sexta-feira, 11 de maio de 2018

MÃES: AMOR, TERNURA, SAUDADE





A publicação feita por uma pessoa amiga em conhecida e popular rede social, incitando seus leitores e seguidores a escrever uma frase que era – ou ainda é -  rotineiramente dita pela mãe, teve imediata e volumosa quantidade de respostas. Afinal, qual mãe não tinha, ou tem para seus filhos frases e expressões comuns, cotidianas e marcantes?
Ao passar os olhos sobre essa publicação confesso que me vejo novamente nas brincadeiras solitárias no oitão da casa simples da saudosa Fazenda Nova América, quando tinha por companhia o cachorro Guamá, e ficava sempre ao alcance dos olhos e ouvidos de minha mãe. Também me vi nos banhos de córrego com meu pai ou já adolescente e morando na cidade, na companhia de livros em intermináveis leituras, onde o pensamento voava através daquelas narrativas maravilhosas.
O coração bateu forte ao recordar a doçura da minha mãe em frases como “vem pra dentro, Paulinho”, ou “vem merendar” e depois, quando já era rapaz, “vai dormir, já está tarde” ou “não demore a chegar”.
A preocupação com a demora tinha sentido, pois no início das noites de sábado ia à missa e depois seguia direto para a praça da pequena cidade onde encontrava amigos e amigas da escola, começando ali a viver os primeiros momentos e emoções da juventude que se apresentava.
 Mamãe sempre foi muito zelosa. Lembro que quando deixamos a fazenda e mudamos para a cidade eu não tinha permissão para brincar na rua. Mas aos poucos fui fazendo amizade e conhecendo os vizinhos, a maioria da minha idade, quando comecei a jogar bola em frente à nossa casa, brincar de salve-bandeira, béti, e o mais legal de todos, de cowboy.
E quando demorava um pouco mais, bastava olhar rumo à minha casa para ver a inconfundível silhueta de minha mãe com o olhar na rua. Era o bastante para imediatamente deixar o que fazia e correr para casa, quando ouvia a frase “vai tomar banho, menino”.
Era hora de cuidar de algumas obrigações, como trocar água do galinheiro, molhar a horta e depois, ficar sossegado ou estudando, fazendo tarefas da escola.
Quando mudei para a cidade grande, meus pais continuaram morando na pequena São Miguel. E quando os visitava nas férias ou em feriados, era sempre uma grande alegria o reencontro. Ao dar a bênção, recebia um abraço, um beijo seguido de um “Deus te faça feliz”.
E como eram felizes esses momentos.
Hoje ao recordo com imensa saudade as frases e expressões que marcaram minha infância e adolescência. Ainda ecoa em meus ouvidos a voz suave e terna de minha mãe e estão no coração a lembrança de seus cuidados, seus carinhos.
Amor de mãe é único e inabalável. E as mães mesmo muito iguais no cuidado, no amor, no zelo com seus filhos. São capazes de enfrentar o mundo para defendê-los.
Que todos tenham as mães em seu mais absoluto carinho. E que as mães tenham todos os seus dias felizes.
Afinal, todo dia, é dia das mães.

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