sábado, 27 de julho de 2019

FINAL DE JULHO, EM UMA MANHÃ ENCANTADA








A carinha triste do pequeno Gabriel ao se postar na cadeirinha do carro para que, em segurança, juntamente com os pais e o irmãozinho Daniel, acessassem a estrada que os traria de volta para casa deu bem a noção do que foram os três dias de estada na Fazenda do Tio João, aproveitando os últimos momentos das férias de julho.
Afinal, nesses três dias ele, o irmãozinho Daniel (ainda bebê, de quatro meses), os pais, avós maternos, tios e primos desfrutaram da harmonia da fazenda, vivendo a alegria do encontro e a boa convivência junto à natureza propiciada pelo ambiente rural.
Ali o pequeno Gabriel pôde acompanhar seu avô no curral onde as vacas eram ordenhadas pelo experiente e simpático Sr. Eurípedes, andou acompanhado pelo pai e pelos tios nos diversos ambientes do amplo quintal, foi até o pequeno riacho onde molhou os pés na agua límpida e fria, andou ao lado do priminho Douglas no carrinho de mão pilotado pelo avô e “ajudou” a trazer a lenha que seria utilizada no fogão caipira onde seriam feitas as guloseimas que ele tanto adora.
Mas o que o pequeno Gabriel curtiu mesmo foram dois momentos desse passeio: o primeiro, quando supervisionado e cuidadosamente acompanhado pela avó mexeu o doce de leite que estava sendo feito no antigo e cheio de histórias tacho de cobre. Ele acompanhou cada momento do processo desde a colocação do leite e do açúcar até notar que ele aos poucos ia mudando de cor, até tornar-se firme e pronto para o consumo. Impossível não dizer de sua alegria quando após o doce ser colocado nas vasilhas para ser distribuído, ao lado dos adultos que ali estavam participou da tradicional “rapa do tacho”.
Outro momento foi quando já perto da hora de vir embora ele finalmente conseguiu soltar pipa. Interessante que desde que chegou ele vinha pedindo ao pai e ao avô que fossem soltar pipa com ele, porém haviam outros afazeres “importantes” e somente no domingo encontraram tempo para atender ao seu pedido.
No início a pipa não subia corretamente. Assim que ganhava altura começava a girar de maneira intensa e rapidamente batia no chão. Mas ajudado por Oziel, um jovem trabalhador da fazenda, que paciente e cuidadosamente detectou o problema construindo uma nova cauda - ou rabiola, como chamam popularmente - para a “raia” e sem muita demora, após essa mudança conceitual no projeto, Gabriel encantado e com um sorriso no rosto viu sua pipa ganhar o céu límpido e claro da fazenda, naquela manhã bela de final de julho.
Ajudado pelo pai, assim que ela ganhou altura ele passou a comandar os movimentos que mantinham o brinquedo nos céus – agora, um pequeno ponto no firmamento.
Aos poucos aquele brinquedo foi ficando monótono e Gabriel logo partiu para outras atividades lúdicas, como verificar como estavam os pequenos peixes no tanque onde as vacas bebem agua e saber o que faziam ali as galinhas com seus inúmeros pintinhos.
Mas chegou a hora de voltar para sua casa e eu também fiquei triste com a despedida do pequeno Gabriel. Para mim também era hora de arrumar minhas coisas e ao lado da esposa, pegar a estrada de volta para casa.
Desses dias, maravilhosos e intensos ao lado do pequeno Gabriel, fica uma certeza: cada vez mais ficam fortalecidos os nossos laços de amor e amizade. E o melhor é lembrar que logo o pequeno Daniel estará junto conosco a correr e a brincar, nas travessuras tão comuns às crianças. E dessa vez acompanhados pelos avós, que de certa maneira, voltam também a ser crianças.





Um comentário:

  1. Que imagem!!!

    Um texto assim só é possível depois da aventura feliz de ser avô, experiências que só quem vive entende...

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