quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

FELIZ NATAL!!!



Aos queridos amigos, leitores queridos, votos de um Feliz Natal!


Que a presença de Jesus traga sinais de esperança e amor. Saúde e alegria.


Que possamos ter sempre poemas e canções!


Que a paz prevaleça no mundo!








sábado, 12 de dezembro de 2020

POESIANDO

 



A poesia se faz presente.

Via éter,

Doutos e elevados

Conhecimentos,

Debates, citações,

Versos...

 

Lá fora

Chuva calma e

Primavera em seus últimos

Instantes

Ante a iminência

Da chegada do verão.

 

As flores, se tornaram frutos

Que alimentaram a vida;

Maravilhoso movimento

Cíclico da existência

Ad infinitum...

A natureza, exausta se prepara

Para o descanso

Até que venham novas flores.

 

Na tela

A Primavera

Se faz permanente.

Sabedoria,

Carisma,

Competência.

 

Primavera infindável

Em um sorriso,

Na doçura e na

Ternura de um olhar.

— Doce olhar.

E em gestos suaves

De mãos...

 

Primavera, Poesia.

Lirismo e encanto.

Um sorriso,

Poesia e

Primavera,

Diante de mim.

 

#Deumpoetaqualquer




sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O RIO DE JANEIRO CONTINUA...



Imagem de Heiko Behn por Pixabay
 


Havia um tempo em que conhecer o Rio de Janeiro era sonho de dez entre dez brasileiros, e destino de turistas vindos do mundo inteiro. A “malandragem” carioca ficou de certa forma eternizada em quadrinhos de Walt Disney com o personagem Zé Carioca, com seu inseparável companheiro Nestor.

A malandragem romântica de Zé Carioca começou a ter outras formas. De malandragem pura passou a malandragem criminosamente explícita, nada romântica. O Rio de Janeiro foi a gênese de grupos que surgiram nos porões da ditadura que se perpetuaram e se tornaram facções, que geraram congêneres em outras regiões do país que hoje tem a mesma envergadura – ou maior ainda – e atua como um forte poder paralelo ao estado.

Em determinado momento da história do país, notadamente no século passado existiam dois Brasis: um, representado pelo Brasil do interior, que vivia sob as leis e o jugo dos coronéis, onde o estado só se apresentava para atrapalhar ou buscar para si, sem oferecer nada em troca; e outro Brasil, representado pela Corte real, imperial e depois republicana, situada no Rio de Janeiro, espécie de paraíso na terra e extensão da Europa por aqui, guardadas as proporções.

Mas, o Rio de Janeiro continua distante do país? Não é à toa que os últimos cinco governadores estão enrolados com a justiça – alguns, condenados a inúmeros anos de prisão. Mas, o que poderia explicar tamanho desgoverno no Rio de Janeiro, se a cada dois anos se pode escolher os governantes, seja para comandar os municípios ou o governo estadual? Seriam os cariocas incapazes de distinguir políticos capazes de incapazes, ou, honesto de desonestos?

Não podemos culpar somente o povo do Rio de Janeiro por tais escolhas. Escolher equivocadamente é um fenômeno que ocorre em todo o país, ou em muitos lugares do mundo.

O que assusta no estado cuja capital leva o título de “Cidade maravilhosa” é a frequência com que o desgoverno ocorre, os altos números da corrupção, o deboche representado por guardanapos na cabeça em restaurante caro de Paris, ou a situação cada vez mais precária de direitos, em teoria, constitucionalmente assegurados como acesso pleno à saúde, educação, justiça e liberdade de ir e vir.

A geografia privilegiou durante certo tempo o Rio de Janeiro. De onde se olha, ao longe, é realmente um cenário maravilhoso. Mas de perto, o Rio transborda sangue e tristeza com o crime organizado ocupando morros, florestas, avenidas e de certo tempo para cá, palácios.

