Imagem retirada da internet |
O outono chegou e como sempre, alternando dias quentes com chuvas fortes
e repentinas, quase sempre ao final da tarde. Às vezes, a chuva vem à noite,
trazendo acalento e quietude. Não raro, se estende pela madrugada e ao alvorecer,
tem-se uma bela manhã de sol, clima ameno, suave, o orvalho cobrindo árvores,
plantas e pequenas moitas de capim, verdes nessa época, que ocupam os terrenos
baldios da cidade.
O encanto e o enlevo da alma ficam por aí. Ao ligar o rádio para ouvir
noticias matutinas ou acessar portais via internet, vem-se um turbilhão de
assuntos, em sua maioria, desalentadores e tristes.
O país está à deriva. Governado por um presidente que quer porque quer
aprovar leis que vão contra direitos adquiridos dos cidadãos, com a desculpa de
zerar défits e atender aos mercados, que se locupletam com a especulação
financeira e a leniência das autoridades.
Também criminosos contumazes travestidos de políticos – muitos detentores
de mandato parlamentar, que vergonhosamente
atentam contra tudo aquilo que é bom e honesto. Eles, detentores da confiança
do povo através do voto, roubam, conspiram e vilipendiam o país, composto em
sua imensa maioria por pessoas honestas e trabalhadoras, que ainda assim têm
orgulho de ser brasileiros.
Agora os senhores políticos, a maioria deles indiciados por corrupção, peculato,
roubo do erário e outras modalidades criminosas, com medo de perderem o mandato
ao não serem reeleitos – o que esperamos – querem impor ao país uma tal de
lista fechada, onde os caciques, donos dos partidos políticos, como chefes de
facção criminosa, indicarão seus parceiros preferidos.
Lutamos árdua e dificilmente para poder votar em quem quisermos. Lutamos contra
uma ditadura militar durante 21 nos, mais o tempo que o Sr. José Sarney, eleito
por via indireta, sendo vice de Tancredo Neves, assumiu a presidência da
república por cinco anos.
A democracia no país, regime por mais imperfeito que seja, é um patrimônio
de toda a sociedade e está em perigo. Não podemos aceitar que políticos criminosos, – como o Sr. Renan Calheiros, réu e indiciado por 12 vezes – e que contam com a leniência
e bondade de tribunais que deveriam julgá-los, de maneira vergonhosa e
repentina, acabem com o nosso sagrado direito de votar em quem quisermos.
Pensar que enquanto políticos roubam bilhões, falta gaze e dipirona nos postos
de saúde da rede pública.
O povo brasileiro, o cidadão de bem, honesto e trabalhador, que diariamente
luta pela sobrevivência não pode aceitar que essa corja mantenha-se no poder à
custa de manobras escusas.
E em outro campo, as noticias que chegam pelo rádio dão conta que o mundo
não vai bem. Na insana e inaceitável guerra da Síria, crianças inocentes,
homens e mulheres morreram atingidos por armas químicas, notadamente o letal e
cruel gás Sarin. A sensação é de indignação, tristeza e decepção com o ser
humano.
E para piorar, na manhã de hoje, acordo com a notícia de retaliação dos
poderosos senhores da guerra, lançando seus precisos e poderosos misseis contra
a Síria.
O mundo poderia ser bem melhor. A esperança nos leva a sonhar que, talvez
por um único momento de um dia esses senhores da guerra, sempre imersos em seus
ideais assassinos, deixassem por alguns instantes de lado o ódio e percebessem
a beleza de uma manhã de outono. Quem sabe, mudariam seus conceitos. E a paz se
tornaria mais fácil.
Felizmente temos a beleza das manhãs e a força da poesia, que diariamente
nos alimenta e acalenta. Apesar de tudo, apesar dos senhores da guerra.
Em dias e noites de outono.
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