sexta-feira, 15 de junho de 2012

DE CERTOS MOMENTOS: TÃO ÚNICOS E FELIZES


                No meio da semana, por um motivo qualquer, recebo a visita de minha filha que, ao lado do marido me deu a alegria de sua presença. Presença sempre benfazeja ao coração, que nos faz sentir juntos e unidos novamente.

                Enquanto era assada uma deliciosa lasanha, nos pusemos a conversar, ao lado da pequena mesa no cantinho da sala. Mesa pequena, improvisada como mesa de jantar, que de tão arrumadinha parecia esperar lauto banquete.

                A pequena e simples mesa no canto nos acolheu e propiciou momentos de interação e alegre convivência. Simplesmente deixamos de lado novelas, computador, MSN, twitter, ou qualquer outro meio alienante de comunicação. Nos pusemos a falar da vida, de nossos sonhos, aspirações.
                Falamos e recordamos de momentos passados, alguns de muita alegria, outros de tristeza e preocupação como toda família tem. Mas nos permitimos conversar, ou palestrar, como afirmava meu saudoso pai.

                As recordações dos bons momentos prevaleceram. Traquinagens e brincadeiras da infância, o cachorro Piteco, os rabiscos na parede branca do quarto e da sala, tudo no sentido de aprender a escrever logo, tudo isso esteve revolvido nessa viagem ao baú da saudade. Rimos com a narrativa dos primeiros passos dados, incertos, trôpegos e hesitantes. Para logo virarem correria, qual pequeno robô, onde sempre acabava em um pequeno tombo. O nascimento da segunda filha, a expectativa da irmãzinha sob o ponto de vista da então filha única, a mudança para a casa nova. E quando as meninas aprenderam a andar de bicicleta? 

As horas passavam rapidamente e não percebíamos, de tão enlevados que estávamos. Brindávamos a alegria do encontro, de um momento tão único e feliz. Sequer estávamos com o televisor ligado para nos deixar absortos e preocupados com os tufões e as mazelas da vida. Há momentos que a arte quer imitar a vida com realismo incondicional. Isso traz para dentro de nossas casas todas as noites tensão, medo, violência e falta de respeito desmedidos com o ser humano. A ficção não esteve á frente de nossos diálogos, de nossa convivência, enfim, não impediu que nos olhássemos nos olhos.
                De repente, toca o celular: minha filha mais nova, que mora na distante Florianópolis, para onde foi em busca de seus sonhos - o principal deles o de ser engenheira. Festa completa. Se não podia estar presente, ao menos pudemos ouvir sua voz, saber de sua vida, como andam as coisas por lá. O que engrandeceu e valorizou aquele momento.
                Conversamos, rimos, nos emocionamos. O tempo passou muito rapidamente. Quase uma da manhã e o sono começa a chegar. Não para mim, pois certamente ficaria ali naquele encantamento até o amanhecer. 

                Ao ir embora, minha filha deixa a certeza que breve novos momentos como esse acontecerão. São esses momentos da vida que trazem a certeza que sempre nos encontraremos e renovaremos nossos laços de amor e carinho.
                Portanto, esperar com ansiedade e certa saudade um outro próximo encontro.

Um comentário:

  1. Caro amigo Paulo Rolim,
    Também já estou nessa fase das saudades, embora meus meninos sejam um pouco mais novos que suas meninas. Adolescentes, já não ficam mais tão juntinhos, são mais independentes. É a vida, tem de ser assim. Imagino como foi bom e doído ao mesmo tempo para você escrever essa história.
    Um abraço!
    Deus abençoe sempre sua família!

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