Dia desses, soube de um menino que, enquanto aguarda sua mamãe sair do
trabalho em uma escola estadual de Goiânia, fica sob os cuidados da pessoa que
cuida da biblioteca. É por pouco tempo, porém, o suficiente para ele viajar
pelos caminhos belos e coloridos de um mundo de livros que estão à sua frente,
em estantes organizadas e enfileiradas.
Aos seis anos de idade, ele estuda em uma pequena escola que fica perto
do trabalho de sua mãe. E o interessante é que ele já está aprendendo a ler, conseguindo
identificar símbolos até pouco tempo estranhos, e assim formar as palavras. Entende
o significado de palavras simples, como é normal em sua idade.
E viaja pelos livros, principalmente os de desenho e história infantil. Mas
seus preferidos são os atlas geográficos, que mostram mapas do mundo, onde aos poucos vai entendendo como é e como
funciona a geografia de nosso planeta. Em seu pensamento de criança, certamente
vem a curiosidade de saber como são as crianças de países de nomes estranhos,
como elas brincam, como vivem e quais suas diversões prediletas.
Um dia desses, ele encontrou um manual que ensinava a construir instrumentos
musicais a partir de sucatas e materiais recicláveis. E se encantou, se imaginou
fazendo muitos instrumentos, onde poderia
chamar seus vizinhos, seus colegas de escola e juntos, formarem uma grande
orquestra como as que ele vê nos programas de televisão.
Só acha sem graça os livros sem figuras, sem fotografias, apenas com
palavras. Pensa que ler aquilo tudo, deve ser muito sem graça. E sempre pergunta
à Professora que cuida da biblioteca se chegaram livros novos.
Quando a resposta é não, ele pega seu celular e vai brincar, como todo
menino de sua geração, com jogos que o aparelhinho oferece. Mas, logo se entedia
e volta a procurar pelos seus amigos livros.
Ao saber da história do pequeno menino, curioso e ansioso por saber das
coisas do mundo, da vida, eu vou à minha infância. Quando tinha sua idade eu frequentava
uma biblioteca e me encantava com tudo aquilo que os livros me traziam.
Como já sabia ler, eu devorava com avidez as aventuras de Júlio Verne, os
gibis Disney e aos poucos, ia entendendo o mundo da literatura de José Mauro de
Vasconcelos, Alencar, Jorge Amado e outros que me fizeram interessar cada vez mais
pelo mundo encantado dos livros.
Fico feliz e admirado ao ver o menino, que em um mundo dominado pela tecnologia,
gosta, se diverte e viaja em sua imaginação através de livros e atlas
geográficos. E consegue tornar natural e harmoniosa a convivência dos livros
com os jogos de seu celular.
Um dia afirmaram que um país se faz com pessoas honradas, homens e
mulheres, e livros. E como estamos precisando de pessoas corretas, do bem.
Fico feliz ao saber do pequeno menino que se encontra diariamente com o
mundo mágico e encantado dos livros. Me traz uma certeza: que a vida pode mesmo
ser muito melhor!
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