segunda-feira, 30 de julho de 2012

NÃO ESTAMOS MAIS TÃO DISTANTES


                Quando menino e morava na Fazenda Nova América, a comunicação e as noticias das pessoas distantes chegavam por rádio ou através de carta.
                Lembro bem que aos domingos, quando meus pais iam para a pequena cidade de Araguaçu, depois que entregavam as encomendas de frango caipira e frutas produzidas na fazenda, logo depois da missa iam até a pequena agencia dos correios – que funcionava na casa do próprio agente – e perguntavam se havia alguma carta. Não raro a funcionária vinha lá de dentro com um envelope na mão, e minha mãe abria um largo sorriso: apressava-se em saber de quem era e logo se punha a ler, não raro deixando cair uma lágrima no canto dos olhos, em clara demonstração de saudade.
                De volta à Fazenda, depois de ler mais algumas vezes – até parece que havia esquecido algum parágrafo – sentava-se na pequena mesa de madeira da sala e ia responder aquela carta. Notícias da fazenda, dos vizinhos e dos parentes que moravam ali perto.
                No domingo seguinte, como de costume, depois das obrigações do comercio e da missa, voltavam aos correios. Davam seqüência a um ciclo então ininterrupto, respondendo aquela carta que recebera e não raro, tinham a felicidade de encontrar outra carta por lá.
                Durante a semana não perdiam os programas de rádio, que enviavam noticias através do locutor. Ouviam todas as noticias, e se havia alguma destinada a um vizinho, mandavam alguém ou iam pessoalmente levar a notícia. O velho bordão: “quem ouvir favor comunicar”.
                A vida foi passando. Rapidamente fui morar na querida São Miguel do Araguaia. Lá conheci o milagre do telefone. Lembro da inauguração do imponente Centro Telefônico, construção moderna, com cabines confortáveis e climatizadas. Também um preço pra lá de salgado, nas ditas ligações interurbanas. Época do DDD.
                Depois, morando em Goiânia, me vi diante de um aparelho maravilhoso, chamado telex. Alguém se lembra do telex? Acho que muitos não ouviram falar nele, mas funcionava. Era um aparelho meio esquisitão, mas muito eficiente.

Aparelho de Telex Olivetti Te-315 - modernidade para a época
                Hoje o telefone celular traz o mundo até a palma da mão. Em poucos toques rapidamente falo com pessoas queridas em todo o Brasil, acesso a página favorita na internet, vou até o twitter e recebo e envio e-mails. Aliás, poucas pessoas hoje escrevem cartas. A rapidez do e-mail mudou esse antigo hábito tão prazeroso que era enviar e principalmente receber uma carta. Não usamos mais as expressões verdadeiras e felizes que colocávamos no papel. Saudações e desejos de felicidade.
                Diariamente converso com minha filha que estuda em outra cidade, em outro estado. Bem distante de Goiânia. Além do telefone, utilizo conversas instantâneas no computador e assim posso ver a expressão angelical de seu rosto.

                Com isso, não estamos mais tão distantes. As comunicações do mundo moderno trazem conforto e até segurança a todos nós. Facilitam e tornam a vida mais fácil, ágil e objetiva. Mas nunca poderão substituir a alegria de um encontro, de um reencontro e da presença de pessoas queridas no meio de nós.
                Enquanto esta crônica está sendo lida, pode ser que eu esteja reunido ao lado de pessoas queridas, de pessoas que estão sempre no coração, que trazem a alegria de sua presença.

