O mês de maio chegou com poucas e esparsas chuvas, madrugadas amenas e
dias com menor intensidade de luz. Sim, menor intensidade de luz, pois o
anoitecer vem rápido, pouco depois das seis da tarde.
É interessante, mas em maio – seja nas árvores das avenidas da cidade ou
nos quintais, os pássaros parecem ter saído de sua letargia da época das chuvas
e, fagueiros, cantam como na primavera, ziguezagueiam pra lá e pra cá, como que
a aproveitar o frescor e a beleza das manhãs de outono.
As famosas chuvas de maio, por aqui foram poucas. Deram o ar da graça longe,
distante. Percebe-se que estão presentes, por causas das nuvens negras no
horizonte, mas em meu bairro, foram poucas. A previsão do tempo informa que elas ainda
virão, mas cada vez mais raras, até sumirem de vez. Talvez voltem em junho ou
agosto, na famosa e importante chuva das flores.
E por falar em flores, percebo nas mangueiras do quintal imensos cachos
com seu perfume característico, que atrai inúmeros insetos que ficam circundando-os.
E esses cachos de flores, em meio às frutas temporãs que fazem a alegria dos
pássaros são a certeza de que em breve, nova safra, nova temporada de mangas,
doces e sempre deliciosas.
Maio é para mim um mês muito especial. É quando o clima tem a ver com o
que a estação do ano, o outono, representa. É em Maio que temos o retorno das
manhãs de sol brilhante que trazem até nós aquele ar de cidade do interior,
transcendendo paz e harmonia em todas as horas do dia. E maio é o mês em que
comemoro bodas. E neste ano, de madrepérola. 31 anos.
Pra mim, maio tem datas sempre muito especiais. No seu segundo domingo é o
dia das mães. Não te como deixar de se emocionar ao recordar os carinhos e o
cuidado de minha mãe durante minha vida e o cuidado das mães que me cercam – a
amada, que é mãe das minhas filhas e avó do meu neto, minhas irmãs, mães de
amados sobrinhos e sobrinhas que também são mães, e tantas outras mães que, ao
longo da vida, amei e fui amado por elas.
Outra data a celebrar, é o dia 24. 24 de maio era quando comemorávamos o
aniversário de min ha querida e saudosa mãe Elvira Rolim. No mês das mães,
minha mãe era aniversariante.
Era quando toda a família se reunia. Irmãos e irmãs, cunhados e cunhada,
sobrinhos e sobrinhas, e amigos da família para primeiro, um almoço onde todos
davam sua parcela de colaboração. A mim cabia fazer o churrasco, ou quando o cardápio
era diferente, fazer o prato especial no fogão à lenha.
Era um dia de alegria e confraternização. E o violão “alguém trazia” e
era tocado por meu pai, meu irmão e por mim. Tocávamos acompanhados por muitas vozes
que entoavam canções que nos acompanharam desde a infância. O ponto alto era
quando alguém pedia e começava duas canções muito marcantes: “Utopia” e “Canção
da família”, ambas do Padre Zezinho. Momento de abraços, de lágrimas de emoção
e de alegria.
Logo todos almoçavam e no meio da tarde era a alegria da meninada: hora
do parabéns e de cortar o bolo, que vinha acompanhado de brigadeiros, doces e bombons.
Hoje, minha queria mãe não está mais entre nós. Mas o mês de maio me traz
essas lembranças e o presente é sempre maravilhoso. Como as etapas da vida sempre
se cumprem, viver o presente, guardar nos recônditos do coração as saudades.
Na felicidade de viver mais um mês de maio, que antecede junho. Que este
maio seja como sempre, de bênçãos e bem aventuranças. De saudades e, também de muitas alegrias.
Parabéns, poeta.
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