sexta-feira, 30 de março de 2012

O CUIDADOSO E RESPONSÁVEL MENINO TIÊ

                O menino Tiê ficou preocupado quando seu pai o chamou para conversar juntamente com suas duas irmãs. Durante alguns dias se ausentaria, iria buscar sua mãe e seu irmão recém-nascido. Precisava que cuidassem bem da Fazenda Nova América.
Lembrou que sua mãe tivera uma gravidez complicada e fora em busca de socorro médico em Porangatu, cidade distante da Fazenda Nova América. Estava ausente fazia quase três meses. Souberam que o menino havia nascido e estava bem, através da Rádio Brasil Central de Goiânia, Programa do Morais César - Nossa Fazenda.
                Seu pai foi incisivo, perguntando se poderia contar com ele. Claro que sim, afirmou. E pensou: não teria medo. Cuidaria de suas irmãs, apesar de elas serem pouco mais velhas que ele. Ficou mais tranqüilo ao ouvir o pai afirmar que diariamente seus avós, que moravam pertinho, os visitariam, para saber se estava tudo bem.
                Na madrugada seguinte viu seu pai sair a cavalo, acompanhado de seu avô com destino à pequena Araguaçu, onde embarcaria no caminhão de Zé Bentinho, com destino á longínqua Porangatu.
                Sentiu um nó na garganta ao pedir a bênção do pai, mas não demonstrou fraqueza, afinal, agora seria o homem da casa. Seria forte como seu pai. Sentou-se no pequeno tronco de madeira que sustentava a calçada e viu os dois cavaleiros sumirem no horizonte. Agora era ele e suas irmãs.
                Cuidou com zelo das obrigações. Alimentou os porcos, foi até o bananal e colheu cachos de bananas. E na volta do dia notou ao longe o vulto de sua avó. Se alegrou quando viu que ela trouxera requeijão e o doce de leite, que tanto gostava.
                À noite, deitado em sua cama e observando estrelas pelas frestas do telhado procurou dormir mas pouco conseguiu. De madrugada o susto: uma algazarra no mangueiro de porcos. Poderia ser ataque de onça jaguatirica, cobra ou raposa. Com o continuar da gritaria, concluiu que predador não seria, pois carregaria logo para longe. Acendeu a lamparina a querosene e muniu-se de coragem e de um facão - para qualquer eventualidade. Ao chegar viu um porquinho preso entre duas estacas da cerca. O malandro fugira em busca de alimento fácil e ao voltar errara a entrada, ficando preso. Levantou suas patas traseiras e com alívio o viu sumir em busca de lugar mais confortável.
                No dia seguinte, bem cedo colocou a cangalha no cavalo Vencedor, manso e dócil. Pendurou ali seis frangos caipiras, dos grandes, passou no bananal e com certa dificuldade, conseguiu colocar os cachos de banana colhidos na véspera. O destino era a pensão de Dona Altina, na pequena Araguaçu.
                Essa foi a rotina durante algumas semanas. Visita da avó na volta do dia e nas manhãs de sexta-feira levar frangos, cachos de banana e abacaxis à cidade. À noitinha colava o ouvido no rádio, para ver se mandavam alguma notícia, mas chegava a Hora do Brasil e nada.
                Uma tarde, quase noite, ouviu um barulho de carro e viu se aproximar o Jipe do Zé Tucano. Viu com alegria seu pai e sua mãe que trazia no colo seu irmãozinho. Emocionou-se ao vê-los. Com alegria abraçou sua mãe, seu pai e deles recebeu a bênção.
 Achou seu irmãozinho muito chorão. Mas por outro lado, imaginava como seria bom vê-lo crescer, sabia que logo estariam juntos a correr pelos campos, a andar de cavalo e caçar passarinhos na roça. Também poderia ensiná-lo a nadar no córrego.
                O menino Tiê mostrou ao pai como estava bem cuidada a Fazenda Nova América. Durante a ausência nasceram leitões, galinhas chocaram pintinhos e havia dinheiro em caixa. Todo o apurado com a venda dos produtos estava ali, certinho. Recebeu com alegria o abraço de agradecimento de seu pai.
                Nos dias que se seguiram, o menino Tiê chegou a se aborrecer com seu irmão, afinal ele se tornara o centro das atenções da Fazenda e chorava a noite inteira.
                Mas no fundo do coração, sabia que logo o irmãozinho cresceria e sairiam pelos campos e pelo quintal a brincar, como sempre sonhara.

