segunda-feira, 25 de novembro de 2013

NOVEMBROS




Em um Novembro, 25...
Mandei flores...
Há trinta Novembros!

Eram rosas...
Rosas vermelhas
Adornadas com pequenas flores amarelas
Em belo bouquet...
E junto com elas,
Meu coração...

Acompanhava
Um singelo e humilde cartão

Onde
Ao final de poéticas e
Simples palavras,

Havia uma declaração:

Te amo!

-*-



Feliz aniversário!



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

POR TANTO AMOR...


                
Depois de dias e dias chuvosos, a mãe natureza nos brinda com um entardecer de sol brilhante e céu azul. Ainda que durante o dia tenham caído pingos de chuva, a tarde veio de sol, com canto de pássaros e suave brisa que carinhosamente me acaricia a face.
Embevecido com o belo momento da natureza, me vejo a refletir sobre a vida, os sonhos que acalento – ou já acalentei – e concluo que todos os dias novos sonhos chegam - ou se vão.


   
Nuances e circunstancias me obrigam a adotar posicionamentos e tomar decisões. Ou, por vezes, absorver aquilo que se apresenta e administrar da melhor maneira possível. É o real e rotineiro ato de viver. A contrapartida vem com esses momentos de beleza intensa, de uma tarde única, com canto de pássaros.
Em meu imenso quintal me deparo com um pequeno e frágil ninho, onde há dois filhotes. O casal de pássaros se reveza no cuidado e no aconchego aos pequeninos. Ao me aproximar, percebo que eles não gostaram em nada da minha presença. Emitindo sons nervosos, ficam ali, como a me intimidar e dizer: afaste-se. É um ato de amor, dos pequeninos seres, na defesa de sua prole, que é a sequencia e o ciclo da vida. Dessa forma, cuidam para que nada falte ou nenhum mal aconteça com seus filhotes.



Embevecido com esses momentos de ternura, me dirijo à faculdade. Local encantador, onde a cultura e a arte são aparentes.
Ainda na rua, vejo alunos ensaiando com seus instrumentos se sopro na porta do teatro. Não sei o motivo pelo qual ensaiam ali, mas soa para mim como boas vindas, prepara minha alma para o que vou encontrar em instantes.
Ao entrar na escola, vejo alunos em efervescente ir e vir. Movimentos de danças, sons de  piano, saxofone, violão e os ensaios de uma orquestra. Mágico lugar.
Imerso em pensamentos e emoções, me vejo cercado e ladeado por pessoas queridas, pessoas amadas, que tanto gosto. Que dividem parte de seu tempo comigo. Estamos juntos todas as noites em busca do conhecimento, de aprender o sentido da filosofia e da arte. E da vida.
Dividimos cotidianamente alegrias e vez em quando, tristezas. E o carinho que recebo, tenho certeza que é fruto daquilo que planto, da alegria e da boa convivência que vivemos.
Palavras amigas, de conforto são como bálsamo. Trazem paz, calmaria e quietude ao coração.
Em cada abraço recebido, em cada afago, senti muito a presença de amor, ternura dedicação. E por tanto amor, me senti querido e bem melhor depois de tudo isso.
O abraço coletivo foi o ápice. Coroou o momento. E, com o coração leve e agradecido, espero retribuir. Afinal, por tanto amor, seguiremos juntos. Sempre! Vivendo com as emoções que a vida nos traz.



terça-feira, 5 de novembro de 2013

TRAJETÓRIA




Fui Vinicius...
Mandei flores... Me derramei em amores
Compus canções,
Poemas
Fiz declarações...
Encantado com o brilho de um olhar
E pela luz de um sorriso...

Estive Augusto...
Sem a presença de anjos...
Ao lado de Dionísio,
Baco...
Não mandei mais flores,
Perdi teu endereço...
Me vi imerso em dores...
Sem inspiração
Para poemas... Ou canções...

Estou razão.
Sendo eu, apenas eu...
Coração sólido?
Talvez... Tentando...
Porém, aberto...
Que a vida traga!
E perpetue
Em novo amanhecer
Um amor,
Eterno, para sempre,
Como quis Vinicius!





#De_um_poeta_qualquer


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

DO TEMPO, DO AMOR, EM BRANCAS CÃS..

   

         As nuvens que cobriam o céu naquela tarde quente, em seu ir e vir, tocadas pelo vento rapidamente desfaziam as imagens que se formavam.
            Naquele parque, de muito verde, centenas de pessoas faziam sua caminhada ou corrida, crianças brincavam no amplo play-ground e jovens, em lençóis estendidos no chão, preguiçosamente, deixavam a tarde e o tempo passarem, como se não estivessem ali, enlevados e embevecidos em seus momentos de ternura.
            Ao longe, percebo um casal que se aproxima, em passos lentos. As marcas do tempo estão presentes e nítidas nos cabelos e no rosto de cada um. Calma e pacientemente, ele a ampara, cuida para que cada passo dado, curto e trôpego, se torne seguro.
            Chegam até um pequeno banco de madeira, onde ele a ajuda a se sentar. Mesmo à distancia, percebo que um respeitoso silencio se impõe entre os dois. Ela, olhado para o horizonte, às vezes para o céu e ele, mirando a face dela, meio que de lado. Como se quisesse dizer: estou aqui, para tudo que precisar.                                               
            Resolvo me aproximar. Cuidadosa e discretamente, fico ali perto, sentado no gramado. Nesse momento, percebo que conversam entre si. Não falam de dores, nem de saudade, mas de vida. Louvam o carinho de alguns jovens que estão mais distantes, falam de coisas boas do dia a dia e se perguntam: como estará a lua hoje?
            As mãos entrelaçadas mostram o imenso carinho que dividem. Desde que chegaram e sentaram no pequeno banco em nenhum momento soltaram as mãos. Mãos dadas, carinhosamente juntas, seguras. Gesto de amor e ternura.
            Em determinado momento, ele se põe a declamar poemas. Sem cerimônia, para que quem passasse ou estivesse perto como eu, pudesse ouvir. Ela vira o rosto para ele e, olhando nos olhos, se deixa embevecer com aquelas palavras de carinho. Confesso que a emoção tomou conta de mim ao presenciar esse belo e envolvente momento.
            Ao fim do poema declamado por ele, pude ouvir a voz frágil e tênue dela a dizer “obrigado”, seguido por um “amo você”.
            A tarde foi se indo e a noite começou a chegar. A luz artificial do parque logo foi complementada por majestoso luar, que chegou aos poucos, na companhia de estrelas tímidas, quase imperceptíveis.
            E os dois ali, em obsequioso silencio, em momento incomensurável de ternura, a se encantar.
Saí dali com a alma feliz, o coração renovado. Que esses momentos de ternura, enlevo, paz, harmonia e alegria da presença um do outro possam acontecer sempre.
As limitações físicas impostas pela passagem do tempo implacável não impediu um casal - que certamente estão juntos já anos - de dedicar carinho na forma de poemas, mãos entrelaçadas, e de namorar em uma tarde/noite em um banco de um parque, sob a luz de belo luar.
Nem o tempo, nem brancas cãs impediram que renovassem seus laços de amor, com o olhar terno, com mãos entrelaçadas, a dizer um para o outro: “eu te amo”.