quarta-feira, 26 de março de 2014

QUERER



Queria
A faculdade de fazer poemas
Belos,
Perfeitos, marcantes...

Queria
A erudição dos
Poetas...
A sensibilidade
Perfeita dos
Trovadores,

Ah, como eu queria...
Como queria ser capaz
De ser poeta...

Afinal,

Não tenho erudição,
Tampouco sensibilidade...
Sou rude!

Tenho apenas
E tão somente
O coração...


-*-


#Deumpoetaqualquer


domingo, 23 de março de 2014

DÉBUT



Noite mágica... 
Sonhos...
Príncipe encantado, 
Vestido branco, colar de pérolas... 
Sorriso no rosto.
Sorrisos e flashes...
Sapatos de Cristal.


Orquestra, Valsas...
A valsa da vida,
A vida "en passant"
Reino encantado...


Noite mágica...
Champagne, canções...
Solenidade!
O valsear da vida!
Maturidade!

Sorrisos e flashes...
Meia-noite mágica,
Coração bateu forte!
 Ainda é tempo de sonhos...
Cinderela, 
Sapatinhos de cristal...



COMITIVA DE SAUDADE... VAI, BOIADA


A boiada segue
De cabeça baixa, mugidos dolentes,
Uma ou outra rês saindo da trilha, do caminho...
De cabeça baixa
Segue...
Lenta e constantemente. 

Na condução, à frente
O berrante chama, convoca,
Triste e plangente canto-guia.
Cavaleiros a correr pra lá e pra cá...
E a boiada caminha
Soltando mugidos dolentes...

De cabeça baixa, com mugidos dolentes....
Segue!
Lenta e constantemente,
Caminha...
O som do berrante,
Acalenta e traz
Saudade ao coração do boiadeiro...
Boiadeiro errante, em sua sina...

Vai, boiada, vai...
Caminha lentamente,
De cabeça baixa, com mugidos dolentes...
Vai, saudade, vai...

Vai saudade,
Dentro do peito sofrido
Do boiadeiro...
Errante em sua sina...
Saudade errante...
Saudade...

Vai, saudade, vai...
Vai boiada, vai...
De cabeça baixa,
Mugidos dolentes...
E caminhar constante...


Ao som do berrante,
Na comitiva.
Lenta e calmamente,
A saudade vai...
No peito do Boiadeiro
Errante, em sua sina!



-*-



#Deumpoetaqualquer


* Inspirado nas palavras do poeta e tocador da boiada da saudade Jason Abrão e o programa Goiás Caboclo, da RBC AM 1270 Khz!