sexta-feira, 23 de março de 2012

ENCHENTE DE SÃO JOSÉ

            Nezinho Américo olhou para o céu nublado e com algumas nuvens esparsas. Em seguida, mirou o olhar para a roça de arroz, que depois de um verde vivo, agora apresentava um tom  amarelo forte, que significava estar pronto para a colheita.
      Estendendo a vista para um pouco mais longe, percebeu com alegria a roça de abacaxis, florada e com pequenos frutos em fase de crescimento. Prenúncio de ano bom, sinal de boa safra. A mãe natureza realmente fora muito generosa.
           Observou nuvens de pássaros-pretos que voavam sobre o arrozal, em alegre e ruidosa movimentação. Nezinho sabia que os pequenos seres de Deus também precisavam do alimento, portanto nunca se importou nem quis colocar veneno ou algo que impedisse os pássaros de usufruírem da dádiva oferecida pela mãe natureza. Entendia que os pequenos animais também tinham direito ao seu quinhão.
                Lembrou que era o dia 21 de março e a enchente de São José, a seu ver, ainda não acontecera. Apenas uma ou outra chuva forte, mas não tão forte como era a grande enchente tradicional do dia 19 de março. Lembrou que caso não viesse antes ou mesmo no dia 19, certamente viria três, quatro dias depois.
No dia seguinte reuniu um grupo de vizinhos, como o seu Compadre Zeca, o Cearense Sibila e o Baiano José Inhaó, além do menino Tiê, seu primogênito, que o acompanhava sempre.
                Durante dois dias trabalharam firme no cutelo, cortando e empilhando os molhes de arroz, ajeitando de forma que secassem e em breve pudessem ser batidos para separar a palha do grão. Mais alguns dias de sol e levariam para o terreiro em frente à casa da Fazenda Nova America e dariam inicio ao trabalhoso serviço. Juntaram tudo em um local próximo a um baixio, onde em determinada época do ano, corria um filete de água. Era somente aguardar.
                Na madrugada, Nezinho acordou com o barulho de trovões. Viu ao nascer do dia que o céu se armara com densas e escuras nuvens. Choveria forte. Preocupou-se, mas manteve-se sereno.
                Por volta de oito horas daquela manhã o céu começou a cair em forma de grossos pingos d’água, que acompanhados de ventos fortes logo fizeram escorrer forte enxurrada.  Sua esposa colocou o “Agnus Dei” detrás da porta da sala e rezou diante do pequeno e humilde oratório. Rezou a oração contra tempestades. Logo, os ventos amainaram, mas a chuva continuou forte e densa.
                Foram três horas de chuva forte e ininterrupta. Nezinho permaneceu impassível, sem dizer palavra. Sem se irritar ou mostrar revolta percebeu que tudo o que plantara e colhera de arroz naquele ano, fora por água abaixo. Viu a esposa derramar uma lágrima furtiva ao dizer: “é assim mesmo, Nêgo Véio, Deus tirou, mas dará outra vez”.
                Nezinho lembrou então que no ano anterior a safra fora generosa. Não passariam dificuldades.
                Recebeu com serenidade o resultado da forte e imensa chuva. Felizmente sua família estava garantida, a tulha estava cheia, pois colhera feijão suficiente e havia arroz para mais ou menos dois anos. E a roça de abacaxis daria para obter os recursos suficientes para tocar a vida no restante do ano.
                Lembrou que se São José enviara uma enchente tão forte, no ano anterior tivera uma colheita abundante.
                E foi assim aquele ano na Fazenda Nova America - ano que não se colheu arroz, mas onde houve uma produção de abacaxis como nunca se viu naqueles rincões.

