O Inverno em Goiás,
especificamente na minha querida capital Goiânia é de clima seco, com um
friozinho nas madrugadas e manhãs amenas de sol brilhante, que refletido no
verde das samambaias que ornamentam minha varanda trazem a certeza de um dia de
beleza incomensurável.
Aqui, no amplo quintal
há mangueiras, jabuticabeiras, mamoeiros produzindo e uma imensa goiabeira,
onde pássaros de variadas espécies e tamanhos, moradores do bosque que fica
aqui perto, fazem a festa desde as primeiras luzes do dia. A natureza, sábia e
mãe, fez com que houvesse uma safra de goiabas temporãs, que fazem a alegria da
passarada. Assim, periquitos, mulatas, maracanãs, rolinhas, pombas do bando e
as vezes alguns casais de araras Canindé marcam presença.
Essas araras são um espetáculo
à parte. De grande porte e cores azul e amarelo, são puro carinho com seus
companheiros. Buscam a goiaba madura e fazem questão de dividir com quem está mais
perto, intercalando a degustação com pequenas bicadas na penugem das outras, em
claro gesto de carinho e alegria.
E trafegando pelas ruas
de Goiânia, percebo uma maior tranquilidade no trânsito, sempre denso e
complicado. Por causa das férias escolares, muitos aproveitam para viajar e
descansar, buscando outras capitais e a grande maioria procura as praias do
majestoso e belo Rio Araguaia, o que de certa forma esvazia as ruas.
Nessa época o Araguaia
em toda sua extensão, de Goiás onde nasce até o Pará, onde desagua no Rio
Tocantins (para muitos uma injustiça, pois o Tocantins é quem deságua no
Araguaia) pela beleza das praias e a água rasinha atrai milhares de turistas,
em busca do sossego – ou do agito conforme o lugar que escolhem.
Alguns acampamentos são
mais luxuosos, repletos de modernidade, com água quente e equipamentos náuticos
de última geração, além da TV de imagens perfeitas sempre ligada, internet
wi-fi e shows musicais por toda a noite. Outros, um pouco mais adentro e longe
das cidades são mais simples, com uma pequena área de convivência coberta por
folha de coqueiro e próximo aos maravilhosos exemplares de ipê-amarelo que
dominam a paisagem nessa época do ano. Para dormir e descansar as pequenas barracas
onde apesar da simplicidade o corpo encontra conforto e segurança. De
modernidade, apenas celulares sem conexão para tirar muitas fotos e às vezes um
rádio, que traz a alegria e a comunicação de emissoras distantes.
Mas em tudo isso, independentemente
de o acampamento ser simples ou incrementado, a certeza é que todos,
democraticamente, podem curtir as águas generosas do rio e apreciar as belezas
do pôr do sol, que segundo se afirma aqui é o mais bonito do mundo.
Mas o mês de julho logo
chegará ao fim e voltaremos ao transito caótico e à rotina. Em agosto, mês seco
e de muitos ventos, os pássaros começam a refazer seus ninhos, movimentando-se
para continuar o maravilhoso ciclo da vida.
Mas a natureza sábia
está a preparar um espetáculo. Após esses meses de inverno seco e com baixa
umidade a partir dos primeiros dias de setembro o clima muda de uma vez quando
costumam vir as primeiras chuvas e a natureza de imediato se abre em beleza,
perfumes e aconchego: é chegada a primavera.
Assim, vamos seguindo.
Da beleza das manhãs de julho à chegada da primavera, o tempo é curto. Passa
rápido, como passa rápido a vida. E Primavera é esperança, beleza e renovação
da vida.