O
lançamento de um livro e sua presença no meio literário é motivo de jubilo e
louvores. Ainda mais que, sendo o primeiro do autor, nos brinda com a chegada
de um operário das letras e a certeza de que novos e interessantes livros hão
de vir. Diz-se que, ao lançar um livro, o escritor já tem em mente o próximo, o
próximo e o próximo trabalho. Se não escritos, ao menos encaminhados, pensados,
planejados. E um livro, gerado nas entranhas da alma e do coração, sempre é
algo alvissareiro e marcante.
Ao
escritor, é dado o direito de sentir sempre a renovada emoção de ver seu trabalho,
seja um singelo poema, uma crônica em páginas de um jornal, nas ondas do rádio
ou nas folhas brancas com letras pretas de um livro. É emocionante saber que o
resultado daquilo que nos deixou minutos, horas, dias ou meses –quiçá anos – será
objeto de atenção, de carinho e de obtenção de emoções por parte de quem lê,
que acaba vivendo, vivenciando e adentrando no que está contido ali. Que o
leitor haverá de identificar-se e sentir o coração tocado com aquela narrativa.
Através
de uma rede social, recebi o convite para comparecer ao lançamento de “Aluir a
palha, ruir a pilha”, e fiquei a imaginar e a recordar termos de minha
infância, dos dialetos que eram presentes na longínqua e distante Fazenda Nova América
de minha infância. E o titulo me leva a isso: “aluir a palha, ruir a pilha”.
Aluir, é um verbete do mais puro dialeto goiano, da terra, do interior, da
simplicidade da gente boa do meu querido estado.
“Aluir
a palha, ruir a pilha”. Um título interessante por demais para um livro e que,
nos leva imediatamente ao desejo de consumir avidamente o conteúdo. Esse título
nos leva à lembrança da beleza dos contos de Carmo Bernardes, ou da poesia das
crônicas de Jean Pierre Conrad.
Mas,
quem afinal é Hailton Correa? E esse seu nome começando com H o quer torna-lo
diferente?
Hailton,
como os meninos de sua geração, correu, brincou e andou pelas ruas descalças e
pedregosas de sua Itauçu natal. Cresceu
órfão de pai, que perdeu aos cinco anos de idade, e foi criado pela mãe –
guerreira e lutadora – e pelos irmãos mais velhos.
Como foi trabalhar desde cedo, Hailton Correa
percorreu caminhos: foi engraxate, vendedor de laranjas e na adolescência e a
fase adulta, exerceu funções, como arrancador de feijão, ceramista e cobrador
de ônibus. Não há dúvida que as vivências nesses diversos momentos da vida
foram o campo fértil para a inspiração com que compõe sua literatura. “Aluir a
palha” termo que pode ter o significado de que determinado sujeito é tão preguiçoso
que sequer dá conta de “aluir a palha” – é certamente resultado de suas andanças
na arranca do feijão, ou nas observações feitas aos passageiros dos ônibus onde
trabalhou durante certo tempo da vida.
Hoje,
Hailton é servidor público. E, instado por uma amiga, em 2011 entrou para a
Faculdade de Letras de Inhumas, onde concluiu a graduação em 2014. Além de
licenciado em letras, é agora Escritor.
De
minha parte espero aluir a palha e ávida e intensamente, fazer uma imersão nas
histórias contadas em livro por Hailton Correa.
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