Aparentemente, corrupção desenfreada vai vencendo e o crime organizado tomou conta de tudo. Há esperanças?

Estamos a poucos meses de uma nova eleição para prefeitos e vereadores e a pouco mais de dois anos de novamente eleger integrantes do congresso nacional e presidente da república. Portanto, é preciso começar já. Espera-se que o Rio de Janeiro, bem como todo o país, vote bem, sem cabrestos ideológicos ou em retribuição migalhas que serviram em alguns momentos para mitigar a fome.

Voto consciente, ainda que difícil, é necessário. Chega de político-bandido de estimação, que “rouba mas faz”. Se é bandido, ou rouba, tem que sofrer os rigores da lei, embora seja difícil – até impossível – político criminoso puxar cadeia hoje, pagando por seus crimes.

O Rio de Janeiro, como o Brasil, precisa ser maior que o crime organizado – embora este esteja enraizado nos diversos poderes – e começar a mudar esse estado de coisas é absolutamente necessário. Talvez “o Rio” seja hoje o estado de maior visibilidade do país e urgentemente precisa de paz. Paz que pode começar a novamente existir com o fim da corrupção.

Reflexão que também serve para todo o Brasil.


segunda-feira, 20 de abril de 2020

CULTIVE O AMOR, AFINAL, A PANDEMIA VAI PASSAR






De repente, o stress do trânsito, aquela relação difícil no trabalho com o colega ou superior, pequenas preocupações do dia a dia, ir ao supermercado do bairro fazer compras, a ida à padaria ou à loja de conveniência, tudo isso ficou em um passado que para muitos está distante. A pressa de arrumar os filhos para não atrasarem para a escola, a costumeira ida ao parque aos finais de semana com os filhos ou netos, aquele barzinho onde velhos e verdadeiros amigos se encontram ficou como algo a projetar para o futuro. A viagem, a troca do carro e o restaurante aos finais de semana, na mesma situação. E o churrasco com os amigos, por enquanto, somente recordar os momentos de descontração e alegria em fotos e vídeos, com ajuda das sempre presentes redes sociais.
Eis que nos encontramos semiconfinados em casa e na maioria do tempo ao lado das pessoas a quem escolhemos para a vida. O trabalho, que era distante passou a ser em casa e o contato profissional virtual e remoto.
Resta-nos um pequeno espaço, as vezes poucos metros quadrados onde a convivência que se tinha era restrita ao início e ao final do dia, e aos finais de semana. Agora, na maioria das famílias é em tempo integral, em tempo real. Natural que surja um novo tipo de stress, pela presença constante.
É momento de pensar e cuidar. Cuidar para que a rotina e a convivência intensa e cotidiana não se tornem um pesadelo.
A solução? Abrir o coração, e não deixar o stress tomar conta. Cultivar o amor, o carinho e incluir na rotina momentos de ternura. Que tal recordar momentos felizes vividos, viagens, sonhos realizados ou por realizar? Os projetos comuns apenas foram adiados, e certamente, logo poderão ser realidade!
A pandemia há de passar. Superaremos tudo isso, e o amor, esse sim, deve ser cultivado e por consequência, fortalecido. Talvez nem possa ser percebido, pois quase sempre, o amor se manifesta em pequenos gestos, nem sempre observados. Já o desamor permanece, magoa e fere o coração.
Portanto, cultive para que possa colher amor! A pandemia passa e o amor cultivado e cuidado, haverá de permanecer e se fortalecer ainda mais! E o amor é combustível indispensável à vida.
Que assim seja!