                E olha lá se não estiver degustando uma deliciosa pamonha, feita no capricho, com ingredientes insubstituíveis: amor, carinho, ternura. Melhor impossível.
                Estão servidos?

sexta-feira, 27 de julho de 2012

DIA DE MUTIRÃO E DE TOMBO DE ÉGUA


Zé de Lucindo andava inquieto nos últimos dias. Ficara sabendo por parte de seu vizinho Chico da Veia Tonha que dariam no próximo fim de semana uma treição na fazenda do Amaralzinho das Dornas. E Zé de Lucindo tinha especial interesse em comparecer à casa do Amaralzinho, que tinha umas filhas bonitas e ele andara se engraçando com a do meio, já moça feita, muito formosa e bonita de morrer - até já tinham trocado alguns olhares.
Era a oportunidade que tinha para se aproximar mais da moça e quem sabe, tratar um namoro dos dois. Amaralzinho tinha fama de caroquento e casca-grossa, mas pensava que se fizesse boa presença no trabalho na roça e chegasse bem apessoado e alinhado, montado em seu cavalo alazão de arreios prateados, ele o visse de forma mais complacente e permitisse que começasse a cortejar a moça.
Se desse errado a conversa com o pai da moça, serviria de consolo o fato que depois do trabalho era um farturão danado. Embora treição fosse uma espécie de mutirão feito de surpresa ao dono da roça, era muito comum nas redondezas. Como havia fartura de criação naqueles tempos, era certeza que um capado iria para o tacho, bem como muitas galinhas e frangos canela amarela. E sempre aparecia um tocador de sanfona e um violeiro que garantia a alegria da festa depois do trabalho. Era Catira e modas de viola de dar gosto. E umas doses de pinga boa serviriam para afogar as mágoas.
O que mais o inquietava era que ele tinha adquirido um alazão novo, inteiro ainda, muito bonito e de porte grande, porém desde o começo da semana o malvado do animal sumira do pasto. Sabe como é cavalo inteiro, não pode sentir um cheiro diferente que não há cerca que resista. Procurara nas redondezas e não tivera nenhuma noticia do fujão.
Por um lado estava tranqüilo, não perderia o animal, pois os vizinhos de fazenda eram corretos e ao ver um animal daqueles procurariam saber quem era o dono. Mas o sábado se aproximava e nada do cavalo aparecer.
Seu primo Zelino Capador que morava de agregado ali perto tinha uma eguinha velha, troncha das duas orelhas. Ele não confiava em uma égua assim, mas o tempo urgia e ele não via outra opção senão tomar emprestado a tal égua troncha. Sabendo que o primo era ladino demais, teria que oferecer outra coisa em troca. Pensou nas pingas que tinha guardadas desde a festa de São João, já que o primo gostava de umas goladas. Não queria se desfazer das pingas, mas quando lembrava a possibilidade de poder ficar perto da filha do Amaralzinho, melhor abrir a mão para o primo e não perder a oportunidade. Afinal o Amaralzinho não fazia festas e somente em um dia treição poderia ir lá sem arranjar desculpas.
Chegou sexta-feira, véspera da treição e logo cedo ele colocou seu plano em prática. Como não sabia como se comportaria a égua troncha, para não assustá-la resolveu mandar suas ferramentas – foice, enxada e facão pelo Chico da Véia Tonha, que iria de carroça. Mandou junto um parelho de roupas velhas, de trabalhar na roça.
