Na manhã desta sexta-feira, 30 de dezembro, notei um caminhão de mudanças
que descarregava móveis em uma casa situada a uma rua acima do local onde moro.
O Interessante, é que essa casa havia ficado mais de um ano com placa de venda
e finalmente, encontrara comprador.
Ao me aproximar um jovem veio em minha direção e quando parei o carro, perguntou
se morava nas proximidades. Afirmei que sim, e ao saber que ele seria o novo
morador da casa, dei-lhe as boas vindas. Ele me pediu informações práticas,
onde havia padaria, qual o supermercado que praticava melhores preços, se tinha
agência lotérica por perto, coisas assim.
Então, ele me disse que, depois de quatro longos meses, finalmente a
instituição bancária oficial, onde financiara parte do valor necessário à
compra da casa, liberara as chaves e ele logo tratou de mudar para o novo lar.
Dei-lhe as informações que precisava, e me coloquei à sua disposição, a qualquer
hora do dia ou da noite, como regem as práticas da boa vizinhança.
Nesse momento, se aproximaram duas crianças: um menino, menor e
aparentemente mais tímido e uma menina, mais saída e esperta, os dois, com um
ar de felicidade expresso no rosto. E a menina, toda alegre, veio dizer: “esta
é a nossa casa. E eu agora vou ter meu quarto sozinha”. E saíram correndo em
direção à casa. E João, o novo vizinho, ostentando também um ar de felicidade,
me disse que, teria a felicidade de passar a noite de ano novo em sua morada.
Os moveis – simples, em sua maioria – foram todos descidos do caminhão e
eu também tratei de ir embora, para que o vizinho cuidasse de organizar sua
mudança.
Após esse fato, vieram a mim muitos pensamentos. Primeiramente, o ar de
felicidade no semblante daquelas crianças. Iriam finalmente, depois de tanta
luta, passar sua primeira noite em uma casa que, agora, pertencia a eles. Um
sonho, um objetivo realizado.
Ao recordar aquelas correndo e festejando, me veio a imagem de outras crianças,
desta vez, infelizes e tristes, sendo dizimadas pela maior das maldades que se
comete contra o ser humano: a guerra. Do menino sírio Emran, resgatado vivo e
com medo, debaixo de escombros causados por bombas; ou da pequena criança que
não conseguiu completar vivo a travessia e, morto, parecia dormitar em um berço quando seu inocente e indefeso corpo foi encontrado
em uma praia.
O natal já passou, e agora, aproxima-se o novo ano. No natal, apesar do
ano difícil, as pessoas se confraternizaram, se encontraram em momentos felizes,
muitos de reconciliação e agora, festejam a chegada de um novo ano.
Resta-nos rogar ao criador que seja um ano de concretização de esperanças.
Já sofremos muitos e precisamos de um pouco de sossego ante tanta incerteza e
tristezas.
Mas, o que mais precisamos é de paz, de harmonia, de alegria. E muito
amor no mundo. Que o amor prevaleça sobre todas as coisas nesse novo ano que
chega.
E que assim todos tenham um Feliz, um feliz ano novo!
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