sexta-feira, 16 de março de 2012

SERESTA, POESIA E SONHOS

Baile de seresta em Goiânia - Clube Oásis - anos 1980 

             

              Vivenciei a Goiânia dos anos 1980 com muita intensidade. Quando cheguei aqui, fui estudar no Lyceu, instituição de ensino prestigiada e de muito valor, onde além das matérias comuns às grades dos outros colégios do então segundo grau, havia também as matérias de literatura, francês, filosofia e artes.
                Sempre fui um aluno mediano, mas quando vinham as aulas de literatura e francês eu me dedicava com maior intensidade. Encantava-me ante a possibilidade de aprender um idioma de origem comum ao português, mas aparentemente tão diverso. A origem latina do francês me atraía e fascinava além da elegância da pronúncia.
                Aos poucos fui me integrando aos colegas e logo estava ao lado dos amigos que, apesar de parecer contrario da direção, promoveram a refundação do histórico Grêmio Livre do Lyceu. Foi uma fase difícil, tivemos ameaças de expulsão por parte da Diretora, mas aos poucos, fomos sendo respeitados e, de certa forma, aturados.
                Eram comuns os concursos de poesias na Goiânia daquela época. Era  o início do fim da ditadura militar e a época de ouro da efervescente e bela MPB - a musica popular brasileira, de intérpretes como Zé Ramalho, Fagner, Chico Buarque, Vital Farias, Caetano, Gil, Amelinha, Geraldo Azevedo, Ednardo, e os goianos Marcelo Barra, Fernando Perillo e Pádua.
                Os concursos de poesia aconteciam nos colégios e não raro em bares. Recordo-me de muitos que participei. Eram eventos multiculturais, onde havia além da poesia espaço para apresentações teatrais, de musica e não raro, declamações de textos de prosa e interpretação de crônicas.
                A grana curta nos impedia de gastar, a noite custava caro como hoje e só nos restava ficar em um canto qualquer, deixando aos poucos fluir n’alma aquelas palavras e frases sempre bem construídas que, não raro, tocavam o coração. Tempos bicudos, de grana curta, mas onde era permitido sonhar.
                Aos finais de semana, na sexta-feira era obrigatória a presença na Tradicional Seresta do Clube Oásis. Além de ser um lugar espaçoso, o preço da entrada era popular e pessoas de todos os matizes, de variadas classes sociais freqüentavam. Lugar de gente honesta, que ia tão somente buscar diversão e lazer.
                O que mais me encantava era a qualidade das duas orquestras que ali se apresentavam, em esquema de revezamento, o que propiciava que a musica não parasse.
Eram compostas de cerca de vinte integrantes, com metais, instrumentos de corda, muita percussão, e repertório maravilhoso. Muito completa e com profissionais talentosos, que mostravam ali o melhor que tinham e sabiam.
Depois, por volta de três e meia da manhã, hora de ir embora. Como a grana era curta mesmo, ia para casa ao lado de inúmeros amigos a pé, em turma, livres e libertos, sem o medo que assalta a alma e o coração das pessoas hoje. Os sete, oito quilômetros que andávamos na madrugada até chegar em casa não cansavam ou nos faziam reclamar. Já combinávamos para a próxima sexta-feira outro encontro.
Passado tanto tempo, ocasionalmente passo nas proximidades do Clube Oásis e sinto, viajando na saudade, ressoar em meus ouvidos os acordes das belas canções das orquestras que ali tocavam. No meu coração parece que o tempo não passou.
Sei que tudo ali mudou, não existem mais as serestas das sextas-feiras e o clube virou uma escola.
Mas meu coração ainda mantém vivos, na saudade daquela época, os concursos de poesia e os bailes de seresta das sextas-feiras.

segunda-feira, 12 de março de 2012

DOS SONHOS DESFEITOS DA MENINA PROFESSORA INÊS!