Fazia questão de ir bem vestido, com roupas novas. Adquirira um terno de linho com calça branca e camisa de casimira azul e botinas rangedeiras novas. Sua primeira impressão tinha que ser boa – para o Amaralzinho das Dornas e também para a moça que ansiava cortejar.
Custou certa dificuldade o empréstimo da égua troncha junto ao primo. Com uma conversa mole e ladina, pois sabia do interesse do Zé na filha do Amaralzinho, se pôs a extorqui-lo. Depois de muita arenga e justificativas para não emprestar, arrumando desculpas esfarrapadas que poderia precisar do animal se pintasse algum serviço, acabou cedendo em troca de três garrafas de pinga e um canivete novo que Zé trazia na cintura – alegou que o seu não estava mais servindo.
Como Zé tinha seus objetivos cedeu ao primo o que ele queria. Se saísse da casa do Amaralzinho com uma promessa de namoro, seria até barato as ladinezas do primo. E pôs-se a caminho de casa, montado em pêlo na égua que, parecendo jumento, era dada a empacar. Saía de lado, fora do caminho correto, um trabalhão danado.
Quase não dormiu de noite e ao cantar do galo, levantou, coou o café, deu milho e rapadura para a égua, que começou a comer muito devagar e foi se arrumar. Fez a barba na navalha, tomou banho no córrego – tava fria aquela madrugada, mas nem se incomodou. Vestiu seu terno de calça branca e camisa de casimira azul, pôs o cinto largo, calçou a botina rangedeira – usava até meias aquele dia – deu uma caprichada no cabelo mais uma vez e empertigado, ao aparecer da primeira barra do dia no nascente, pôs-se a caminho da casa do Amaralzinho.
O duro é que a danada da égua andava devagar e a viagem não rendeu o esperado. O sol foi nascendo, subindo, esquentando e ele nada de chegar. Foi com muito custo e suado que avistou a sede da fazenda com toda a gente da vizinhança reunida e pronta para o trabalho. Viu o Amaralzinho finalizando os agradecimentos e a merenda começando a ser recolhida. Viu a silhueta da moça que pretendia quando todos pararam para observar sua chegada.
De repente a égua deu um pulo e ele, absorto como estava se viu repentinamente no chão. Mal percebeu a correria de um cachorro grande atrás de uma porca. Passaram voando em frente à égua que se assustara e pulara, jogando-o ao chão. Como havia chovido de véspera virou somente lama e barro, na roupa e no rosto. E a égua saíra em desabalada carreira, se escondendo sabe-se lá onde. Enlameado e envergonhado não teve nem vontade de abrir os olhos. Quando vieram os companheiros levantá-lo e verificar se ele não estava machucado, viu de rabo de olho as filhas do Amaralzinho rindo dele. Aquilo aumentou ainda mais sua vergonha. As risadas e a caçoagem batiam como martelo em sua idéia.
Envergonhado, foi até o riacho se lavar, vestiu a roupa que mandara pelo Chico da Véia Tonha e amuado e sem graça empunhou a foice e foi para a roça. Ao fim da tarde, não quis ficar para a Catira. Resolveu ir embora, pois não aquentava mais ouvir o apelido que lhe deram naquele dia: “Zé Cai da Égua”.

