domingo, 4 de agosto de 2024

VALEU, TIBÁ

 

 



Último registro dos irmãos juntos, em Silvânia no final dos anos 1990. Da esquerda para
a direita: Tibá, meu pai Nezinho, Tio Américo (Timerquinho) e Tio Elias. Saudosa memória. 

             

                Soube nesta noite quente de sábado inverno da passagem de Tibá – cujo nome era Francisco Américo Araújo – meu tio, o mais novo dos irmãos do meu saudoso pai.

                Tibá morava na cidade do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador e durante sua longeva existência sempre foi um homem de bom coração e muito devoto a Deus. Minha convivência com ele foi pouca, mas guardo comigo muitas lembranças, principalmente dos tempos da infância, quando ele vinha nos visitar na querida Fazenda Nova América, onde moravam meus pais e meus avós.

                Tibá, militar da Força Aérea Brasileira, entendia muito de eletrônica. Soube que depois que passou para a reserva, ainda foi trabalhar em uma fábrica de radares ligadas à própria Aeronáutica.

                Muito divertido, era sempre alegre, tocava violão muito bem e adorava canções de Bossa Nova. Quando aparecia na fazenda, além das brincadeiras com meu pai e dos banhos de riacho, por entender bastante de eletrônica, em um tempo em que um rádio tinha imensa importância por ser o meio de comunicação mais popular e abrangente, ele sempre dava jeito nos velhos e carcomidos aparelhos das pessoas vizinhas. Se estava estragado, consertava, se estava mais ou menos dava uma sobrevida.  Nunca deixava um rádio, por mais estragado ou velho que fosse, sem “falar”.

                Uma das últimas lembranças que tenho dele foi quando ele visitou meus pais que à esta época moravam em Silvânia. Logo após o Jornal Nacional que meu pai tanto apreciava ele nos chamou para rezar o Santo Rosário, uma de suas devoções.

                Valeu, Tibá. Siga em paz!


Paulo Rolim

                  

 

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