O Jornalista e Produtor Cultural Melck
Aquino tem uma larga e profícua vivência dedicada ao setor artístico e cultural.
Recentemente ocupou a pasta da cultura do Estado do Tocantins. Melck Aquino
postula uma vaga na câmara de vereadores da cidade de Palmas, capital do estado onde vive.
A busca da eleição à uma vaga na câmara de
vereadores de Palmas por parte de Melck Aquino leva à uma reflexão: o setor cultural
precisa urgente de uma bancada comprometida nos parlamentos do país. Chega de
ser apenas animadores de auditório para candidatos políticos profissionais, que
contratam artistas em sua campanha, consequentemente, contratam seu apoio. O Setor
cultural precisa assumir seu protagonismo, hoje restrito às apresentações e
espetáculos. Precisa se unir e eleger representantes, diretamente da classe.
Tornar importante e representativo o setor
cultural, notadamente nos parlamentos, sejam agora, nas próximas eleições às
câmaras de vereadores ou nas assembleias legislativas estaduais e no congresso nacional
em 2018 – nas duas casas: senado e câmara dos deputados – deve ser um dos
objetivos da classe artística brasileira.
Chega de ser “representados” por políticos
que não tem nenhum compromisso com a classe. É preciso ser ator principal, não
mero coadjuvante.
Com isso, pode evitar fatos como o ocorreu
no ano que passou: um politico goianiense, depois de dar um chá de cadeira de
uma manhã inteira em um conhecido cantor e compositor, deu a “esmola” de R$ 300
reais, a título de ajuda de custo para um show em Goiânia. Em contrapartida, “pediu”
uma breve participação no show, onde contaria um “causo”. A contragosto, o cantor
aceitou, contrariando parecer de sua produção. No momento do espetáculo, essa
participação foi um verdadeiro absurdo e quebrou o clima de encanto do show: o "causo" era um texto em diversos momentos obsceno e politicamente incorreto. Felizmente ele
atendeu ao chamado da produção e saiu do palco. Mas, o absurdo não ficou por
aí: no dia seguinte, os jornais traziam uma matéria enviada por sua assessoria,
dizendo ser ele o “promotor” e “produtor” do espetáculo que, tirando sua pobre
e infeliz participação, foi muito bonito. Enfim: o tiro saiu pela culatra, pois
as trezentas pessoas que estiveram naquele espetáculo, jamais votarão nesse
político.
É preciso por fim ao reinado desses oportunistas.
São tão desonestos quanto os que roubaram e vilipendiaram o patrimônio
brasileiro. Fazem do setor cultural um trampolim para suas ambições políticas. E
quando são eleitos, viram as costas para quem os ajudou muitas vezes sem sequer
receber pagamento pelo serviço prestado.
O setor cultural e artístico precisa ser
protagonista, ser o ator principal e não mero figurante. As politicas culturais
no país precisam crescer, e não podem ao primeiro problema econômico, ser
simplesmente extinta ou mesmo adiadas. Cultura é como arroz e feijão: algo absolutamente
necessário e edificante ao ser humano.
Aos artistas e envolvidos no setor
cultural, recomendo que se unam em torno desses objetivos: eleger parlamentares
do setor.
Em Goiânia, na eleição passada, o setor
cultural quase elegeu um vereador, o diretor e ativista cultural Eduardo de Souza,
que como suplente, chegou a assumir por breve período uma cadeira na câmara
municipal.
No congresso nacional, existem as
propaladas bancadas da bala, da bíblia e dos produtores rurais. Representam suas
categorias. Que sigamos seus exemplos e elejamos a bancada da arte e da cultura,
afinal, somos muitos e temos votos. Tenho certeza que será atuante, justa e
acima de tudo comprometida com o país, face à visão que têm da vida.
Bancada da arte e da cultura: fica aqui lançada
a semente. Elejamos quem tem compromisso! E que seja do meio. Sem
atravessadores!
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Paulo Rolim – Jornalista e Produtor Cênico
Twitter: @americorolim
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