sábado, 21 de julho de 2012

DE MÃOS RUDES E CALOSAS QUE TOCAVAM BACH...


O cair da tarde trazia certa melancolia à Fazenda Nova America. Da pequena calçada de cháo batido,escorada por toras de madeira, eu ouvia os recados aos ouvintes de diversos rincões do Brasil, enviados pelo comunicador Morais Cesar, através da Rádio Brasil Central AM de Goiânia.  E observava ao longe a fumaça intermitente que saia na chaminé da casa grande da fazenda vizinha, que pertencia ao meu avô.
Meu avô Cícero Américo era um homem de hábitos e costumes diferentes dos demais da região. A começar pela diferença no trajar. Era Juiz de Paz e Sub-Promotor na pequena Araguaçu, cidade próxima à fazenda, e vestia-se com elegância e refinamento. Não trabalhava na roça, tinha agregados e meeiros que cuidavam da lavoura. Possuía muitas cabeças de gado, cuidados e manejados por dois vaqueiros. Cultivava o hábito de jantar entre quatro e meia e cinco da tarde. E por volta de nove horas da noite, ceava ao lado de minha avó. Antes disso aproveitava para tocar bandolim e cavaquinho, suas diversões prediletas.

Mas Vovô gostava mesmo era de política. Promovia sempre reuniões com os figurões locais, mas sua casa, mesmo sendo na fazenda era cheia de gente do povo. Vinham pedir conselhos, ajuda em causas da justiça local e, na maioria das vezes buscavam de reparação moral às moças ofendidas. Vovô não perdoava o infrator. Fez mal à moça, ou casava para consertar o mal feito ou comia severa cadeia. E com base nos severos costumes e códigos de conduta informais da época, considerava-se desonra de moça tamanha desfeita. Para reparar o mal somente casando. Se não contraisse matrimônio, depois que conseguisse se livrar da cadeia o indivíduo corria serio risco de encontrar pela frente algum facão bem amolado.
Vovô não tinha paciência era com menino, principalmente os barulhentos e chorões. Quando estava no pequeno escritório ou na sala de jantar – onde ficavam os potes cheios de água para beber – não admitia sequer a presença dos pequenos ali perto. Tudo isso era atenuado pela figura terna e generosa de minha avó Genoveva, que sempre tinha pedaços de requeijão, rapadura ou doce de leite para a petizada.

Desviei minha atenção e meus pensamentos quando vi a silhueta de meu pai ao longe na pequena e irregular estrada que dava acesso à roça de abacaxis. Vinha a pé, lentamente, com a enxada ao ombro. Carregava em seu rosto nitidamente a fadiga do dia. Aproximando-se não me contive e fui ao seu encontro. Papai, apesar do cansaço e da camisa molhada de suor teve forças para me abraçar e me carregar nos ombros.
Hora de banho de riacho e depois, jantar na pequena sala da casa simples da Fazenda Nova América.
Aquela noite aconteceria algo especial.  Uma emissora de rádio situada em outro país, de cujo nome não me recordo transmitia para o Brasil e América do Sul em ondas curtas um programa de apenas uma hora, cujo conteúdo eram composições de Johan Sebastian Bach. Ia ao ar às sete e meia da noite de um dia qualquer da semana. Momento em que todos em casa faziam respeitoso silêncio. Meu pai ia para o pé do velho rádio ABC a Voz de Ouro, “o violão alguém trazia” e ele punha-se a ouvir e dedilhar os acordes das belas sinfonias.


Findo o programa, meu pai punha-se a tocar “de ouvido” o que conseguira assimilar no programa. Em pouco tempo estava tocando Bach no velho violão - ao seu modo.

Dia desses, em diálogo com amigos na rede social twitter, começamos a falar das composições de Bach. E o coração imediatamente adentrou a saudade contida em seus recônditos. Viajou ao tempo em que um homem como meu pai, depois de um dia duro de trabalho na roça, sob sol inclemente ou chuva incessante,  sentava ao pé de um velho rádio ABC - A Voz de ouro e tirava de mãos rudes e calosas acordes ao violão. De belas composições de Bach.

ESCOBAR: UM POUCO DA HISTÓRIA E MUITAS HISTÓRIAS PRA CONTAR


Quem passa pela Avenida Presidente Rodrigues Alves, divisa do Jardim Presidente e Setor Faiçalville, facilmente encontra o baiano José Escobar, proprietário da mercearia que leva seu nome.
Na Mercearia do Escobar, comércio pequeno e acolhedor, se encontra uma boa cachaça - da Bahia, claro, cerveja gelada ao ponto e o melhor: um excelente cardápio de tira-gostos, conhecidos como salva-vidas. Com a certeza que cura qualquer ressaca o cliente tem à disposição língua ao molho, caldo de mocotó, caldo de frango, caldo de feijão, torresmo e pele de porco bem feitos e deliciosos.

Além de sua interessante e rica história de vida Escobar guarda e preserva algumas curiosidades: uma peça de madeira com dentes de aço chamada Bolinete, de 108 anos, um dia usada como ralo de moer mandioca, o lampião de alumínio e vidro à querosene - artigo de luxo para a época - também centenário, antigas polainas de vaqueiro, garrafas de bebida antigas que não existem mais no mercado, como o Vinho Quinado Elefante, dentre outras coisas interessantes.
E tem a “bebida do defunto” uma garrafa artesanal com cachaça, que Escobar guarda para que amigos a bebam quando de seu próprio velório. Pelo andar da carruagem muitos que aspiram beber da famosa cachaça, podem “ir” primeiro e não ter a chance de participar.
E o cidadão Escobar, o que aspira para o seu bairro e sua região? Que benefícios mais urgentes sua comunidade precisa? Segundo Escobar o problema maior é a falta de segurança pública. Já sofreu dois assaltos e não vacila, permanecendo com o comércio aberto pouco tempo depois do anoitecer. Houvesse mais segurança, teria meios de permanecer aberto por mais tempo e atender melhor seus clientes. Também reclama a falta de creches para acolher crianças, os requisitados CMEI’s.
Quer um pouco de história, ver coisas interessantes ou mesmo trocar dois dedos de prosa? Então vá à Mercearia do Escobar.



