sexta-feira, 16 de setembro de 2016

CANTAM (EM SI) AS CIGARRAS


Foto: Thais Rolim Póvoa

Em alguns dias dessa semana que está quase terminando, a mãe natureza nos brindou com um espetáculo único, fantástico. Ao nascer do dia, eis que percebemos que brotou no horizonte, de maneira tímida, coberto por nuvens tímidas, um sol de tom avermelhado, com nuances de rosa, que foi clareando conforme o dia ia se espichando.
O céu parece ter parado para dar lugar e visão àquela maravilha. Um sol pouco comum, que nascia vermelho, ou vermelho-rosa, cheio de belezas e encantos. E as nuvens , que pouco apareciam, pareciam concordar com o mormaço que trazia e mantinha um clima marcado por um calor insuportável.
Ao chegar ao trabalho, em uma avenida movimentada do centro de Goiânia, enquanto admirava o incomum sol vermelho, comecei a ouvir canto de cigarras. No começo, uma apenas. Depois, vieram outras e se juntaram ao coro irregular, com notas musicais pouco entendíveis, mas que traziam com aquele canto a certeza que em breve, a irmã-chuva haverá de nos trazer alívio e aconchego.
E lembro que com o canto de cigarras e o sol vermelho das manhãs de minha querida cidade, é tempo de quase primavera. Em poucas horas, a estação das flores, das cores alegres e da certeza da continuidade do ciclo da vida, está presente entre nós. Primavera de cores e de flores, muitas flores.
Assim, passei toda a manhã, sem conseguir me desvencilhar da lembrança do sol vermelho e da certeza da presença em breve da primavera.
Ao chegar em minha casa, depois de vencido o expediente primeiro do trabalho, me deparo com a jabuticabeira carregada de frutos, já quase em ponto de colheita. Frutos que em poucos dias estarão prontos, maduros, com a doçura que somente eles têm. E além de mim, alimentarão os amigos pássaros, que habitam o quintal. Os pássaros – meus amigos - estão em algazarra constante, já habitando os ninhos recém-construídos nesse tempo de espera da chuva, e da primavera, onde darão continuidade às suas espécies.
Com isso não percebo a rapidez com que a tarde vai passando. E as cigarras, aqui e ali a entoar seu canto de esperança, de proximidade de primavera, de certeza de dias mais amenos.
A tarde se vai e a noite chega. Não obstante a beleza de um sol vermelho na manhã, a noite traz uma lua no céu, cheia de luz, de magia, de encantos. Inspiradora. Pura poesia.
Lua que, apesar de suas fases, entre idas e vindas, sempre renova o coração. Ainda mais quando surge bela, mágica imponente e cheia de luz como estava nas noites dessa semana.
À noite, o clima é mais ameno. Mas o coração dos poetas se aquece e bate forte. Ainda mais depois de um sol vermelho e misterioso ao alvorecer, manhã e tarde de canto de cigarras, a magia da lua a acalentar os corações.
Sempre ela, a lua! Trazendo poesia e inspirando canções, a emoldurar noites de puro lirismo.






Nenhum comentário:

Postar um comentário