quinta-feira, 22 de agosto de 2013

POEMETOS



"Visitei teu sorriso em momentos eternizados... Sorriso que tanto diz... Teu sorriso, qual tua alma: puro e franco! Te amo! "

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  • "Acordar ao teu lado, levar café para você... Te fazer um carinho... E dizer olhando nos olhos o quanto te amo... Começar assim o dia..."

    -*-

    "Madrugada/manhã, lua crescente indo embora junto com estrelas tardias... Alvorecer, luz, sol... Canto de sabiás... Saudade... Te amo..."

    -*-

    "Deste-me teu encanto, pelo sorriso
    Que me faz feliz, me faz sentir

    Belo, bonito... Qual Narciso..."

    -*-

    "Segurar a tua mão, olhar nos teus olhos e dizer: vem comigo... Afinal, não existe sentido caminhar longe de você!"

    -*-



    "Construímos nossa história de amor ao compasso do coração, sob as luzes do alvorecer e trilha sonora de bem-te-vis..."

    -*-



    #De_um_poeta_qualquer...

FLOR DE GOYA


(Poema de João Sobreira Rocha)


Menina Tainá, de pés descalços
rente às flores do caminho em versos e canções,
um perfume que se exala por estradas, rimas, poesia pura
qual doces,
de estórias, cantos e encantos de Goiás.....

És a musa de olhar atento, sombrio olhar de deusa
que rebusca em linhas, temas variados
e imprime na voz de divas da canção, sua presença meiga.

És a própria flor do campo, ao desabrochar,
trazendo consigo o néctar das madrugadas frias, sereno,
como quem transpira a paz,
felicidade estampada no seu ideário de fazer o bem.

No outro extremo,
dou-me por convencido ante a menina de olhar matemático
que rebusca todas as lógicas
e em meio a cálculos de andaime em andaime,
visualiza o concreto,
expõe o belo em formas variadas
e também coloca flores
onde o cimento mais parece um canteiro de sementes cruas....

Teu semblante, Tainá
é o próprio ar de serenidade que a vida empresta
no amanhecer de pássaros,
no vai e vem das cores do arco-iris,
nas cascatas,
na chuva fina de um fim de tarde
e no aroma das flores que permeiam o campo....



Tua poesia
é a voz latente de todas as vozes goianas
num arrebol de festa,
caminho que nos leva ao sabor do vento
e traz ao mesmo tempo saudades boas de um ontem
retrato de um tempo mais feliz.

És, enfim
a nossa Flor de Goyá, Tainá
a menina que encanta com seu canto mágico !


- * -

Poema de autoria do Radialista João Sobreira Rocha, e dedicado à Flor de Goya, Tainá Pompêo




quinta-feira, 15 de agosto de 2013

DE (S) CAMINHOS



Caminhos...
Idas... 
Certezas...
Caminho sólido... Firmeza... Segurança...
Calcado em estruturas firmes...
Inabaláveis...
Mas, desprovido de ternura, de cuidados..,
Desprovido de amor...
Apenas calçado por concreto...
Por pedras... Pedras que
Ocasionalmente ferem... Doem os pés...
Machucam o coração...
Doem n'alma... 
Magoam... Machucam...
Apagam o sorriso...

Caminhos...
Vindas...
Incertezas...
Caminho de flores
De poemas e sorrisos
De mãos dadas, em começo de noite 
Contemplando estrelas
O rosto e o sorriso
Iluminado pela luz da lua
O coração
Povoado de sonhos, desejos
Saudade, às vezes...

Caminhos... Paradoxos...
Idas ou vindas?
Para onde seguir? 


