sexta-feira, 1 de junho de 2012

JUNHO: DE FLORES, ALEGRIA E SAUDADE


                O primeiro dia de Junho chegou como sempre: um pouco de frio, mais acentuado na madrugada e a mãe natureza agradecendo a benesse de recente e benfazeja chuva, a chamada “chuva das flores”.

                Andando pela cidade pude observar que nas arvores dos quintais e avenidas começam a brotar pequenos cachos de flores. Nas mangueiras começam a rodear os pequenos insetos e abelhas, em busca do pólen, como a demarcar território e garantir a seqüência da vida e alimento para suas colônias.
                O frio que começou em maio continua em junho, trazendo sensação de aconchego. Tardias, as chuvas de maio ainda deram sinal nesse primeiro dia de Junho. Chuvas  fortes, como a garantir que as flores que hão de vir brotem fortes e resistentes.  Teremos ainda em Junho os últimos dias do outono, que será sucedido pelo inverno e depois dará lugar à alegre primavera.
                 Falar em alegria, o mês de Junho nos traz a efervescência das alegres festas, em homenagem aos Santos do mês. As alegres quadrilhas e danças diversas saúdam Santo Antonio, o santo casamenteiro, o mais popular deles, São João, o mais tradicional  e quase no finzinho do mês, dia 29, a festa é em homenagem a São Pedro. 

                Por todas as cidades comunidades se reúnem em novenas e festas. Hora de “moças velhas” e ainda donzelas, como dizia minha mãe cumprirem suas promessas e pedirem novamente em absoluta devoção, que Santo Antonio lhe mande um marido.
                Nas noites de São João, muita festa e alegria nas movimentadas quadrilhas. Hora dos jovens se encontrarem nas quermesses e festas de barraquinhas, como são conhecidas. Quem sabe até arrumar um novo amor. Lembro que a noite de São João é sempre comemorada na véspera, dia 23 de junho. Ao lado do calor da fogueira o melhor momento, o de degustar comidas tradicionais como canjica, curau, milho cozido, amendoim torrado e espantar o frio com quentão.

                Vale em solene costume batizar crianças na fogueira, com os compadres levando a sério a tradição. Padrinho de fogueira deve receber o mesmo tratamento dos padrinhos de batismo, com direito a acompanhar sempre a vida dos afilhados. Momento de tornar mais sólidas amizades e estreitar ainda mais laços de boa vizinhança.
                Depois de tudo isso, após as apresentações das quadrilhas e de arrumar um par ao lado da fogueira, cair em animado e movimentado forró. Com direito a sanfona, zabumba e pandeiro tocando ao vivo as alegres e tradicionais marchinhas. “Pula a fogueira, Ioiô! Pula a fogueira, Iaiá! Cuidado para não se queimar...” Eita, saudade.

                Gosto do mês de Junho, que tem muitos significados para mim. Além da alegria que transborda nas animadas festas, Junho me deu a alegria do nascimento de minha filha mais nova. É também o mês dos namorados.
É também um mês onde renovo sempre desejos de sucesso, paz e felicidades. Seja muito bem vindo, mês de Junho.

3 comentários:

  1. Gosto muito de festa junina, das comidas ao simbolismo tradicional... muito bonita a história e gostei muito também da foto do sanfoneiro. Como você, tenho motivos importantes pra comemorar este mês, como o aniversário do meu pai, amanhã, e o da minha irmã, no domingo.
    Bons motivos pra comemorar!

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  2. O meu íntimo NAO se relaciona com as " tradições" "costumes pagãos" "festejos pseudo religiosos" mas me encanta a Paixao literária com que o nobre autor relata estes costumes , detalhes de cheiros ,cores, sons, sao escrupulosamente anotados nestas crônicas autenticas . Encontro nas Crônicas do verdadeiro ,atento,autor ,o prazer de descobrir paralelos pitorescos ,por este nobre relatados com linguagem simples ,direta, mas com intensa poesia de sentimentos expressa nas entre linhas .

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  3. O Brasil tem uma riqueza cultural que fica infelizmente escondida diante do consumo de outras culturas q nos são empurradas garganta a baixo, não que não sejam importantes, mas é tão bom ler e compartilhar desse relato seu meu amigo q me enche de esperança, faz acreditar que podemos ir mais além e garantir a sobrevivência de nossos valores e costumes! Viva a cultura e nossos escritores :) abraço!!!

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