O governo federal e sua atrapalhada equipe jogam no ar mais uma ideia esdrúxula e que
vem de encontro à tudo aquilo que a sociedade não aceita mais. Da mesma maneira que ventilou
taxar o atendimento pelo SUS, ou aumentar alíquotas do PIS/Cofins, a ideia de
recriação do famigerado imposto do cheque, ou CPMF, soa como desaforo e
desrespeito a quem produz e trabalha. Um odioso tapa na cara do trabalhador que
teve direitos sociais covardemente retirados, do pequeno empresário que sente a
cada dia mais o fardo dos impostos, do industrial que não suporta mais produzir
para o governo morder uma grande parte e da dona de casa que, a cada ida ao
supermercado, se surpreende com o aumento nos preços dos produtos básicos, não
obstante a retração da economia e a recessão reinante.
Pagamos o preço alto da
falta de planejamento, da farra com o dinheiro publico, dos PAC’s, da copa do
mundo e da futura olimpíada, das obras suspeitas de corrupção, arenas
(estádios) hoje praticamente inservíveis e faraônicas, que venderam equivocadamente
o sonho de país grande e moderno.
A sociedade fez um
grande sacrifício para obter estabilidade da moeda, segurança e confiança na
economia. Foi difícil, mas o Brasil conseguiu. O então Presidente Itamar Franco
deu o start e aos poucos, fomos nos acostumando com calmaria na economia e
esquecendo aos poucos do overnight, dos preços indexados e do aumento diário de
tudo aquilo que precisamos.
A ideia de recriação da
CPMF vem acompanhada de uma chantagem: a de que vai piorar o atendimento nos postos
de saúde, vão faltar vacinas, e a população menos favorecida vai morrer por falta
de atendimento médico, caso não seja aprovado o
malfadado imposto. De fato, hoje se morre no país por falta de
atendimento médico nos postos de saúde e faltam vacinas. Falta até dipirona. No
decorrer desta semana, os telejornais de Goiânia mostraram o desespero de mães
que reivindicam que o governo cumpra seu dever e forneça leite especial para
crianças que deles necessitam. Culparam a burocracia. Então, vai piorar mais
ainda se não aprovar a CPMF?
A vaca está no brejo,
com pneumonia dupla. Nem tosse mais, pois se tossir, cai. Afunda no brejo da
incompetência administrativa, na mesma proporção que o governo quer meter mais
e mais a mão pesada no dinheiro suado e honesto de quem trabalha sério e produz
nesse país.
O governo, do alto de
seus quarenta ministérios e toda uma estrutura viciada, faz aquilo que mais sabe
fazer: gastar, gastar e gastar.
A sociedade dá mostras
que não vai aceitar. Entidades de classe das mais representativas do setor
produtivo mostraram que vão pressionar o congresso nacional, caso a proposta
seja mesmo enviada. E somado a isso tudo, mais um grande desgaste para o hoje quase
inexistente governo da Presidente Dilma Rousseff. Essa proposta pode ser um
start para que teorias pró-impeachment prosperem. O que seria ainda pior para o
país.
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