sexta-feira, 21 de março de 2014

LIVROS: TESOURO INCALCULÁVEL





Revisitando a estante que fica no canto do pequeno escritório que mantenho em casa, em busca de alguns documentos, de repente me vejo a folhear e a me enlevar com meus grandes e eternos amigos, os livros. Não tenho uma biblioteca, mas uma estante cheia, com volumes e títulos interessantes, alguns raros.
Não estão em ordem cronológica ou de tamanho, mas ordenados conforme foi o uso. Vejo que estão lado a lado “Meus Poemas do Século Vinte” de Luiz de Aquino com os grossos e densos volumes de ”As ilusões armadas” de Elio Gaspari . Mais à frente, vejo que o volume do belo “Solilóquio” do Poeta Getúlio Targino Lima divide espaços com a segunda edição de “Quando florescem os ipês” romance de Ganymédes Jose. Estão lá diversas edições das sagradas escrituras, que ficam em evidencia.
Confesso que esqueci até o que procurava. Em momento de encanto, passei a reviver as aventuras vividas, viagens feitas àquele sem número de páginas e letras, onde a filosofia, a ciência do direito, o romance, a poesia que meus amigos livros sempre me trouxeram e ainda trazem estão contidas. Nunca terei sobressaltos se, por um motivo ou outro o “Windows” der problema e não mais abrir, de vir a perder o conteúdo. Livros são eternos. Perenes, amigos e companheiros. Nunca hão de reclamar por passar dias e dias na cabeceira da cama, sobre o criado, à espera de atenção.
Minha estante, tímida e humildemente no canto daquele cômodo, parece me pedir mais atenção. Volvendo o olhar para o outro lado, me deparo com alguns best-sellers, onde não poderia faltar Sidney Sheldon. À frente, José Lins do Rego com a dramaticidade e a narrativa perfeita do mundo dos engenhos de açúcar do Nordeste e a vida de seus integrantes. O romance “O moleque Ricardo” é o grande relato da vida dos que orbitavam as grandes propriedades dos coronéis do açúcar.
Reencontro Miguel Reale em suas “Lições preliminares do Direito”, Foustel de Coulanges em “A cidade antiga” e revejo o quão é atual o que escreveu Nicolau Maquiavel em “O príncipe”.
A sabedoria e sagacidade de Bariani Ortêncio figuram ao lado de Sun-Tzu, de “A arte da guerra”. Na sequencia vem Carmo Bernardes, Jean Pierre Conrad, José de Alencar e Machado de Assis. Ainda Bernardo Élis, Eli brasiliense, Frei Betto, Augusto Cury e os clássicos gregos.
Mais abaixo vejo que ainda sobraram, de tantas que haviam, duas fitas de vídeo – sim fitas de vídeo. Em tempos de alta tecnologia, smartphones e afins, para quem não sabe o que é “fita de vídeo” ou “videocassete”, sugiro que procure nos sítios de busca, como o “Google”, a resposta certa.
Sobraram duas fitas, onde estão guardados momentos interessantes de minha vida e de minha família. Como ainda tenho um videocassete na minha sala de TV, me proponho a assisti-las no próximo feriado.
Os DVD’s, que um dia foram tão caros, difíceis de adquirir, ainda são muitos. Bee Gees, Elvis, Pádua com sua “musica aos vivos”, alguns filmes interessantes fazem parte desse acervo.
A constituição cidadã. Edição antiga, atualizada em 2004. Percebo que já não é mais a mesma, como foi mexida, mudada conforme o interesse do governante de plantão, ou mesmo, simplesmente ignorada no que se propôs um dia.
Como havia colocado os livros no chão, e o tempo apertou, tive que devolve-los à estante. Com carinho coloquei cada um em seu devido lugar, como quem agasalha uma joia rara e preciosa.
O ultimo, ah, o ultimo a ser guardado, tinha que ser aquele tanto me influenciou e me fez gostar de escrever. Uma edição do ano de 1980 da série “Para gostar de ler” da Editora Ática, onde estão contidas crônicas de Drummond, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga.

Encontrei o documento que procurava e deixei o local com uma certeza: a de que tenho um tesouro. Valioso tesouro, como amigos verdadeiros: os livros.

OUTONO BORDEAUX



Outono...
Dias quentes,
Noites nem tanto.
Dias do Outono...

Em Maio, o frio.
Tempo de aconchego e
Taças de vinho Bordeaux...
Então, duas taças
De tinto Bordeaux

Tinto, instigante
Como tua boca
Ao tocar a taça...

É outono...
Logo chegará Maio... 
E no frio de Maio,
Teu aconchego,
Teu acalento.

"Vins de Bordeaux"...
Encanto e
Sedução!



-*-


#Deumpoetaqualquer


sexta-feira, 14 de março de 2014

EM NOITE DE POESIA E CANÇÕES DE AMOR




A noite era iluminada pela beleza da lua crescente, caminhando para cheia, que volta e meia furava o bloqueio de nuvens teimosas e vinha iluminar a mesa cuidadosamente posta e arrumada. Ali, no ambiente externo da casa, ao lado da pequena varanda rodeada de orquídeas e samambaias havia um ar de jardim de paz, agradável e acolhedor.
Em um canto, tímido, sobre uma pequena cômoda  repousava um velho radio. Pela imponência das linhas e cores que um dia foram modernas e atraentes - e que certamente havia enfeitado e fora o móvel principal de uma sala de estar de uma casa feliz, onde a grande alegria eram as canções do mágico e encantador rádio.
Havia um clima de ansiedade, afinal, a família ainda não estava completa. Faltava o chefe daquela família, que demorava a chegar, talvez por causa do transito ou mesmo um motivo qualquer.
A filha do casal volta e meia lançava o olhar para a porta da frente da casa, como a querer naquele gesto que ela se abrisse repentinamente e ela então visse a figura do pai entrando por ali.
Observou com alegria o cuidado e esmero com que a mãe dava os últimos retoques na mesa, onde os três, pai, mãe e filha em breve se confraternizariam. No cardápio, comida árabe, com todas as delicias que essa culinária oferece. Sentiu ternura e amor naquele momento.
Eis que ouve a voz do Pai e ao lado da mãe, corre para recebê-lo e abraça-lo.  E hoje ele veio com algo a mais: um belo buquê de rosas e uma orquídea. Com uma declaração de amor, ele ofereceu as rosas para a mãe e a orquídea para ela.
Emocionou-se e mal deu conta de dizer obrigado ao pai. Ouviu-o dizer que as flores, eram para ilustrar a data, afinal, hoje se comemora o “dia da poesia”. Viu a mãe carinhosa e cuidadosamente colocar as rosas sobre a mesa e apressou-se em também guardar ali ao lado sua linda e encantadora orquídea.
O pai ao chegar, mostrava cansaço no semblante, mas o sorriso e a alegria que demonstrou ao entrar em casa afastou essa expressão. Agora só havia motivos e espaço para a felicidade, o cansaço de um dia inteiro de trabalho já ficara esquecido.
Antes que se sentasse á mesa, viu o pai ligar o rádio e embora fosse criança ainda, gostava daquelas canções suaves e dolentes. E ao ver o pai e a mãe felizes com aquelas canções, também se sentia feliz.
Olhou para a lua e ao desviar o olhar, viu o pai e a mãe de mãos dadas se beijando ternamente. Preparou-se para sentar á mesa ao lado de quem tanto amava. E ao estarem juntos, ouvindo as canções no radio, sorriu feliz.
Sorriu ao perceber que àquela mesa, entre iguarias e sabores deliciosos, havia um componente que fazia seu coração sentir feliz e seguro: o amor! O amor verdadeiro e puro de sua família.