segunda-feira, 16 de julho de 2012

SOLIDÃO


Tem dias que marco encontro comigo mesmo. Em raros momentos consigo ficar ensimesmado, a cismar, mergulhado nos escaninhos e nos recônditos do meu coração e da minha alma.
Não sei definir a minha solidão. Não seria sofrimento nem momentos de tristeza. Ou de falta de alguma coisa. É viagem interior mesmo.
Em momentos de pura solidão viajo na saudade. Compareço aos bons momentos vividos, aos tempos da infância e da juventude não tão distante. Revivo tudo em rápidos lampejos oscilando de um tempo a outro da vida.
Assim como a saudade, a solidão é cantada e decantada em versos e trovas. Canções de amor inexoravelmente trazem a palavra embutida em seus versos apaixonados. Saudade e solidão, dizem, andam juntas.
Imerso em minhas elucubrações reencontro nesses momentos as pessoas queridas que a vida me trouxe. Meus pais, meus irmãos e irmãs, no tempo em que vivíamos juntos, a primeira infância na Fazenda Nova América, depois a distante São Miguel do Araguaia, a minha vinda pra cidade grande, o primeiro amor.
Ah Solidão. Conheço pessoas cercadas de amigos e que se dizem solitárias. Que encontram a si mesmas quando estão sozinhas. Também tenho muito amigos e pessoas que me acompanham sempre. E ainda assim às vezes estou só.
Andando pelas ruas de Goiânia vi situações de absoluta solidão na pequena menina Simone, que vende balas nos semáforos da cidade. Absolutamente sozinha e desprotegida quando se aproxima dos veículos de vidros fechados. Apesar das negativas ela não desiste. Vendo sua solidão de criança, de ausência de infância, me pergunto: quem será a pequena Simone das manhãs frias de Goiânia?
Quando menino, filho caçula e bem mais novo que meu irmão me acostumei com as brincadeiras solitárias sob a sombra das mangueiras, no amplo quintal da Fazenda Nova América. Brincava sozinho ouvindo o canto dos pássaros e o ruído do vento nos galhos. Ficava muito tempo ali até que ouvia minha mãe chamar. Corria para casa em busca de abrigo no colo materno.
Cresci e a vida trouxe responsabilidades. A rotina diária me absorve e quase não vejo o dia passar. Na volta pra casa, na solidão do meu carro, as canções do radio confortam a alma. Minimizam o stress do trânsito.
Chego ao meu cantinho no Setor Faiçalville e fico ainda algum tempo só. A família somente chega depois. Hora de olhar para o meu quintal, para o pé de goiaba florido, para o pé de manga carregado e com os galhos vergados pelo peso dos frutos que logo, logo estarão maduros e saborosos, brincar com meu cachorro e agradecer a dádiva da vida.
Solidão às vezes passa a ser sinônimo de viagem ao meu ser, ao meu eu interior. Mas peço às pessoas que amo que nunca, jamais, me deixem sozinho na caminhada da vida.

terça-feira, 10 de julho de 2012

ROMARIA TRINDADE 2012: FÉ, LOUVOR AO PAI ETERNO - E MUITA SEGURANÇA


                Ao assumir o comando do 22º BPM da 2ª CRPM - Batalhão Terra Santa, sediado em Trindade – GO, o Tenente Coronel da Policia Militar de Goiás Divino Alves imediatamente buscou estabelecer laços e parcerias com as comunidades da área sob sua influencia.

