A carinha triste do
pequeno Gabriel ao se postar na cadeirinha do carro para que, em segurança,
juntamente com os pais e o irmãozinho Daniel, acessassem a estrada que os traria
de volta para casa deu bem a noção do que foram os três dias de estada na
Fazenda do Tio João, aproveitando os últimos momentos das férias de julho.
Afinal, nesses três
dias ele, o irmãozinho Daniel (ainda bebê, de quatro meses), os pais, avós
maternos, tios e primos desfrutaram da harmonia da fazenda, vivendo a alegria
do encontro e a boa convivência junto à natureza propiciada pelo ambiente
rural.
Ali o pequeno Gabriel
pôde acompanhar seu avô no curral onde as vacas eram ordenhadas pelo experiente
e simpático Sr. Eurípedes, andou acompanhado pelo pai e pelos tios nos diversos
ambientes do amplo quintal, foi até o pequeno riacho onde molhou os pés na agua
límpida e fria, andou ao lado do priminho Douglas no carrinho de mão pilotado
pelo avô e “ajudou” a trazer a lenha que seria utilizada no fogão caipira onde
seriam feitas as guloseimas que ele tanto adora.
Mas o que o pequeno
Gabriel curtiu mesmo foram dois momentos desse passeio: o primeiro, quando
supervisionado e cuidadosamente acompanhado pela avó mexeu o doce de leite que
estava sendo feito no antigo e cheio de histórias tacho de cobre. Ele
acompanhou cada momento do processo desde a colocação do leite e do açúcar até
notar que ele aos poucos ia mudando de cor, até tornar-se firme e pronto para o
consumo. Impossível não dizer de sua alegria quando após o doce ser colocado
nas vasilhas para ser distribuído, ao lado dos adultos que ali estavam
participou da tradicional “rapa do tacho”.
Outro momento foi
quando já perto da hora de vir embora ele finalmente conseguiu soltar pipa.
Interessante que desde que chegou ele vinha pedindo ao pai e ao avô que fossem
soltar pipa com ele, porém haviam outros afazeres “importantes” e somente no
domingo encontraram tempo para atender ao seu pedido.
No início a pipa não
subia corretamente. Assim que ganhava altura começava a girar de maneira
intensa e rapidamente batia no chão. Mas ajudado por Oziel, um jovem
trabalhador da fazenda, que paciente e cuidadosamente detectou o problema
construindo uma nova cauda - ou rabiola, como chamam popularmente - para a
“raia” e sem muita demora, após essa mudança conceitual no projeto, Gabriel encantado
e com um sorriso no rosto viu sua pipa ganhar o céu límpido e claro da fazenda,
naquela manhã bela de final de julho.
Ajudado pelo pai, assim
que ela ganhou altura ele passou a comandar os movimentos que mantinham o brinquedo
nos céus – agora, um pequeno ponto no firmamento.
Aos poucos aquele
brinquedo foi ficando monótono e Gabriel logo partiu para outras atividades
lúdicas, como verificar como estavam os pequenos peixes no tanque onde as vacas
bebem agua e saber o que faziam ali as galinhas com seus inúmeros pintinhos.
Mas chegou a hora de
voltar para sua casa e eu também fiquei triste com a despedida do pequeno
Gabriel. Para mim também era hora de arrumar minhas coisas e ao lado da esposa,
pegar a estrada de volta para casa.
Desses dias,
maravilhosos e intensos ao lado do pequeno Gabriel, fica uma certeza: cada vez
mais ficam fortalecidos os nossos laços de amor e amizade. E o melhor é lembrar
que logo o pequeno Daniel estará junto conosco a correr e a brincar, nas travessuras
tão comuns às crianças. E dessa vez acompanhados pelos avós, que de certa maneira,
voltam também a ser crianças.
Que imagem!!!
ResponderExcluirUm texto assim só é possível depois da aventura feliz de ser avô, experiências que só quem vive entende...