Em romântica noite de luar, canções de amor e poesia.







sexta-feira, 7 de março de 2014

MULHER: DOÇURA E FORTALEZA!



As homenagens foram em todos os lugares. A partir de hoje, desde muito cedo, em locais como escolas, repartições públicas, empresas, instituições financeiras, Correios, etc. Algumas mais efusivas e animadas, como na Assembleia Legislativa de Goiás, outras, tímidas e contidas, como no CEP em Artes Basileu França/Veiga Valle.  
Nas ruas, se as chuvas torrenciais de Março permitirem certamente distribuir-se-ão rosas e flores. Homenagens que são justas e merecidas. Louva-se à mulher guerreira, competente, presente em todos os momentos da vida.
De Helena de Tróia às lavadeiras do Rio Vermelho em Goiás, De Madre Teresa De Calcutá à Tereza Batista, de Jorge Amado, tão cansada de guerra, todas, cada uma traz histórias de vida. Sejam histórias alegres, de esperança, ou mesmo de dores. E sempre acreditam na força e na coragem que trazem dentro de si. Estão ou ficaram sozinhas? Então, enfrentam o que preciso for. Não fraquejam e não se entregam. Lutam e dão conta. Para talvez, em um fim de dia, sentar-se diante de um aparelho de TV e poder por breves momentos, buscar nas historias e romances, sonhos e devaneios, amores contidos que não aconteceram e permanecem nos recônditos da alma e do coração.
O hit “Mulher – Sexo frágil”, sucesso dos anos 1980, composição de Erasmo Carlos, foi talvez uma das primeiras manifestações sérias que ouvi, onde se reconhece a força e a capacidade da mulher, guerreira e corajosa em sua essência e portadora da vida. Erasmo Carlos foi muito feliz e está coberto de razão ao afirmar: “dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda...”.
De rainha do lar, dona de tudo, mãe amorosa, esposa dedicada e capaz de fazer um homem feliz, à mulher que por mérito ocupou espaços. É hoje realmente a dona de tudo, comanda nações, instituições, escolas de samba e muito mais. Mantém prerrogativas muito exclusivas. A mulher é ainda aquela mãe, cuidadosa e zelosa de sua família, seus filhos, sua casa, não obstante a rotina massacrante de um dia inteiro – ou uma noite- de trabalho, quase sempre acrescentado pelo stress do difícil e quase invencível transito cotidiano.
E as mulheres que são muito mais fortes e aguerridas que os homens, com garra e coragem, felizmente não resistem a uma rosa, uma flor, um buquê. Melhor se for acompanhado de ternas e carinhosas palavras, de um poema, por mais singelo que seja. A esse gesto, retribuem e encantam com um sorriso especial, um brilho único no olhar.
Portanto, no dia da mulher valorize e encante pessoa da mulher que sempre está sempre ao lado.
Encante, cante, rememore momentos felizes e divertidos e acima de tudo, reconheça o brilho da estrela que está ao seu lado sempre, no mesmo caminho.
Parabéns pelo seu dia, mulheres guerreiras! Obrigado pela doçura e suavidade com que nos brindam sempre. 
Afinal, para a felicidade dos homens, todos, todos os dias é Dia da Mulher!