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

SEU NOME... É JESUS CRISTO

                Não me senti intimidado com a presença daquela figura que lentamente se aproximava de mim, naquele fim de tarde, quase noite, de um sábado qualquer.
Eu havia acabado de fazer minha caminhada e corrida, e após alongar, dirigia-me ao carro para buscar uma garrafinha de água, afinal, eu havia corrido bastante nesse dia e a sede estava grande.
Preparei-me para a abordagem desse senhor. Mas para minha surpresa, ele passou ao meu lado e sequer dirigiu a palavra a mim, apenas o olhar... Olhar triste, humilde, imerso em sua solidão.
Era um ser humano em situação deplorável. Em situação de rua... Os cabelos, desgrenhados e grandes, a barba rala por fazer, eram de um tom cinza, meio que para o lado de sujos. A vestimenta parecia o de um palhaço de circo mambembe, daqueles paupérrimos, do inicio do século passado: constava do que restava de uma velha bermuda jeans, com outra de malha colorida sobre ela, uma blusa preta encardida sobre o que poderia restar de uma camiseta ou algo parecido.
As pernas, estavam recobertas, por ataduras, dando a impressão que esteve acidentado, ou queimado  recentemente... Era de dar pena, impossível imaginar como um ser humano chega àquela condição.
Ao contrario do que pensei, ele não se aproximou de mim para pedir nada. Limitou-se a ficar ali perto, buscando no chão uma bituca de cigarro. Pegou aquilo nas mãos como se fosse um tesouro. Não me contive e dei-lhe boa noite.
Diante disso, seu rosto e iluminou, e, mostrando-se surpreso, respondeu com voz fraca de humilde ao meu boa noite. Continuou disperso, distante, até que tomou coragem e perguntou-me se tinha fósforos... Disse que não fumava, mas o carro tinha acendedor e era possível atende-lo.
Acendeu aquilo que restava de um cigarro, que certamente ficara rodando dias e dias pelo chão, como se acendesse um charuto havana cubano. Em poucas tragadas, aquilo acabou e ele ficou por ali, calado. Ofereci água, ele aceitou, dizendo em voz baixa que fazia tempo que não bebia água boa e limpa. Dei-lhe a garrafinha e ele bebeu lenta e pausadamente, em goles tímidos.
Sem que eu perguntasse, ele disse que "precisava sair daquela vida, que estava tudo cada dia mais difícil". Embora parecesse desprovido da vontade de viver, era um ser humano. Onde estão os resultados das grandes e pomposas propagandas oficiais, veiculadas em horário nobre e em rede nacional, que não chegam até uma pessoa naquela condição?
Pus-me a pensar: aquele homem um dia nasceu em um lar, teve família, talvez tenha tido esposa, filhos... Porque estaria daquela maneira, no limiar da vida e muito próximo da morte?
 Súbito lembro que em Goiânia ocorre com frequência assassinatos de moradores de rua e, aquele homem corria sério risco.  Cruel o destino, se ele não morresse atropelado ou pelas doenças decorrentes da inanição, dos maus tratos que a vida impiedosa nas ruas oferece, poderia vir a ser a próxima vitima dos matadores de aluguel.
Naquela tarde, lembrei-me de uma canção que ouvia na infância, na querida e saudosa São Miguel do Araguaia. Essa canção era umas das minhas preferidas, e eu a tocava no violão, junto com os jovens da minha paróquia: “Seu nome é Jesus Cristo” e trazia versos assim:


“Seu nome é Jesus Cristo e está sem casa... E dorme pelas beiras das calçadas
E a gente quando vê aperta o passo... E diz que ele dormiu embriagado... Entre nós está e não O conhecemos... Entre nós está e nós O desprezamos...”
              Entre nós, está... E seu nome, é Jesus Cristo! Jesus Cristo... Na figura daquele pobre homem... Mendigo, jogado qual lixo em triste situação de rua, vestindo farrapos e a catar tocos de cigarro e restos pelo chão. Mas, um ser humano, que tem alma e coração... Que precisa de cuidados... E, verdadeiramente, ser tratado como ser humano.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

NEZINHO... MEU PAI

                

Nezinho Américo toca violão para Elvira... "Momento de amor e carinho."