sábado, 18 de abril de 2020

A REFLETIR: É HORA DE PENSAR EM 2022 E NA ESCOLHA DO PRÓXIMO PRESIDENTE





A democracia permite que qualquer brasileiro, em dia com suas obrigações civis e eleitorais, filiado em um partido político e de acordo com as regras do TSE, seja candidato a qualquer cargo eletivo e caso obtenha os votos necessários, seja eleito, inclusive para a presidência da república. Esse é um dos pilares do regime democrático, que em tese, dá voz e representatividade à decisão da maioria da população.
A história republicana brasileira traz situações interessantes, esdrúxulas e até cômicas, não fossem trágicas. E uma constatação: brasileiros com vocação para liderar e com perfil de estadistas, podem ser contados nos dedos de uma mão. E olhe lá que sobram alguns dedos...
O período pós-redemocratização do país mostrou haver uma vacância de políticos com perfil conciliador, capazes de unir o país em torno de projetos comuns, e que trouxessem dentro de si características indispensáveis a um homem público: honradez, honestidade. E sensibilidade para apresentar propostas e atos que tragam em sua essência o ser humano como prioridade, não apenas aquilo que preconizam os mercados, o liberalismo e as cartilhas econômicas.
Após o trágico acontecimento com Tancredo Neves – para muitos até hoje mal explicado - grande esperança de solução imediata de todos os problemas do Brasil assim que tomasse posse, foi feito um arranjo entre os líderes políticos, que acabou levando o maranhense José Sarney, que fora vice-líder no Senado do governo Geisel, bem como filiado à Arena, partido da situação durante o regime de exceção.
Sarney, ao ver que se aproximava o fim do governo militar, juntando-se a outros políticos acabou por deixar a Arena, que com a reforma política que acabou com o bipartidarismo, virou PDS e na sequência compôs com a Frente Liberal - aglutinando forças conservadoras e foi o fiel da balança na definição do futuro político do país. Sarney colocou-se como vice de Tancredo Neves que concorreria e seria eleito indiretamente pelo congresso nacional, vencendo a chapa comandada por Paulo Maluf, candidato do núcleo duro da direita. E pode-se afirmar a eleição indireta que foi um degrau obrigatório para a transição sem maiores dissabores ou dificuldades entre a ditadura e a democracia.
Eis que, finalmente em 1989 ocorreriam as tão sonhadas eleições diretas para presidente da república. Havia apenas um candidato natural, Lula, então presidente do Partido dos Trabalhadores e uma série de prováveis candidatos menos expressivos eleitoralmente, embora conhecidos, como Paulo Maluf, Mario Covas, Leonel Brizola, Fernando Gabeira, Aureliano Chaves.
Mas eis que surge de um momento para outro um político desconhecido, com ótima oratória, que se utilizando de um programa partidário em rede nacional e com uma agressiva proposta de moralização do país sob o bordão de “caçador de marajás”, mostra cenas de grãos armazenados pelo governo supostamente apodrecendo, e se projeta como um arrojado líder, além de jovem, audaz e moderno. Ideal para tirar o país do atraso, com uma população ávida por modernidade e progresso econômico e social.
Collor acaba sendo eleito em um pleito cujo desfecho teve fatores determinantes, dentre eles a edição de um debate promovido pela Rede Globo, o que segundo especialistas, prejudicou Lula, seu então adversário, candidato por uma coligação liderada pelo PT. 
Mas seu governo durou pouco, apesar de ações de marketing, como voar em um caça da FAB e outras aparições tidas como fantásticas. Após o fracasso de planos econômicos e a divulgação em revistas nacionais de atos de corrupção da “República de Alagoas”, como chamavam seu grupo político, teve o mandato cassado, muito pela pressão de movimentos de jovens que tomaram conta do país, na época os chamados cara-pintadas.
Itamar Franco, vice na época, assumiu e comandou um governo que lançou os pilares para a economia até hoje vigente, com a elevação ao cargo de Ministro da Fazenda do então pouco conhecido e até controverso chanceler Fernando Henrique Cardoso, que surfou nas ondas da popularidade trazida pela estabilidade econômica e na sequência, pelo voto direto se elegeu presidente.
