Muito cedo tive contato com a música. Não obstante as cantigas com as quais minha mãe me embalava, ou os acordes tirados do violão por meu pai, que interpretava valsas e dobrados, ouvia também as canções do rádio - companheiro inseparável das pessoas naquele tempo. E era o radio quem dava o ar de sua graça logo de manhã, trazendo a programação de emissoras distantes, mas que chegavam bem, em ondas médias, ondas curtas ou tropicais.
Na Fazenda Nova America em luminosas e belas manhãs de sol era comum as mulheres da vizinhança se juntarem no pequeno riacho que ficava perto da casa, para lavarem as trouxas de roupas que traziam na cabeça. Aproveitavam o local propício, devido a pouca profundidade do riacho, que tinha areia e pedrinhas brancas no fundo, além de um imenso lajedo que ficava na margem, onde colocavam as roupas mais claras para quarar. E quando os assuntos começavam a se esgotar entoavam cantigas, alegres, canções de roda, que traziam das lembranças da infância de outrora. Pareciam cantar para esquecer um pouco da vida sofrida que levavam.
Ali perto moravam também muitos nordestinos. Trabalhadores braçais, meeiros, agregados, ocupavam pequenos ranchos onde viviam com a família, normalmente numerosa, com muitas crianças. Nas visitas em que acompanhava meu pai e minha mãe, sempre encontrávamos aquelas pessoas em momentos alegres.
Admirava o bom humor dos repentistas, mas me encantava mesmo era com o aboio dos vaqueiros, o lamurioso canto entoado por aqueles homens rudes. Contavam cantando historias de sua árdua labuta diária, mas encontravam espaço para também falar de sua juventude, amores passados, patrões bons ou maus. A difícil vida do vaqueiro nordestino em terras distantes do saudoso torrão natal.
Mais tarde, adolescente e já morando na cidade, aprendi a tirar parcos acordes do violão e vivi a época de ouro da MPB. Viajava nas letras de Zé Ramalho, Chico Buarque e sentia o coração bater mais forte com as poesias musicadas de Vinicius de Morais. Começara a sair à noite nos bailinhos de sábado e admirava as luzes do pequeno palco onde se apresentavam as bandas – ou conjuntos musicais - que animavam a noite. Mas o bom mesmo era ver a surrada guitarra, de onde saiam acordes e escalas.
Nesse mesmo tempo comecei com a influência e ajuda de um amigo de colégio a viajar nas imensas avenidas da musica erudita e meu Tio e padrinho Antonio Rolim me apresentou a boa musica de seresta. Orquestra Tabajara, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Altemar eram seus preferidos.
A música sempre fez parte de meu mundo e de minha vida. Em viagens ao interior do meu estado ou mesmo do país, em busca da sobrevivência, somente consigo amainar a saudade de casa e da família com a companhia de algumas canções, que aliviam e enternecem o coração.
Na Fazenda Nova America em luminosas e belas manhãs de sol era comum as mulheres da vizinhança se juntarem no pequeno riacho que ficava perto da casa, para lavarem as trouxas de roupas que traziam na cabeça. Aproveitavam o local propício, devido a pouca profundidade do riacho, que tinha areia e pedrinhas brancas no fundo, além de um imenso lajedo que ficava na margem, onde colocavam as roupas mais claras para quarar. E quando os assuntos começavam a se esgotar entoavam cantigas, alegres, canções de roda, que traziam das lembranças da infância de outrora. Pareciam cantar para esquecer um pouco da vida sofrida que levavam.
Ali perto moravam também muitos nordestinos. Trabalhadores braçais, meeiros, agregados, ocupavam pequenos ranchos onde viviam com a família, normalmente numerosa, com muitas crianças. Nas visitas em que acompanhava meu pai e minha mãe, sempre encontrávamos aquelas pessoas em momentos alegres.
Admirava o bom humor dos repentistas, mas me encantava mesmo era com o aboio dos vaqueiros, o lamurioso canto entoado por aqueles homens rudes. Contavam cantando historias de sua árdua labuta diária, mas encontravam espaço para também falar de sua juventude, amores passados, patrões bons ou maus. A difícil vida do vaqueiro nordestino em terras distantes do saudoso torrão natal.
Mais tarde, adolescente e já morando na cidade, aprendi a tirar parcos acordes do violão e vivi a época de ouro da MPB. Viajava nas letras de Zé Ramalho, Chico Buarque e sentia o coração bater mais forte com as poesias musicadas de Vinicius de Morais. Começara a sair à noite nos bailinhos de sábado e admirava as luzes do pequeno palco onde se apresentavam as bandas – ou conjuntos musicais - que animavam a noite. Mas o bom mesmo era ver a surrada guitarra, de onde saiam acordes e escalas.
Nesse mesmo tempo comecei com a influência e ajuda de um amigo de colégio a viajar nas imensas avenidas da musica erudita e meu Tio e padrinho Antonio Rolim me apresentou a boa musica de seresta. Orquestra Tabajara, Carlos Galhardo, Orlando Silva, Altemar eram seus preferidos.
A música sempre fez parte de meu mundo e de minha vida. Em viagens ao interior do meu estado ou mesmo do país, em busca da sobrevivência, somente consigo amainar a saudade de casa e da família com a companhia de algumas canções, que aliviam e enternecem o coração.