A noite calma, de
clima ameno parecia conspirar a favor do jovem casal, que seguia caminhando em
silencio, de mãos dadas pela rua quase deserta, vez por outra, ocupada por
meninos irrequietos que corriam em suas brincadeiras de “pique – esconde” e “salve
bandeira”.
Leve brisa sussurrava aos ouvidos e
acariciava suavemente a face dos jovens. Andavam calma e placidamente, sem
pressa, sem medos, livres e apaixonados. Coração batendo forte, pela presença
feliz.
Ouviram ao longe o som de suave e romântica
valsa, cujo som extraído por mãos hábeis de um acordeom dolente, percorria os
caminhos dos becos e ruas de pedra, acompanhada pelo frescor da noite. Era uma
canção romântica, da época, tocada em um sarau, que acontecia em um sobrado
perto dali de onde estavam.
Deixaram-se levar instintivamente e sem
combinar em direção ao local. Era um sobrado antigo, residência de tradicional
família. Ao chegar mais perto, sentaram-se em um pequeno muro e deixaram a
musica adentrar suas almas.
Ainda de mãos dadas, observaram a lua
imensa, majestosa que começava a despontar no céu. Brilhante, intensa, bela.
Parecia querer luminar e emoldurar mo romance daquele casal apaixonado.
A
música continuava no velho sobrado. Agora, era uma modinha de seresta. Ao
acordeom juntara-se um violão e uma voz masculina. A lua, agora já mais no alto, era testemunha
daquele enlevo. Momento perfeito e feliz da vida daqueles jovens. Nem
perceberam que não seguiram seu destino.
Deixaram-se ficar ali, encantados com as canções de amor do sarau.
Mas o tempo exigia, e não puderam mais
ficar ali. Começava a ficar mais tarde e os pais da moça certamente haveriam de
se preocupar. Foi com tristeza que se despediram no portão. Ele ainda percebera
as mãos dela trêmulas e uma tímida lágrima rolar pela face. Beijou-a suave e
respeitosamente. Emocionado, prometeu
que voltaria no dia seguinte.
Novamente passou em frente ao sobrado e, no
mesmo lugar de antes, deixou-se ficar, ouvindo as canções de seresta e de amor
do sarau. A lua, novamente a acompanhá-lo – desta vez sozinho – parecia dobrar
a saudade que sentia da amada.
Deixou-se
levar e encontrou um grupo de amigos que saiam para fazer serenata. Juntou-se a
eles. Todos rapazes jovens como ele, apaixonados e enamorados por suas amadas.
A noite seria de romantismo e alegria. Folgavam, viviam a flor da mocidade e
naquele tempo, se permitiam esses momentos. Serenatas, canções de amor, lua
cheia. Cenário perfeito para serenatas.
Imaginava o dia seguinte, ao anoitecer.
Novamente estaria nos braços da amada. Em doce e feliz momento. Não se sabia se com sarau, ou serenatas e
canções de amor. Mas com romantismo e lua cheia. Felicidade plena naqueles
corações apaixonados.
Paulo sempre muito bom ler o que vc escreve... escrever é uma forma de viver, de deixar a alma comandar as letras transportando os sonhos, e vc nos deixa encantados com tão belo texto, vc escreve com coração, com alma de um verdadeiro poeta! Lindo texto, lindo programa da rádio #Universitária em Seresta! Parabéns, que Deus te abençõe cada dia mais e mais para que vc possa continuar nos alegrando . Grande abraço Edilene
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