As redes sociais e os programas vespertinos de televisão ultimamente
têm trazido uma gama de cenas de violência e de pura barbárie. De repente chega
um vídeo e quando o abrimos nos deparamos com lamentáveis cenas de pessoas
agredindo outras, fazendo justiça com as próprias mãos. Percebe-se que pela
ótica dos personagens dessas lamentáveis cenas, desde que os algozes tenham cometido
algum crime, não importa se leve ou grave, suas mãos não ficarão sujas de
sangue.
Da mesma forma, as ditas redes sociais tornaram-se terra de ninguém,
ringues de violenta luta onde não há espaço para o debate ou a oposição
ponderada e fundamentada de ideias, mas a “verdade” de um sempre deve
prevalecer sobre aquilo que o outro entende ser correto, de acordo com seu
pensamento.
Não há espaço para meio termo, bom senso ou reflexões. Se você entende
como errado determinada ação política ou mesmo como munícipe e cidadão critica
decisões de gestores públicos, imediatamente um batalhão de apaniguados que
você sequer conhece, o defenestra e tenta a todo custo demovê-lo de seu
pensamento e ainda por cima, o ataca violentamente.
Muito parecido os acontecimentos do virtual com as lamentáveis imagens
de violência contra seres humanos, gravadas e repetidas milhões de vezes nessas
maquininhas luminosas que um dia também serviram para ouvir a voz de pessoas
queridas.
Em minhas reflexões e em bate-papo com amigos, chegamos à conclusão
unânime que é preciso agregar coisas positivas ao nosso cotidiano. Pela manhã,
ainda sob os últimos momentos da madrugada, quando o alvorecer chega belo e
cheio de vida – seja com brilhante sol ou com a benfazeja irmã-chuva - que bom
seria se ao invés de pregar o olho na TV, se pudesse buscar um poema, uma
mensagem de paz ou até mesmo fazer uma oração...
Claro que não podemos nos furtar de saber as realidades. E a violência
cotidiana é uma dessas tristes realidades em um país onde sucessivos governos –
inclusive o atual – deixaram de lado a preocupação com o progresso e bem-estar
da população, praticando atos escandalosos de corrupção que quebraram a nação.
Inegável que com esses maus exemplos, a violência tendesse a crescer, tomando
as dimensões atuais.
As maiores autoridades do país frequentam o noticiário, mas sempre
dentro de conteúdos onde a corrupção e o roubo à “res publica” é o destaque.
Não está fácil viver em nosso Brasil. Mas busquemos soluções onde a paz
e o bem sejam protagonistas. Propagar cenas de violência não ajuda em nada, ao
contrário, pode desencadear reações semelhantes. Precisamos de mais poesia,
lirismo, e menos barbárie.
Da forma que se vê, passaremos a achar normal que cidadãos de boa
índole, em momentos de descontrolada fúria, julguem, condenem e executem a
sentença, que pode ser até de morte.
Não podemos jamais nos acostumar e ver como normal a barbárie. Melhor,
em tarde amena de outono, ver o entardecer chegar calmamente e buscar no
coração versos e canções, onde certamente estará contida a poesia tão
necessária à nossa vida.
Mais poesia, mais amor, solidariedade e sorrisos. Para que o sonho de um
mundo melhor se torne realidade, devemos dar uma chance à paz!
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