Ao abrir o portão de casa para sair com o carro, o dia ainda não havia
chegado e a madrugada insistia em permanecer, com seus mistérios e encantos.
Uma leve chuva caía molhando o para-brisa do carro e deixando o asfalto liso e
de certa forma escorregadio, o que inspirava cuidados.
Ouvindo pelo rádio as ultimas noticias e canções antigas, antigas,
tomei o rumo da rodovia que me levaria ao destino, a fazenda de um amigo,
situada no município de Jandaia, região oeste de Goiás.
Como o transito estava tranquilo àquela hora, não demorou e logo estava
adentrando a rodovia de pista dupla e nova, ao mesmo tempo em que começavam a
aparecer os primeiros raios de luz da manhã.
E o dia chegou rápido. Já na primeira cidade, a pouco mais de 30 km de
Goiânia estava totalmente claro, permitindo com isso visualizar a beleza da
paisagem nessa época do ano, com pastagens de um verde muito vivo ou pequenos
talhões de mata que insistem em resistir à ação do homem.
Aqui e acolá, pequenos pontos brancos sobre esse verde indicando
rebanhos grandes de gado da raça Nelore, o mais criado no estado de Goiás. Era
um contraste perfeito o branco das reses e o verde escuro do pasto, aqui e ali
entremeadas por alguma arvore solitária.
De repente, o cenário mudava e extensas plantações apareciam, qual
tapete verde a se perder no horizonte. A pujança daquele verde me fez acreditar
que em breve, meu país poderá estar melhor que hoje. Que aquele verde trouxe
uma quase certeza que a esperança de dias melhores está viva e com ventos a
favor.
Cheguei à fazenda, cumpri minhas obrigações, revi amigos e após tomar
um delicioso e aromatizado café feito na hora, me pus na estrada, voltando para
casa, novamente me deliciando com as belas paisagens dos verdes campos da minha
terra.
Então, o coração bateu mais forte, pois lembrei que em alguns dias
comemoraremos o natal. Natal que sempre é e deve ser em família, saudando o
nascimento do menino Jesus, que embora Divino, Filho do Pai, quis nascer em uma
estrebaria humilde, sendo acalentado sobre uma manjedoura.
O coração ficou leve, feliz ao saber que em breve haveriam reencontros
felizes e pessoas com o coração atenuado pelo clima de natal que sempre traz fraternidade,
desejos de bem-aventurança e felicidade.
Ao lembrar dos verdes campos de minha amada terra, lembro que também
essa pujança precisa alcançar – e em breve – os milhões de desempregados do
Brasil, que precisam ser acolhidos e terem sua dignidade resgatada, pois
trabalhar podem e querem, mas por falta de oportunidade, vivem de bicos, embora
mantenham o sorriso de otimismo na face.
Que o natal seja fraterno e signifique esperança e certeza de um país
melhor. Um país que verdadeiramente seja de todos, para todos.
E que o natal, em todas as casas seja de paz e harmonia. E claro, feliz,
muito feliz, seja o natal!
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