Por Paulo Rolim
Na manhã desta
segunda-feira, 18 de dezembro, inúmeros portais de notícias através de seus
perfis em redes sociais trouxeram “a informação” de uma família que havia
adquirido doces em pote produzidos por uma famosa confeitaria de Goiânia, que supostamente
teriam sido a causa da morte de duas pessoas e a internação em UTI de uma
terceira.
O fato triste é que que
ao publicar tais “notícias” envolvendo como protagonista do caso o nome da
Doceria, sequer se deram conta de checar responsavelmente o que divulgaram, trazendo
de maneira açodada e equivocada a própria visão dos fatos, que se seguiu de um
imediato e feroz julgamento sumário que sem defesa, pela informalidade das
redes sociais, resultou em total e absoluta condenação. Para a maioria dos juízes
da internet, não poderia haver outra sentença que não a de morte – ou
fechamento – do empreendimento.
Seria mais um caso comum
de informação equivocada com drásticos e penosos resultados para a empresa que
leva o nome de sua proprietária – Mariana Perdomo – se ela não estivesse
amparada em rígidos processos de produção, atendendo todos os requisitos legais
e sanitários exigidos, além de meios e protocolos de segurança.
Assim que começaram a
pipocar manchetes, inclusive nos telejornais de grande audiência, me veio à
lembrança um caso que, guardadas as proporções, poderia ser semelhante. Refiro-me
à Escola Base, de São Paulo que em 1994 teve seu nome envolvido em falsas
acusações. Pouco tempo depois, se comprovou que tudo não passara de falsas
acusações, mas o estrago já estava feito: a escola fechou suas portas
definitivamente.
No caso de Goiânia, a
pronta reação da empresa, que não fugiu da própria responsabilidade, emitiu
comunicados e franqueou todas as
informações e amostras de seus produtos às autoridades de fiscalização sanitária,
do consumidor e policiais, aliada à resposta de pessoas que conhecem sua
história e de sua proprietária, contribuiu para que em 24 horas a Polícia Civil
– que agiu rápida e responsavelmente – emitisse um comunicado onde afirmava que
a doceria não tinha nenhuma participação nos tristes acontecimentos que
levaram a óbito duas pessoas e deixaram outra em um leito de UTI.
Registre-se também a nota
de uma pessoa da família que perdeu seus entes queridos, onde apesar da dor e
do momento difícil que passa, pediu parcimônia e cuidado com a divulgação de
informações sem a devida comprovação.
Não conheço pessoalmente
a senhora Mariana Perdomo, sei apenas da qualidade de seus produtos como
consumidor, além de acompanhá-la nas redes sociais. Fico a imaginar como devem
ter sido – e ainda estão sendo – estas últimas horas para ela. Justamente ela, Mariana Perdomo, que é exemplo de
sucesso a partir de trabalho, visão, foco e coragem de empreender.
“Perdomo”, em tradução
livre do idioma espanhol significa “Eu perdoo”, porém, não sei até que ponto a
empresária será capaz de perdoar a tantos que irresponsavelmente, por pouco, não
jogaram o seu nome no limbo.
Certamente, a empresária
e sua equipe, no momento têm preocupações mais imediatas do que exigir
retratação de quem a acusou sem provas. Espera-se a que quem cometeu tal erro peça desculpas – ou perdão – e que a sociedade goiana possa abraçar, se solidarizar e prestigiar a confeitaria, que há anos está
na batalha diária e se conseguiu se estabelecer e chegar onde chegou foi por
competência.
Empresas como a de Marian
Perdomo, que pela origem, iniciativa e sucesso geram empregos, recolhem
impostos, são exemplo e orgulho para Goiás.
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Paulo Rolim é jornalista e escritor.
Todo apoio à Mariana Perdomo, mais uma vítima de tantos milhões de fake news em nosso Brasil.
ResponderExcluirParabéns ao jornalista e escritor Paulo Rolim, pela sensibilidade e coragem de se manifestar em defesa da razão e da coisa justa. Mariana Perdomo, pela historia de vida, merece essa deferência .Além de escritor e poeta, um grande articulista!
ResponderExcluirLeny Pereira - Goiânia - GO
Mas precisa conhecer! É quase uma menina! Empreendedora e arrojada! Merece sim o nosso respeito, a nossa admiração e, principalmente, as retratações que DEVEM vir por divulgações irresponsáveis de jornalistas mal formados e mal informados. PARABÉNS, Paulo! Sempre consciente e sério com a sua profissão!
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