                Os resultados positivos não demoraram a acontecer. Instituindo a si próprio regime de dedicação total e intensiva, o Tenente Coronel Alves conseguiu rapidamente agregar de forma positiva e fortalecer elos entre a Polícia Militar e o cidadão. De um numero alto de ocorrências reativas, aquela em que a Polícia Militar é acionada após a consumação ou ocorrência de crime ou entrevero, rapidamente as estatísticas passaram a apresentar número maior de ocorrências pró-ativas, onde o trabalho de prevenção, que inclui visitas às famílias, escolas e associações de moradores gerou confiança e integrou sociedade e Policia Militar.
                O ponto culminante desta parceria foi o resultado alcançado durante a Romaria do Divino Pai Eterno 2012, que tradicionalmente acontece na ultima semana de Junho e inicio de Julho.
                Em 2012 visitaram Trindade e o Santuário Basílica cerca de dois milhões e seiscentos mil fieis. Vieram em busca de pagar suas promessas e demonstrar fé e louvor ao Divino Pai Eterno.
A Polícia Militar ao lado da comunidade direta e indiretamente envolvida no evento preparou rigoroso planejamento e impôs eficiência na execução.
Quatro mil e quinhentos homens, mais de uma centena de viaturas, grande número de oficiais comandando quadrantes pré-determinados e presença ostensiva e ininterrupta dia e noite foram suficientes para frustrar a atuação de meliantes. Inúmeras abordagens e um trabalho educativo-preventivo foram realizados. Contou ainda com apoio do Batalhão Rodoviário e do GRAER – Grupo de Patrulhamento Aéreo.
Com apoio de um empresário local foi confeccionado um folder de alta qualidade com dicas de segurança e orientação sobre como não ser vitima de crime. Folder que os romeiros acabavam levando como “lembrança da festa’.

Quarenta câmaras de alta definição, patrocinadas pela Paróquia e comerciantes operadas pelo COPOM local eram os olhos da Polícia Militar sobre os romeiros. No folder uma mensagem que tranqüilizava e dava sensação de segurança: “Sorria! Você está sendo filmado. Nos braços do Pai Eterno e sob os olhos da PM”
Ações como essa, onde a falta de recursos foram resolvidas com parcerias positivas com a comunidade fizeram com que a Romaria de Trindade 2012 fosse uma das mais tranqüilas da história.
Não houve nenhum latrocínio ou homicídio, somente fatos corriqueiros de locais onde há grande aglomeração de pessoas, como perda de documentos e alguns poucos desentendimentos entre cidadãos. O mais importante: as ocorrências mais significativas foram prisão e retirada de circulação de dez foragidos da justiça – criminosos de alta periculosidade de volta às grades.
O Missionário Redentorista e Prefeito do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno Padre Antonio Carlos de Oliveira elogia o modelo de segurança adotado pela Polícia Militar. Segundo ele “foi extremamente eficiente”. Manifesta o agradecimento e espera que no próximo ano também seja assim.
Segundo o Padre Oliveira, espera-se um numero maior ainda de romeiros em 2013. Os resultados advêm da presença da Imagem Peregrina do Divino Pai Eterno em missas conduzidas pelo Padre Róbson Pereira, Reitor do Santuário Basílica, em todo o do país. Isso faz com que se divulgue mais e mais os milagres do Divino Pai Eterno e os fieis compareçam em número cada vez maior à Romaria.

Padre Róbson Pereira

Para o Tenente Coronel Divino Alves, hora de avaliar os resultados do trabalho e já começar a planejar a Romaria de 2013.

Tenente Coronel Divino Alves - Comandante 22º BPM Trindade - GO
Sua dedicação, atuação e sua história o credenciam a ser um dos promovidos nos próximos dias à patente de Coronel. A sociedade espera que a Polícia Militar e o Governador Marconi Perillo reconheçam esse trabalho - profícuo e eficiente.