A menina Inês acalentava um sonho: ir para a escola, como a criança que um dia viu passar pela estrada, em cima de uma carroça, com uniforme e uma pasta contendo livros.
              Tinha pouca noção do que seria a escola, mas imaginava um lugar onde meninos e meninas como ela aprendiam a ler e escrever com uma pessoa bondosa e amiga que chamavam de Professora.
            Somente aos onze anos deixou para trás a casa dos pais na velha fazenda para trabalhar em casa de família na cidade grande. Com isso pôde freqüentar uma sala de aula. Desnecessário dizer como se encantou. Pouco se importava com os apelidos e as brincadeiras dos colegas que riam do fato que era a maior e de mais idade da turma.
              Um dia sua professora perguntou aos alunos o que seriam quando adultos. Em meio a respostas variadas a menina Inês não teve dúvidas: queria ser professora. Ante o silêncio da sala percebeu que por trás do sorriso da professora, caíra uma lágrima.
                A menina Inês seguiu sua vida. Etapas importantes se cumpriram e foi ao lado do marido e da primeira filha que recebeu o diploma de Magistério. O êxito no concurso público para Professora veio em seguida. Decorrido algum tempo, com muita luta e garra venceu mais uma batalha, ao concluir a graduação como historiadora pela Universidade Federal de Goiás.
A menina Inês, sonhadora das noites insones de lua cheia, pobre e analfabeta, agora era a Professora Inês. Dedicou-se ao magistério com sacerdócio, superando com galhardia às dificuldades diárias.
Percebeu uma oportunidade de adquirir conhecimento e qualificação. O Plano de Carreira recentemente aprovado incentivava a isso. Foi com essa motivação que ao lado de outros colegas, por longos dois anos, aos finais de semana entrava em um ônibus com destino a uma cidade do interior de São Paulo. Retornava à sua casa na madrugada de segunda-feira e mesmo exausta, ia para a escola ministrar suas aulas.
Nas ultimas eleições a Professora Inês buscou opções. Recebeu a carta de um candidato, reafirmando compromissos com a educação, melhorias no plano de carreira - que já era bom - pagamento do piso salarial e outras promessas que, se implantadas trariam a Goiás grandes avanços. Achou interessante e resolveu apoiar.
Depois, veio a surpresa: ao invés de alguém com reconhecida atuação e notável saber em educação, viu nomeado um Secretário vindo da área política, um Deputado Federal eleito que mudara de lado. O novo Secretário não perdeu tempo: ocupou espaços na mídia e com muita pirotecnia, prometeu fazer uma revolução na educação. Goiás seria a partir de agora uma potência educacional?
O fim do Plano de Carreira e as promessas não cumpridas levaram a Professora Inês pela primeira vez à greve. Tanto lutou e se preparou, mas repentinamente viu que nada disso teve valor. Sentiu ser apenas mais um número da Secretaria da Educação de Goiás
A negativa de diálogo, afirmações que deveria voltar imediatamente ao trabalho, ameaças duras e materializadas no corte de ponto trouxeram uma preocupação: como será o futuro da educação? O que será daqui para frente? Adolescentes na fase pré-vestibular terão estímulo para buscar licenciaturas e a carreira de professor?
A Professora Inês vê com tristeza o massacre aos seus pares. A revolta dos colegas de professorado é grande. Ameaças diretas da diretora, antes tão cordata, tendo sido eleita pela comunidade a fazem se perguntar e compreender tardiamente, que pode ter escolhido o caminho errado ao se tornar Professora. Difícil aceitar que de agora em diante ser professora cada vez mais se distancia de sacerdócio, passa a ser contagem regressiva de tempo para se aposentar. E ficar livre de ameaças, terrorismo, assédio moral.
Felizmente, governos e Secretários passam. E como diria Rui Barbosa, embora momentaneamente pareça que “triunfarão as nulidades... agiganta-se o poder nas mãos dos maus...” isso mudará. Que isso mude logo. É o sonho premente da menina-professora Inês.

