A noite era iluminada pela beleza da lua crescente, caminhando para cheia, que volta e meia furava o bloqueio de nuvens teimosas e vinha iluminar a mesa cuidadosamente posta e arrumada. Ali, no ambiente externo da casa, ao lado da pequena varanda rodeada de orquídeas e samambaias havia um ar de jardim de paz, agradável e acolhedor.
Em um canto, tímido, sobre uma pequena
cômoda repousava um velho radio. Pela imponência
das linhas e cores que um dia foram modernas e atraentes - e que certamente
havia enfeitado e fora o móvel principal de uma sala de estar de uma casa feliz,
onde a grande alegria eram as canções do mágico e encantador rádio.
Havia um clima de ansiedade, afinal, a
família ainda não estava completa. Faltava o chefe daquela família, que
demorava a chegar, talvez por causa do transito ou mesmo um motivo qualquer.
A filha do casal volta e meia lançava o
olhar para a porta da frente da casa, como a querer naquele gesto que ela se abrisse
repentinamente e ela então visse a figura do pai entrando por ali.
Observou com alegria o cuidado e esmero com
que a mãe dava os últimos retoques na mesa, onde os três, pai, mãe e filha em
breve se confraternizariam. No cardápio, comida árabe, com todas as delicias
que essa culinária oferece. Sentiu ternura e amor naquele momento.
Eis que ouve a voz do Pai e ao lado da mãe,
corre para recebê-lo e abraça-lo. E hoje
ele veio com algo a mais: um belo buquê de rosas e uma orquídea. Com uma
declaração de amor, ele ofereceu as rosas para a mãe e a orquídea para ela.
Emocionou-se e mal deu conta de dizer
obrigado ao pai. Ouviu-o dizer que as flores, eram para ilustrar a data,
afinal, hoje se comemora o “dia da poesia”. Viu a mãe carinhosa e
cuidadosamente colocar as rosas sobre a mesa e apressou-se em também guardar
ali ao lado sua linda e encantadora orquídea.
O pai ao chegar, mostrava cansaço no
semblante, mas o sorriso e a alegria que demonstrou ao entrar em casa afastou essa
expressão. Agora só havia motivos e espaço para a felicidade, o cansaço de um
dia inteiro de trabalho já ficara esquecido.
Antes que se sentasse á mesa, viu o pai
ligar o rádio e embora fosse criança ainda, gostava daquelas canções suaves e dolentes.
E ao ver o pai e a mãe felizes com aquelas canções, também se sentia feliz.
Olhou para a lua e ao desviar o olhar, viu
o pai e a mãe de mãos dadas se beijando ternamente. Preparou-se para
sentar á mesa ao lado de quem tanto amava. E ao estarem juntos, ouvindo as
canções no radio, sorriu feliz.
Sorriu ao perceber que àquela mesa, entre iguarias e sabores deliciosos, havia um componente que fazia seu coração
sentir feliz e seguro: o amor! O amor verdadeiro e puro de sua família.
Em romântica noite de luar, canções de amor
e poesia.
Que texto lindo. Tocante. Puro. Parabéns!!!
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