Ha poucos dias, em reunião com os governadores da região nordeste, o
Ministro da Fazenda Joaquim Levy deixou claro que a manutenção dos benefícios
sociais está condicionada ao sucesso e à aprovação do ajuste fiscal proposto no
congresso nacional através de duas medidas provisórias e que devem ser
aprovadas até junho próximo.
A Universidade Federal de Goiás passou a atrasar contas consideradas
básicas, como energia elétrica, telefone e internet, bem como o pagamento dos
fornecedores de insumos e de serviços terceirizados, devido ao corte mensal de
mais de dez milhões de reais efetuado pelo governo federal, algo até então
inimaginável.
Alunos que sonhavam em cursar uma universidade com financiamento do
propalado FIES sequer conseguiram acessar o sitio do Ministério da Educação e
pura e simplesmente tiveram que adiar seus sonhos, ou mesmo abandonar o projeto
de um curso superior.
Ao contrário do que pregou e sustentou durante a campanha a então
candidata à reeleição Dilma Rousseff, constata-se que o pais está quebrado. Poucas
horas após a confirmação de sua vitória nas urnas, desnudou-se a situação. E
não adianta sonhar, pois a vaca, ou o rebanho está tossindo. Ocorre que se o
governo federal não toma essas medidas, a situação complicar-se-ia ainda mais e
o país correria sério risco de viver situações que acontecem mundo agora, como
por exemplo, na Grécia.
Voltamos, depois de anos de estabilidade econômica a ouvir termos que
pareciam sepultados, como inflação em alta, recessão, ajuste fiscal e técnicos
do FMI opinando sobre a economia do país. São parte de um passado não muito
recente e que não fez parte do dia a dia dos jovens da atualidade, que não
sabem o que é inflação mensal de 40, 50 e até 80 por cento, como já vivenciei
um dia. Enfim, o Brasil está quebrado e os reflexos são sentidos em todos os níveis
da administração.
As reinvindicações e a luta dos professores e profissionais da educação, bem
como de outros setores do funcionalismo publico são justas e tem sua razão de
ser.
Os professores, que na gestão de Thiago Peixoto se sentiram vilipendiados
e lesados, quando de forma abrupta tiveram retiradas conquistas que consideravam
pétreas e imutáveis como a titularidade e o plano de carreira, tem
na Professora Raquel Teixeira a esperança e a certeza de que o comando da pasta
é exercido por alguém comprometido com a educação.
A presença de Raquel Teixeira como titular da pasta que engloba a
educação é reinvindicação antiga e sonho dos educadores. Raquel, Professora
desde os quinze anos de idade, conhece a educação como ninguém. Teve profícua e
marcante trajetória na câmara federal por dois mandatos, onde propôs projetos interessantes
e modernizadores, no sentido da evolução do setor e focados na valorização dos profissionais
da área.
A confirmação da Professora Raquel como secretária de educação trouxe
alento e esperança. Ela mantem e está firme em sua proposta, em seu sacerdócio
de buscar o melhor para os profissionais. Mas hoje esbarra na situação econômica
do país, com fortes reflexos nos estados e, onde qualquer aumento de despesas, compromete
e coloca em risco mais ainda as finanças.
A omissão do governo federal nos últimos anos e as medidas que implementadas
trouxeram de imediato forte recessão e inflação alta, e por conseguinte, retração
e queda forte na arrecadação. E sem dinheiro, é impossível fazer alguma coisa.
O governo de Goiás lançou mão do parcelamento dos salários, tendo um “fôlego”
de 50% do valor por poucos dias - até para que não houvesse atraso e a situação
não fique ainda mais complicada. Lembro que em um passado já distante, tivemos
atrasos de até seis meses nos salários do funcionalismo.
É preciso cautela e bom senso. A greve é um instrumento legitimo de
pressão e de proteção ao trabalhador. Por outro lado, um ato extremo e que não pode
ser o único, e nunca ser mal utilizado. Lembro que ao assumir a pasta, Raquel Teixeira
de imediato buscou o dialogo com a classe, colocando-os a par da realidade que
encontrou. Foram vários encontros, um deles tendo a secretaria de fazenda Ana Carla
Abrão e o governador Marconi Perillo como interlocutores.
É inegável a legitimidade das aspirações dos educadores. E o governo de
Goiás tem uma dívida imensa com eles, dado a forma com que tiveram seus direitos
retirados em 2013, na gestão de Thiago Peixoto, que para a maioria dos educadores,
foi desastrosa.
É necessário equilíbrio e diálogo. A greve nesse momento é inoportuna,
face à impossibilidade do governo em atender aquilo que se considera justo.
O ajuste fiscal, ou arrocho, como dizem, é forte. No âmbito federal, repasses às
universidades e fundações foram cortados, politicas sociais devem ser revistas
e no âmbito municipal, professores que estão em greve, não têm a mínima certeza
que serão atendidos em suas justas reivindicações.
Raquel Teixeira tem história e compromisso com a educação. Sua historia
de vida mostra e deixa isso muito claro. Jamais deixou de lutar ou defender aquilo
que considera a única opção para um país se desenvolver. Portanto, merece
crédito e a confiança dos educadores. Penso que se com ela está difícil, seria ainda mais com outra pessoa ocupando a pasta, afinal, Raquel Teixeira é
Professora, vive a educação e tem como missão de vida buscar um mundo melhor, motivado
pela educação.
E, tenho certeza que o maior compromisso de Raquel Teixeira, é com a
educação e com seus profissionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário