovens. Andavam calma e placidamente, sem pressa, sem medos, livres e apaixonados. Coração batendo forte, pela presença feliz.
Ouviram ao longe o som de suave e romântica valsa, cujo som extraído por mãos hábeis de um acordeom dolente, percorria os caminhos dos becos e ruas de pedra, acompanhada pelo frescor da noite. Era uma canção romântica, da época, tocada em um sarau, que acontecia em um sobrado perto dali de onde estavam.
Deixaram-se levar instintivamente e sem combinar em direção ao local. Era um sobrado antigo, residência de tradicional família. Ao chegar mais perto, sentaram-se em um pequeno muro e deixaram a musica adentrar suas almas.
Ainda de mãos dadas, observaram a lua imensa, majestosa que começava a despontar no céu. Brilhante, intensa, bela. Parecia querer luminar e emoldurar mo romance daquele casal apaixonado.
 A música continuava no velho sobrado. Agora, era uma modinha de seresta. Ao acordeom juntara-se um violão e uma voz masculina.  A lua, agora já mais no alto, era testemunha daquele enlevo. Momento perfeito e feliz da vida daqueles jovens. Nem perceberam que não seguiram seu destino.  Deixaram-se ficar ali, encantados com as canções de amor do sarau.
Mas o tempo exigia, e não puderam mais ficar ali. Começava a ficar mais tarde e os pais da moça certamente haveriam de se preocupar. Foi com tristeza que se despediram no portão. Ele ainda percebera as mãos dela trêmulas e uma tímida lágrima rolar pela face. Beijou-a suave e respeitosamente.   Emocionado, prometeu que voltaria no dia seguinte.
Novamente passou em frente ao sobrado e, no mesmo lugar de antes, deixou-se ficar, ouvindo as canções de seresta e de amor do sarau. A lua, novamente a acompanhá-lo – desta vez sozinho – parecia dobrar a saudade que sentia da amada.
                Deixou-se levar e encontrou um grupo de amigos que saiam para fazer serenata. Juntou-se a eles. Todos rapazes jovens como ele, apaixonados e enamorados por suas amadas. A noite seria de romantismo e alegria. Folgavam, viviam a flor da mocidade e naquele tempo, se permitiam esses momentos. Serenatas, canções de amor, lua cheia. Cenário perfeito para serenatas.
 Imaginava o dia seguinte, ao anoitecer. Novamente estaria nos braços da amada. Em doce e feliz momento.  Não se sabia se com sarau, ou serenatas e canções de amor. Mas com romantismo e lua cheia. Felicidade plena naqueles corações apaixonados.




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MARCELO BARRA CANTA NO "PROJETO GRANDES SERESTEIROS DO BRASIL" NA RÁDIO UNIVERSITÁRIA


                                                           Arte: Sandro Ragonezi - Forpubli





sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CLARO, RECOMEÇAR... SEMPRE



A vida é uma jornada. Nunca um destino. Nessas jornadas e em busca de certos destinos, sempre haverá retomadas, recomeços.
Talvez, nos hiatos da vida, seja difícil para o ser humano recomeçar. Ir em busca de seus sonhos – outra vez. Recomeço nem sempre é sinal de fracasso, mas constatação de ter lutado, ido em busca de ideais. De sonhos.
A cada novo amanhecer, recomeçamos. Reiniciamos tudo, recomeçamos a vida em cada aurora, a cada nascer do sol. Todos os dias, pela manhã, com chuva, sol, ou nublado, enchemos os coração de esperança e fé, e vamos à luta. Todos os dias.
Não importa como ou onde esteja o coração, necessariamente vamos ao campo de lutas, na batalha diária pela sobrevivência e dignidade. Pela subsistência, manutenção da família, em defesa da honra, das  obrigações de homem, de pai, de  cidadão.
 E como andam os corações? Na correria do dia-a-dia, na loucura do transito, nos intervalos entre um negocio e outro, há espaço para lembrar-se do coração?
Coração pleno? Cheio? Ou, apenas mais um coração no canto, esquecido, incrustado nos recônditos da alma, com seus pesares, seus sofreres, seus sonhos... Impossíveis – ou não. Sonhar faz parte da vida, desejar ser feliz é meta de todos, porém, poucos, poucos alcançam isso.
Ser feliz... Ser feliz... Utopia?   Existe mesmo isso de ser feliz? E o que é ser feliz? Sucesso, realização profissional, obter bens materiais, esta é a essência de ser feliz? Amar e ser amado, viver, plena e satisfatoriamente... É felicidade?
 Talvez nem todos percebam que são, ou se são, não se sentem felizes. Pois almejam cada vez mais aquilo que pensam conseguir e ainda não conseguiram. Querem cada vez mais... cada vez mais.
Estou recomeçando. Reiniciando. Em busca de sonhos ainda não alcançados, esperanças ainda vivas e presentes. Batalhas por vir.  Por vencer.
Penso que  realmente a vida não é um destino, pois aceitá-la como destino, é entender simplesmente que não há mais nada por  lutar, por tentar, por conseguir. Afinal, é destino que as coisas sejam dessa forma. E não é. Somos sempre capazes de, se não mudar o curso de um rio, ao menos revolver e revoltar suas águas. Torná-las favoráveis.
A vida é uma jornada. E essa jornada, inclui recomeços. “Seja como for, recomeçar... nada há, mas há de vir...”.
Há de vir. Como resultado de muita luta, fé, força e trabalho. Claro, recomeçar... Sempre.