sexta-feira, 9 de março de 2012

GOIÂNIA QUER E PRECISA DO NOVO MUTIRAMA

No inicio dos anos 1970 eu ainda morava na velha e saudosa Fazenda Nova América, quando minha mãe precisou vir à Goiânia, com o intuito de cuidar de sua saúde. Naqueles tempos, guardadas as devidas proporções, era tal como hoje, precisava-se deslocar-se até a capital para obter melhor resultado, tal a precariedade do sistema de saúde disponível no interior do estado. Curiosamente afirmavam que a pessoa precisava “ir lá pra cima” que era como denominavam Goiânia.
    Acabei acompanhando minha mãe, pois o tratamento seria demorado e afinal, seria difícil para meu pai cuidar de mim e da pesada lida diária da fazenda, que também contava com uma escola rural.
No inicio não queria vir, mas depois de algumas promessas, acabei cedendo. Ficamos hospedados na casa de minha irmã, que ficava no Setor Sul, imediações da Praça do Cruzeiro.
Na praça eu diariamente tomava minha dose de deslumbramento com as belas canções emanadas da fonte luminosa, bem como da maravilha que era ver os imensos e sempre surpreendentes jatos de água, cujas cores variavam de momento a momento em encantado carrossel de luzes e cores.
Um dia minha irmã me prometeu que, se eu ficasse bonzinho, diminuísse as peraltices, me levaria ao Mutirama. Mutirama? Perguntei, achando esquisito aquele nome, mas o certo é que me cerquei de imensa expectativa, para que logo chegasse esse dia.
E em belo sábado de sol brilhante pegamos o Ônibus da linha 711, ali mesmo na Praça do Cruzeiro e descemos na Avenida Araguaia, bem pertinho do Mutirama. Ao chegar me encantei logo de vez. Não tinha noção do que seriam aqueles brinquedos. Durante todo o dia brinquei, me divertí, fiz novos amiguinhos. Dois momentos inesquecíveis foram o trenzinho e o autorama. Davam uma volta quase completa pelo parque. Valia apena esperar a vez nas longas filas que se formavam para o esperado passeio. Também dei boas risadas, coisa de criança mesmo, na casa dos espelhos. Quem era baixo, ficava alto, gordo ficava magro, numa sucessão de imagens hilárias e engraçadas. Confesso que não entendi muito como aquilo acontecia. Coisas de criança.
Fiquei meio assustado e preocupado, pois minha irmã não deixou que eu entrasse no trem fantasma e no tobogã, pois eu ainda era muito pequeno. Mesmo assim, não me desapontei e terminei aquele dia encantado novamente com as luzes e cores da fonte luminosa da praça, mas sonhando acordado com os brinquedos do Mutirama.
A vida passou, assim como o tempo. Morando em Goiânia constituí minha família e o Mutirama continuou a fazer parte de minha vida, desta vez, como acompanhante de minhas filhas e sobrinhos, que também usufruíram e certamente tiveram seu dia de alegria e diversão.
Passados alguns anos, o Mutirama hoje está sendo renovado, sem perder a essência do que sempre foi, mas com novos e interessantes brinquedos, alguns inseridos no contexto histórico de Goiás e do mundo, o que tornará o Mutirama um dos mais atrativos e interessantes parques de diversão do Brasil, colocando Goiânia definitivamente no rentável e valorizado circuito turístico de entretenimento.
Existem pessoas que não querem o Mutirama servindo às crianças de Goiânia, de Goiás e do Brasil. Fazem do parque de diversões quase pronto, com cerca de 90 por cento concluídos, plataforma eleitoral, certamente estimulado por forças que entendem que será melhor ter outra versão do malfadado centro olímpico (antigo estádio olímpico) naquele lugar que um moderno, atrativo e interessante parque de diversões.
 Entendo como legítima as duvidas de alguns parlamentares de Goiânia, até mesmo do Ministério Publico, porém, como tudo anda acontecendo, com espalhafatosas e barulhentas entrevistas á porta do Mutirama, concluo que o que interessa mesmo é a paralisação e mais um elefante branco, à maneira do estádio olímpico.
Se houver duvidas, que se questionem valores e métodos de forma legal e transparente.  A Justiça e os órgãos de fiscalização existem para isso. Agora, paralisar por vaidade e interesse eleitoreiro de alguns poucos é negar a Goiânia o privilégio de ter um local aprazível, interessante, multicultural e que elevará nossa bela capital definitivamente à condição de cidade voltada para o turismo.