Mais uma vez ficou claro que a falta de líderes deu o poder a um político que outrora desconhecido, recebeu do povo brasileiro a incumbência de conduzir os destinos do país. Após o Governo de FHC, finalmente Lula foi eleito presidente da república, comandando um período que se utilizou fartamente da estabilidade econômica trazida pelo plano real, avançou em alguns quesitos, trazendo substancial melhora na educação com a abertura de inúmeras faculdades privadas e estatais, mas desde o início, ao assumir o poder deixou-se contaminar pelo nocivo mal da corrupção, que sobre a égide de seus líderes partidários, levou o país a uma crise econômica, a qual será longa e a duras penas sairemos dela. Maluquices como uma suposta criação de um bloco político esquerdista unindo países do cone sul, além de generosos empréstimos sem garantia a ditaduras africanas, além de Cuba e Venezuela, que levaram o país a bancarrota, a ponto de a principal empresa do país quase quebrar.
Em 2018, novamente a falta de líderes e o fenômeno se repete: mais uma vez um político desconhecido do povo brasileiro se projeta como a única opção capaz de vencer uma organização partidária que se transformou, segundo afirma o Ministério Público, a Procuradoria Geral da República e corroborado pela justiça em todas as instancias, em organização criminosa com tentáculos em diversos setores da sociedade e capaz de promover atos onde até pessoas de bem se deixam levar.
Jair Bolsonaro, que um ano e meio antes das eleições percebeu o enorme poder das redes sociais, tornou-se aos poucos conhecido de quem decidiria as eleições. De roldão, levou dois filhos para o congresso – um no Senado outro na Câmara – além de um adotivo, e recebeu quase 58 milhões de votos, mas isso não significa que hoje tenha o apoio desse eleitorado.
Definitivamente, Bolsonaro não era o candidato mais preparado dentre os que disputaram as eleições naquele momento para gerir o país, mas conseguiu se impor como o único capaz de vencer o candidato que representava a corrupção sistêmica que tomou conta do país. Foi assim que, de desconhecido e pouco significativo representante de um segmento da sociedade no congresso, integrante histórico do baixo clero, se elegeu presidente da república.
Mal assumiu e seus atos impensados e pouco recomendáveis começam a surgir. Desde uma absurda tentativa de imposição de valores conservadores e religiosos ao povo, a desnecessária briga com governadores e a suposta tentativa de proteção explícita a seus filhos ante investigações da polícia e do ministério público, acabaram por torna-lo uma grande decepção ao povo que o elegeu.
O pior: quando da chegada do furacão que se tornou o Covid-19, ou Coronavírus, que exigiu das governantes ações rápidas e eficazes, dignas de estadista, o presidente não correspondeu.
Desde a absurda perseguição a jornalistas e veículos de imprensa que não aceitam abandonar o jornalismo livre e crítico para simplesmente corroborarem com seu modo de pensar a agir, até a irresponsabilidade com que parece conduzir sua vida e de seus auxiliares nesse momento de pandemia, o fazem com que se torne um presidente fraco. Sua sorte é que seus adversários, por enquanto, são inexpressivos e moralmente desacreditados, como o deputado Rodrigo Maia, que supostamente conduz a câmara federal motivado única e exclusivamente em evitar que ao sair da cadeira de presidente, tenha o mesmo destino que seu antecessor Eduardo Cunha.
Cenas de ciúme, dignas de pastelão ou do seriado O bem amado, onde ele fez questão de dizer a todo mundo que “ presidente sou eu” ou “eu tenho a caneta”, trazem insegurança e a certeza que o presidente é mesmo muito fraco pouco determinado, incapaz de conduzir o país diante de suas necessidades mais urgentes.
O Brasil tem pela frente duas guerras. A primeira, contra o nefasto e letal Coronavírus, depois a reconstrução econômica, social e até política. O presidente até o presente momento se mostra incapaz de ser conciliador e condutor de um grande pacto pelo bem do país.
Por isso, que é hora de pensarmos em 2022, nos candidatos que se apresentarão, para que não se eleja alguém pelo fato de ser o mais popular das redes sociais. Que se analise seu passado, seu presente e a possibilidade de seu futuro juntamente com o país.
Experiências nesse sentido, costumam não dar certo, como mostra a história recente. Precisamos de um estadista, honesto, comprometido com o Brasil e seu povo. Tá difícil encontrar um político com esse perfil? Sim, mas não podemos desistir! É hora de começar a debater o assunto. Já!




