segunda-feira, 5 de agosto de 2013

POEMA DAS MÃOS RUDES

Meu pai nunca teve carro
Bicicleta ou carroça
Cuidava da sua roça
Era artesão do barro

Gostava de fazer graça
Produzia boa cachaça
Era um sujeito animado

Naqueles rincões distantes
Sem vogais ou consoantes
Poeta não estudado.

De noite, depois da lida
Sem reclamar da vida
Plangia no violão
Buscava no coração
Canções de amor e saudade.
,
De mãos rudes, grossas, calosas,
Tirava valsas, dobrados,
Buscava uma melodia

Como maestro sem fraque
Encantava quem ouvia
Sinfonias, valsas, dobrados
De João Sebastião Báqui


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