quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

QUE MARIANA POSSA DIZER: “PERDOMO*”!

Por Paulo Rolim

 

Na manhã desta segunda-feira, 18 de dezembro, inúmeros portais de notícias através de seus perfis em redes sociais trouxeram “a informação” de uma família que havia adquirido doces em pote produzidos por uma famosa confeitaria de Goiânia, que supostamente teriam sido a causa da morte de duas pessoas e a internação em UTI de uma terceira.

O fato triste é que que ao publicar tais “notícias” envolvendo como protagonista do caso o nome da Doceria, sequer se deram conta de checar responsavelmente o que divulgaram, trazendo de maneira açodada e equivocada a própria visão dos fatos, que se seguiu de um imediato e feroz julgamento sumário que sem defesa, pela informalidade das redes sociais, resultou em total e absoluta condenação. Para a maioria dos juízes da internet, não poderia haver outra sentença que não a de morte – ou fechamento – do empreendimento.

Seria mais um caso comum de informação equivocada com drásticos e penosos resultados para a empresa que leva o nome de sua proprietária – Mariana Perdomo – se ela não estivesse amparada em rígidos processos de produção, atendendo todos os requisitos legais e sanitários exigidos, além de meios e protocolos de segurança.

Assim que começaram a pipocar manchetes, inclusive nos telejornais de grande audiência, me veio à lembrança um caso que, guardadas as proporções, poderia ser semelhante. Refiro-me à Escola Base, de São Paulo que em 1994 teve seu nome envolvido em falsas acusações. Pouco tempo depois, se comprovou que tudo não passara de falsas acusações, mas o estrago já estava feito: a escola fechou suas portas definitivamente.

No caso de Goiânia, a pronta reação da empresa, que não fugiu da própria responsabilidade, emitiu comunicados e  franqueou todas as informações e amostras de seus produtos às autoridades de fiscalização sanitária, do consumidor e policiais, aliada à resposta de pessoas que conhecem sua história e de sua proprietária, contribuiu para que em 24 horas a Polícia Civil – que agiu rápida e responsavelmente – emitisse um comunicado onde afirmava que a doceria não tinha nenhuma participação nos tristes acontecimentos que levaram a óbito duas pessoas e deixaram outra em um leito de UTI.

Registre-se também a nota de uma pessoa da família que perdeu seus entes queridos, onde apesar da dor e do momento difícil que passa, pediu parcimônia e cuidado com a divulgação de informações sem a devida comprovação.

Não conheço pessoalmente a senhora Mariana Perdomo, sei apenas da qualidade de seus produtos como consumidor, além de acompanhá-la nas redes sociais. Fico a imaginar como devem ter sido – e ainda estão sendo – estas últimas horas para ela. Justamente ela, Mariana Perdomo, que é exemplo de sucesso a partir de trabalho, visão, foco e coragem de empreender.

“Perdomo”, em tradução livre do idioma espanhol significa “Eu perdoo”, porém, não sei até que ponto a empresária será capaz de perdoar a tantos que irresponsavelmente, por pouco, não jogaram o seu nome no limbo.

Certamente, a empresária e sua equipe, no momento têm preocupações mais imediatas do que exigir retratação de quem a acusou sem provas. Espera-se a que quem cometeu tal erro peça desculpas – ou perdão – e que a sociedade goiana possa abraçar, se solidarizar e prestigiar a confeitaria, que há anos está na batalha diária e se conseguiu se estabelecer e chegar onde chegou foi por competência.

Empresas como a de Marian Perdomo, que pela origem, iniciativa e sucesso geram empregos, recolhem impostos, são exemplo e orgulho para Goiás.


 * Perdomo, na tradução literal do espanhol: "Eu perdoo".

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Paulo Rolim é jornalista e escritor.

3 comentários:

  1. Todo apoio à Mariana Perdomo, mais uma vítima de tantos milhões de fake news em nosso Brasil.

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  2. Parabéns ao jornalista e escritor Paulo Rolim, pela sensibilidade e coragem de se manifestar em defesa da razão e da coisa justa. Mariana Perdomo, pela historia de vida, merece essa deferência .Além de escritor e poeta, um grande articulista!
    Leny Pereira - Goiânia - GO

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  3. Mas precisa conhecer! É quase uma menina! Empreendedora e arrojada! Merece sim o nosso respeito, a nossa admiração e, principalmente, as retratações que DEVEM vir por divulgações irresponsáveis de jornalistas mal formados e mal informados. PARABÉNS, Paulo! Sempre consciente e sério com a sua profissão!

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