segunda-feira, 6 de abril de 2020

EM TEMPO DE LÍDERES APEQUENADOS, O PODER SE AGIGANTA NAS MÃOS DOS MAUS






Na crise, quando líderes que deveriam ser grandes no aspecto de caráter, firmeza de decisões e capacidade de articulação, gestão e organização, se portam como meninos birrentos de escola, o mais imediato resultado é que adversários ou aliados fracos acabam se sobressaindo, mostrando aos poucos suas vontades, ambições e aspirações pessoais, crescendo à medida que o dito líder se diminui, se apequena.
É o que está acontecendo no Brasil hoje. O presidente Bolsonaro, que teve no pleito de  2018 o apoio de mais de 57 milhões de brasileiros que o elegeram, cansados da roubalheira, da pilhagem perpetrada contra a coisa pública, por uma poderosa e tentacular organização criminosa, segundo a PGR/MPF e a Polícia Federal, confirmada pelas instâncias da justiça brasileira, se mostra cada vez menor, mais incapaz, jogando para outros a responsabilidade de sua imensa incapacidade de governar, articular e acima de tudo, trabalhar para a solução dos grandes problemas nacionais, que apesar da urgência do combate e prevenção ao Covid-19, não acabaram. Até pelo contrário, se potencializaram. Estão apenas relegados a segundo plano nas matérias prioritárias dos informativos, pela força impiedosa do crescimento do Covid-19.
Um dos principais problemas do presidente, além das agressões a profissionais e veículos de comunicação, é o ciúme, que ao que parece, é alimentado e fomentado por seus filhos, que embora tenham cadeira em parlamentos, se arvoram em circular no gabinete da presidência, não perdendo uma só chance de estarem sob os holofotes.
Foi assim que, por esse ciúme, doentio até, geraram desnecessárias crises que quase afastaram o ministro Sérgio Moro, unanimidade nacional e um dos poucos do governo a manter popularidade e credibilidade.
E é o que acontece com o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Bastou, pelo seu cargo, ser figura proeminente no esclarecimento e nas ações de combate ao vírus, que o ciúme se generalizou e o presidente mostrando-se fraco, manda recados, lembrando a todo momento que “o presidente é ele”. Fraqueza, ciúme, insegurança e arrogância não são predicados de um estadista, que é o que o país precisa nesse momento. E o pior: passam os dias e o presidente da república dá sequência àquilo que se chama de “fritura” do ministro da saúde, algo já ocorrido em seu governo com os ministros Moro e Paulo Guedes.
E nesse vácuo, com constantes oscilações da popularidade e credibilidade – sempre para baixo - do presidente, surgem figuras como o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia e o presidente da suprema corte, ministro Dias Tóffoli, ambos em nada benquistos pelo povo brasileiro.
É interessante e até constrangedor a desenvoltura com que tentam ocupar espaços, aproveitando a ineficácia e pouca inteligência do governo. Maia, cuja alcunha na Lava Jato é "Botafogo",  conhecido de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público, se notabilizou por procrastinar ou sequer colocar em pauta votações de temas importantes, que os brasileiros ansiavam, dentre elas o fim do foro privilegiado.
Aliado a um grupo denominado “Centrão”, que claramente trabalha contra o país e não tem nenhum compromisso com os anseios do brasileiro de bem, estão preocupados em somente garantir a impunidade e a certeza que o crime no Brasil, para certas organizações criminosas e seus figurões, a maioria da política, é algo vantajoso e cada vez mais distante das garras da justiça.
Maia, nascido no Chile, pouco se importa com o que os brasileiros pensam. Quer é, de uma maneira ou de outra, se garantir para os próximos anos, como líder de um grupo em uma casa de leis que cada vez mais, por sua atuação e da maioria de seus pares, cai no descrédito popular.
Em outra vertente, Tóffoli tenta se mostrar como conciliador, estadista e líder, mas se esquece que o povo está cansado das mordomias, atitudes e atos de ministros da suprema corte, que também está no limbo da aversão popular. Que o digam os mais de duzentos mil reais empenhados para os lanchinhos do ministro e seus convidados, a serem servidos a bordo dos jatinhos da FAB em suas inúmeras viagens, cujo ato só foi cancelado após ser amplamente divulgado pela imprensa. E mais recentemente, a censura à divulgação de agendas, viagens a possivelmente, atos de seus pares.
O fato é que preocupa e muito a situação pela qual passa o país. O presidente da república cada vez mais se apequena, aparentemente perdido, mal orientado, sem rumo e sem a menor noção da sua importância em um momento como este.
E pequenos e inexpressivos líderes tentam aparecer, dominar, ocupar espaços, mas pela própria natureza e falta de credibilidade, não conseguem. O problema é que, lembrando Rui Barbosa, de tanto insistirem, o poder venha a se agigantar nas mãos dos maus, ainda que pequenos e desprovidos do que o país precisa: além de caráter, honradez e idoneidade, capacidade de liderança e de conduzir bem nossos destinos rumo a um futuro melhor.
Salvo melhor juízo.

