A publicação feita por
uma pessoa amiga em conhecida e popular rede social, incitando seus leitores e
seguidores a escrever uma frase que era – ou ainda é - rotineiramente dita pela mãe, teve imediata e
volumosa quantidade de respostas. Afinal, qual mãe não tinha, ou tem para seus
filhos frases e expressões comuns, cotidianas e marcantes?
Ao passar os olhos
sobre essa publicação confesso que me vejo novamente nas brincadeiras
solitárias no oitão da casa simples da saudosa Fazenda Nova América, quando
tinha por companhia o cachorro Guamá, e ficava sempre ao alcance dos olhos e
ouvidos de minha mãe. Também me vi nos banhos de córrego com meu pai ou já
adolescente e morando na cidade, na companhia de livros em intermináveis
leituras, onde o pensamento voava através daquelas narrativas maravilhosas.
O coração bateu forte
ao recordar a doçura da minha mãe em frases como “vem pra dentro, Paulinho”, ou
“vem merendar” e depois, quando já era rapaz, “vai dormir, já está tarde” ou
“não demore a chegar”.
A preocupação com a
demora tinha sentido, pois no início das noites de sábado ia à missa e depois
seguia direto para a praça da pequena cidade onde encontrava amigos e amigas da
escola, começando ali a viver os primeiros momentos e emoções da juventude que
se apresentava.
Mamãe sempre foi muito zelosa. Lembro que quando
deixamos a fazenda e mudamos para a cidade eu não tinha permissão para brincar
na rua. Mas aos poucos fui fazendo amizade e conhecendo os vizinhos, a maioria
da minha idade, quando comecei a jogar bola em frente à nossa casa, brincar de
salve-bandeira, béti, e o mais legal de todos, de cowboy.
E quando demorava um
pouco mais, bastava olhar rumo à minha casa para ver a inconfundível silhueta de
minha mãe com o olhar na rua. Era o bastante para imediatamente deixar o que
fazia e correr para casa, quando ouvia a frase “vai tomar banho, menino”.
Era hora de cuidar de algumas
obrigações, como trocar água do galinheiro, molhar a horta e depois, ficar sossegado
ou estudando, fazendo tarefas da escola.
Quando mudei para a
cidade grande, meus pais continuaram morando na pequena São Miguel. E quando os
visitava nas férias ou em feriados, era sempre uma grande alegria o reencontro.
Ao dar a bênção, recebia um abraço, um beijo seguido de um “Deus te faça
feliz”.
E como eram felizes
esses momentos.
Hoje ao recordo com imensa
saudade as frases e expressões que marcaram minha infância e adolescência. Ainda
ecoa em meus ouvidos a voz suave e terna de minha mãe e estão no coração a
lembrança de seus cuidados, seus carinhos.
Amor de mãe é único e
inabalável. E as mães mesmo muito iguais no cuidado, no amor, no zelo com seus
filhos. São capazes de enfrentar o mundo para defendê-los.
Que todos tenham as
mães em seu mais absoluto carinho. E que as mães tenham todos os seus dias
felizes.
Afinal, todo dia, é dia
das mães.