A caminhada em 2015 começou com incertezas e preocupações. As notícias
não foram boas e o povo brasileiro teve medo do que viria à frente. Logo, começou
o terror do governo, com seus porta-vozes engravatados, todos com cara de gente
séria e comprometida com o país, a informar que mais uma vez o povo teria que
fazer sacrifícios.
Um dos primeiros atos foi uma absurda e injustificada alta nas tarifas de
energia elétrica – deu a impressão que voltaríamos ao tempo da lamparina – que com
suas bandeiras sempre vermelhas, claro, viria extorquir o bolso do trabalhador,
dobrando o valor da conta, apesar do consumo ser o mesmo, ou até diminuir. Tivemos
que nos acostumar com uma nova realidade.
De repente, começam a pipocar no noticiário do radio e da televisão noticias
de prisões de grandes empresários e figurões do poder, algo impensável até
recentemente. O Brasil, através de sinais que vinham da justiça de primeira
instancia do Paraná, começava a acreditar que, apesar da roubalheira instalada,
de vergonha explicitada em confissões de corrupção, delações, em depoimentos constrangedores
- não para os depoentes – mas para o cidadão honesto e de bem, que trabalha e
sustenta esse país desde que Cabral aportou aqui há cinco séculos.
As crianças e jovens de repente se veem cotidianamente diante de
vocábulos que até pouco tempo não eram utilizados. Buscam entender o significado dessas
palavras, como algo novo desconhecido, mas que para a maioria dos brasileiros
são velhas conhecidas. Inflação e recessão, desemprego e retração da economia
era algo que há um ano, poucos previam que acontecesse dessa forma desumana,
fruto de irresponsabilidade e da corrupção.
Mas, de uma maneira ou de outra, sempre haveremos de encontrar motivos
para sorrir e sonhar. As preocupações do dia a dia com a família, com fatos
decorrentes da violência crescente são cotidianas e os rumos que o país pode
tomar nos afligem, mas olhando para o lado, vemos a beleza do brilho das luzes
do alvorecer, o canto dos pássaros saudando o novo dia, o barulho de chuva
mansa caindo e o sorriso puro de uma criança ao encontrar o carinho de seus
pais e avós. Haveremos de sentir ternura ao ouvir o murmúrio das águas de um regato
debaixo de arvores frondosas, quando se ouvir uma canção e ao abrir um livro de
poemas...
Apesar de tudo, penso que devemos acreditar na esperança de dias
melhores. O amor e a ternura devem ser companheiros constantes. O firmamento
sempre trará estrelas que nos oferecem brilho e poesia.
É tempo de Natal. Que agora e sempre, amor e a harmonia sejam o maior
presente. Que apesar de momentos difíceis, a vida seja louvada pela dádiva que
é.
Um feliz natal a todos. De esperança, amor, alegria e ternura! E claro,
com poemas e canções!