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

UM JOGO PERIGOSO E INSENSATO






A Operação Lava Jato, desencadeada pela Policia Federal há alguns anos desnudou práticas que incluíam e sacramentavam a corrupção de agentes públicos e privados, levando ao conhecimento do cidadão um lamaçal que há décadas cobre o país, e de maneira ainda mais grave, tornando isso como “normal” e “parte do jogo”, no entender da maioria dos políticos.
Com as armas - ou a legislação - que dispunham, a Policia Federal, o Ministério Público Federal e Procuradoria da República promoveram verdadeira devassa em partidos políticos e líderes dessas agremiações, além de empresas que, para obter préstimos e benesses dos governantes, dividiam o quinhão, municiando com polpudos e generosos valores, oriundos claro, do pântano fétido da corrupção. Organizações políticas e suas cúpulas se tornaram, à luz da Policia Federal, do MPF e confirmado em todas as instâncias da justiça, organizações criminosas, cujo único fim era o de se manter no poder e se locupletarem indefinidamente.
A reação do povo brasileiro, com claras mostras de indignação e repulsa a essas práticas criminosas veio nas urnas, parcialmente. Afirmo parcialmente, pois elegeu um presidente da república que se apresentou com um discurso simples, de moralidade e cuidado com a coisa pública. Mas por outro lado, ainda elegeu para os parlamentos, apesar de uma certa renovação, políticos da velha guarda, ou da velha política, que ainda cultivam os hábitos nada republicanos “do toma-lá, dá cá”, ou “do é dando que se recebe”.
E prevaleceu o fato que toda ação gera uma reação. Os membros das organizações criminosas apesar do susto inicial e do baque que sofreram, procuraram se organizar, o que conseguiram rapidamente. E onde foi o local que mais se percebeu essa reação? No congresso nacional. Aquela que em tese deveria ser a “casa do povo”, estraçalhou e inverteu  projetos como “As dez medidas contra a corrupção”, aprovou leis, como a famigerada "lei do abuso de autoridade" que dificultam, constrangem e tentam engessar os atos de instituições constitucionalmente sólidas como o judiciário, o MP e as polícias, além de práticas condenáveis como uso irrestrito de jatinhos da FAB por parlamentares, procrastinação e engavetamento da votação e aprovação do projeto que prevê o fim do foro privilegiado para políticos e outros atos absurdos e que dificultam o combate à corrupção e beneficiam o crime organizado.
Em outro vértice da Praça dos Três Poderes, os atos e decisões do STF, que em tese deveria ser o guardião da constituição e não legislador, chocam a opinião pública e trazem total descrédito ao tribunal. Inquéritos ditos ilegais, decisões monocráticas que favorecem criminosos contumazes de colarinho branco, expedientes onde certo ministro diz que um cidadão, servidor público, não deve se dirigir a ele diretamente nivelam por baixo e tornam a suprema corte brasileira igual ou pior que o congresso nacional. Suprema corte que têm servidores para carregar guarda-chuvas abertos para as excelências, que exigem para seu prazer gastronômico lagostas e vinhos de safras especiais. Esquecem que são servidores públicos e o régio e amplo luxo que têm é pago com dinheiro do contribuinte.