sexta-feira, 2 de março de 2012

DA VISÃO DE COISAS SIMPLES... E AMIZADE

     Na tarde de uma sexta-feira qualquer fui visitar um amigo dileto. Tarde quente e abafada, típica do verão goianiense, onde nos encontramos em verdadeiro e sincero momento de reflexão e divagações sobre a vida.
    Nos breves momentos em que estivemos a conversar sobre o quão efêmeros são às vezes os momentos da vida. Em um dia se tem poder, influência e muitas amizades. Logo, com o passar do tempo, talvez dos dias, vai-se o poder, as influências e esvaem-se as amizades. Inútil indagar os motivos de tão volúveis companheiros. São as vicissitudes da vida, que tal como as nuvens do céu, a cada momento podem ter um movimento ou desenho diferente.
    Nada como dar valor às coisas simples e nem sempre massificadas, impostas e obrigatoriamente caídas no gosto das pessoas. Algo como os velhos elepês. Traziam normalmente doze musicas. Doze canções onde com toda certeza um compositor, um arranjador, além da equipe de músicos e técnicos que dão vida e fazem com que a magia das canções deixe o mundo da imaginação e se tornem espectros eletrônicos, para que possam chegar até os equipamentos de reprodução e às emissoras de rádio, que as massificam e popularizam.
    Acontece que em um elepê, apenas três ou quatro canções são trabalhadas pela mídia, até pelo próprio artista. As demais sempre ficavam em segundo plano, inseridas na lógica imperfeita da espera da próxima canção de sucesso.
    Esse amigo ao ir ao âmago das canções dos velhos elepês descobria poesias, verdadeiras jóias esquecidas talvez pela voracidade e pela necessidade da mídia de encontrar rapidamente respostas e resultados face aos investimentos no trabalho.
    Feliz esse caro amigo.  Sempre enxergou poesia e lirismo nas canções esquecidas dos velhos elepês. É como na vida. Tenho absoluta certeza que consegue ver caminhos, poesias e momentos mágicos nas entrelinhas da vida, onde se pode aprender ou guardar experiências e fazer-se um escudo para os próximos embates que naturalmente se apresentam.
    Confesso que saí melhor do que cheguei ali. Naquela pequena sala, onde esse amigo tem por companheiro um radinho de pilha, parte de sua vida de seu mundo, pude aprender um pouco mais e conseguir enxergar coisas antes para mim invisíveis. Ou que simplesmente não tinha a capacidade e a sensibilidade perceber.
Obrigado a você, meu caro amigo. Por me proporcionar a visão da vida muito além de meus parcos limites.
Hoje tive a completa certeza que um dia um poeta foi iluminado por Deus, quando escreveu: “amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, dentro do coração”

quinta-feira, 1 de março de 2012

PARABÉNS, JOÃO SOBREIRA. FELIZ ANIVERSÁRIO

Parabéns, Sobreira!!!!!!


Hoje, primeiro dia de Março, já chegando o fim do verão, é dia de dar os parabéns ao Radialista João Sobreira Rocha, ou simplesmente, Sobreira, como o chamamos.
Desejar toda a felicidade do mundo, talvez seja pouco, pois Sobreira é aquele amigo que transmite e transcende harmonia e alegria. Preocupa-se com os amigos mais que consigo mesmo. Está feliz se estamos felizes, algo que somente um coração generoso como o dele é capaz.
Ficaria horas aqui escrevendo sobre sua vida, sua querida Juazeiro do Norte, suas raízes nordestinas orgulhosamente presentes, embora Sobreira seja cidadão do mundo, cosmopolita e moderno.
Parabéns, John. Felicidades! Que muitas bênçãos de Deus continuem a acontecer em sua vida!!!! 
P A R A B É N S ! ! ! !