Ao assistir a
repetitiva e sem graça campanha política no horário eleitoral gratuito da
televisão, além de encontrar nomes curiosos – ou bizarros – me vi surpreso ao
me deparar no vídeo com o sorriso de um político que, em seu dia a dia é sisudo,
autoritário e utiliza a tática de rolo compressor. Diga-se: sorriso mais falso
que nota de três reais.
É até cômico o agir dos
políticos em época de eleições, no sentido de se tornarem simpáticos,
bonzinhos, acessíveis. Vale tudo, desde um improvável sorriso na TV até abraçar
meninos sujos, velhinhos doentes e posar ao lado de lideranças simples dos mais
variados matizes e regiões.
Vale por exemplo
mostrar feitos que não podem ser comprovados e aferidos no curto prazo pelo
eleitor. Os senhores candidatos em sua grande maioria trazem a tríade “saúde,
segurança e educação” como prioridades em seus mandatos caso sejam aprovados
nas urnas. Mas o passado de alguns que já exerceram ou exercem mandatos mostram
que nos momentos em que era necessário defender, ou mesmo argumentar teses e
temas que poderiam proteger ou defender o trabalhador, as minorias ou o
empresário que carrega esse país nas costas, furtaram-se disso, sob o argumento
fácil que precisavam ter responsabilidade com a governabilidade do país. Como se
governabilidade não fosse dar proteção e garantir os direitos do cidadão.
Em Goiânia e região
metropolitana é comum se observar que no sistema de saúde falta desde dipirona,
gaze, luvas e até médicos. Diariamente, os telejornais mostram a agonia de
jovens mães em busca do direito de parir seus filhos com dignidade, ou ter para
seus filhos o cuidado que precisam e constitucionalmente têm direito. Mas quando
uma mãe ou um pai precisa do atendimento urgente de um pediatra para cuidar de
seu filho em momento de dor e preocupação, sempre se depara com imensas dificuldades,
apesar de nos refrigerados gabinetes de achar que está tudo bem.
Em tempos de eleições
tudo é paz e felicidade. Sorrisos falsos como o do candidato que citei no início,
os discursos veementes onde exaltam “defesa intransigente da sociedade”, além
de expressões como “sustentabilidade”, “políticas públicas”, “justiça social”, “defesa
de minorias”, e etc., são a tônica dos políticos da nossa atualidade.
Nessas eleições temos
um novo componente: a de políticos investigados em várias frentes, com muitos partidos políticos sendo nominados pela procuradoria Geral da República como
Orcrims – organizações criminosas – à moda das facções que atuam nos presídios
brasileiros.
Esses políticos, embora
investigados pela Polícia Federal, Ministério Público e com aval da justiça em
diversos níveis, adotam a tática de desmoralizar e diminuir o trabalho das
instituições, afirmando que as investigações onde eles foram pegos roubando o
erário são “mera perseguição política”. E algumas agremiações políticas vêm com
a maior cara de pau, idolatrando criminosos condenados, já presos, cumprindo
pena.
É esse o quadro que o
eleitor brasileiro encontra na campanha às eleições 2018. É nítido que
precisamos de renovação nos parlamentos, mas dificilmente isso ocorrerá. Não que
eu seja pessimista, mas as velhas práticas políticas ainda conseguem envelopar
o eleitor, que pode assinar e dar novamente um cheque em branco, válido por
quatro anos, a quem não merece e nunca vai representa-lo dignamente.
Os políticos, sempre os
mesmos, que a cada eleição aparecem sorrindo com muita maquiagem para parecerem
jovens intrépidos, bonitos, até imortais, querem seu voto. Mas, continuam achando
você, eleitor, um idiota.
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