Já no caso do Presidente da República, pouco ou nada afeito ao que se denomina “liturgia do cargo”, o estado é de beligerância constante, seja contra veículos de comunicação e seus servidores, jornalistas independentes, ou mesmo instituições que de uma maneira ou de outra, colaboram para o bem do país e do mundo. É fato que certas ONG’s precisam ser acompanhadas e até investigadas em sua atuação, pois ultrapassaram em muito suas atribuições e desrespeitam a soberania do país, embora não se deva generalizar.
Ainda sobre a presidência, a beligerância segue sua trilha através de atos, palavras e publicações em redes sociais dos filhos do presidente. Quem discorda ou não comunga do mesmo pensamento da trupe governista, é execrado publicamente – independente se é jornalista, parlamentar, membro do MP ou do judiciário ou mesmo um cidadão comum no uso de sua liberdade de expressão.
Por fim, um dos últimos absurdos do presidente Jair Bolsonaro foi no episódio da morte do miliciano e ex-militar Adriano da Nóbrega, foragido da justiça e procurado pela polícia, que através de suas declarações contra a ação da polícia da Bahia, fez o caso parar no âmbito da presidência da república. Totalmente descabida e fora dos padrões, a atitude foi considerada desnecessária e sem precedentes.
Outro fato que chama a atenção e preocupa é o presidente afirmar que, em reunião com entidades empresariais no estado de São Paulo – com cujo governador vive às turras – irá solicitar às empresas que fazem partes dessas associações não anunciem ou destinem verbas publicitárias a veículos de comunicação teoricamente “não simpáticos” ao governo federal. Esquece sua excelência que hoje, ele não governa e representa apenas os 57 milhões de eleitores que o elegeram, mas os mais de duzentos milhões de brasileiros. E em tempos bicudos, de alto desemprego, PIB mínimo e dificuldades imensas, se uma empresa anuncia é porque precisa melhorar suas vendas, e escolhe o veículo conforme orientação de uma agência e de seu departamento de marketing – não de políticos do momento.
O fato é que hoje, temos um congresso nacional e uma suprema corte fracos e desacreditados pela população brasileira e o instituto da presidência segue no mesmo caminho. Estão cada vez mais iguais e imersos no mesmo lamaçal, em um jogo perigoso e insensato, fomentado pelo presidente da república e seus apoiadores.
Sore as manifestações convocadas para o dia 15 de março, creio que haverá até muita gente nas ruas, mas limitado aos apoiadores do presidente. O cidadão de bem, que foi o fiel da balança que levou Jair Bolsonaro à vitória nas urnas em 2018, se manterá seguro, distante e quieto em casa, esperando que os poderes da república tomem juízo e ajam com parcimônia, competência, em defesa do interesse público e que busquem o fim da corrupção e o bem da nação.
Utópico isso? Entendo que sim. Mas, não resta outra alternativa.
Os poderes da república estão cada vez mais se apequenando e perdidos, longe da vocação para a qual foram criados.
Ainda assim, espera-se que o Brasil sempre seja maior que políticos e autoridades de ocasião.