            Meu pai chamava-se Manoel, mas desde a infância, todos o conheciam pela alcunha de Nezinho. Nezinho Américo. Homem de bem, pai de família exemplar, tinha honestidade e honra não como virtudes, mas obrigações comuns a todo cidadão.
                Papai era um homem calmo. De doçura e leveza de voz incomensuráveis, que despertava confiança. Nunca o vi reclamar da vida, não falava mal de outras pessoas e tratava a minha mãe e meus irmãos com extremo carinho, ternura e respeito. Nunca os vi discutir nada, e se um dia tiveram algum diálogo mais intenso, foi entre quatro paredes. Carinhosamente, chamava a minha mãe de “Nêga véia”.
                Guardo muitas lembranças de minha primeira infância. Recordo quando nas primeiras luzes da manhã,  via meu pai se preparar para o trabalho na roça, de machado e enxada no ombro, vestindo as surradas roupas de trabalhar. Acompanhava uma cabaça cheia de água fresquinha e um pequeno embornal onde levava o almoço simples. Pela distancia não valia a pena vir em casa para a refeição, fazia-se ali mesmo na roça, sob frondosa arvore.
                Nesses momentos, eu chegava a insistir para ir, mas ele dizia que eu era muito pequeno, e deixasse para quando crescesse. Mesmo diante de minha insistência, com choro e certa birra, papai não brigava, limitava-se a me pegar nos braços, e carinhosamente conversar, explicar que um dia eu iria junto. Aos poucos, eu me absorvia com outras coisas e esquecia.
              Por tantos fins de tarde, por tantas vezes, “vi meu pai chegar cansado” depois de um dia  de trabalho árduo. A surrada camisa vinha ainda molhada de suor.  E ele chegava sempre com seu sorriso e sua candura. Procurava à minha mãe como havia sido o dia, se estava tudo bem e em paz. Então, me chamava para ir tomar banho no pequeno riacho da Fazenda Nova América, ali nas imediações da casa.
                Era hora de felicidade.  Como dois meninos, brincávamos na água. Eu adorava ver meu pai dar braçadas fortes na parte funda do córrego, e sonhava um dia fazer aquilo. Cuidadoso, papai não permitia que eu saísse da rasura, e quando queria ir mais longe, me amparava, segurando-me para que não corresse o risco de afundar.
                Logo, íamos jantar na sala da humilde casa. Papai à frente da mesa, minha mãe ao lado e o rádio dando o fundo musical. Após isso, “o violão alguém trazia” e papai ia dedilhar  dobrados, valsas, canções...
                Eu, ali por perto, em minhas brincadeiras, mas atento ao que acontecia. Mamãe, sentada de frente ouvindo as canções e de vez em quando, se arriscava a declamar um poema. O preferido de todos eram os versos do conhecido “Pavão Misterioso” que ela sabia de cor. Nas noites de lua, eu me deliciava com esse “show” particular, meu pai ao violão e mamãe com sua voz doce a declamar poemas.
                A vida passou, e o tempo, implacavelmente foi junto... Logo me vi adolescente e distante da querida Fazenda Nova América. Papai a vendera e passou a tocar um pequeno armazém na cidade.
                Papai sempre manteve seu sorriso, sua doçura e elegância. Mesmo em meus arroubos e adolescente, sem a educação necessária, achando que sabia de tudo, ele jamais levantou a voz, perdeu a calma ou a candura. Limitava-se a sorrir e me olhar firme nos olhos, derrubando dessa forma qualquer argumento. Era um olhar de amor, de extrema ternura, mesmo em momentos difíceis como esse.
Ah, seu Nezinho... Meu pai... Quanta saudade... Meu coração ainda guarda muito vivamente o som das canções que tocava ao violão e o tom doce de sua voz... Quanta saudade...
Para sempre. Meu Pai!
               

                

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

POEMA DAS MÃOS RUDES

Meu pai nunca teve carro
Bicicleta ou carroça
Cuidava da sua roça
Era artesão do barro

Gostava de fazer graça
Produzia boa cachaça
Era um sujeito animado

Naqueles rincões distantes
Sem vogais ou consoantes
Poeta não estudado.

De noite, depois da lida
Sem reclamar da vida
Plangia no violão
Buscava no coração
Canções de amor e saudade.
,
De mãos rudes, grossas, calosas,
Tirava valsas, dobrados,
Buscava uma melodia

Como maestro sem fraque
Encantava quem ouvia
Sinfonias, valsas, dobrados
De João Sebastião Báqui


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

FICA ASSIM... DE SAUDADE





Não há mais canções...
Para onde foi aquele
Querer
Incontido da presença?
Presença tão agradável..
Tão cara
E prazerosa, 
presença alegre, feliz...

De sorrisos, de diversão,
De toques sutis de mãos e
De sonhar como futuro...
Olhos nos olhos e sorriso no rosto...
Terno e sedutor sorriso...
De felicidade pela presença...

Outros afazeres se sobressaem....
...Se der... talvez...

É...

Parece que de repente...
Tudo fica assim...
Indiferente, meio morno... sem sal...

Tanto faz, que fique assim, distante...

E eu que te amo tanto...
Não acostumei meu coração ainda...

Haja solidão e saudade...