Na tarde de uma sexta-feira qualquer fui visitar um amigo dileto. Tarde quente e abafada, típica do verão goianiense, onde nos encontramos em verdadeiro e sincero momento de reflexão e divagações sobre a vida.
Nos breves momentos em que estivemos a conversar sobre o quão efêmeros são às vezes os momentos da vida. Em um dia se tem poder, influência e muitas amizades. Logo, com o passar do tempo, talvez dos dias, vai-se o poder, as influências e esvaem-se as amizades. Inútil indagar os motivos de tão volúveis companheiros. São as vicissitudes da vida, que tal como as nuvens do céu, a cada momento podem ter um movimento ou desenho diferente.
Nada como dar valor às coisas simples e nem sempre massificadas, impostas e obrigatoriamente caídas no gosto das pessoas. Algo como os velhos elepês. Traziam normalmente doze musicas. Doze canções onde com toda certeza um compositor, um arranjador, além da equipe de músicos e técnicos que dão vida e fazem com que a magia das canções deixe o mundo da imaginação e se tornem espectros eletrônicos, para que possam chegar até os equipamentos de reprodução e às emissoras de rádio, que as massificam e popularizam.
Acontece que em um elepê, apenas três ou quatro canções são trabalhadas pela mídia, até pelo próprio artista. As demais sempre ficavam em segundo plano, inseridas na lógica imperfeita da espera da próxima canção de sucesso.
Esse amigo ao ir ao âmago das canções dos velhos elepês descobria poesias, verdadeiras jóias esquecidas talvez pela voracidade e pela necessidade da mídia de encontrar rapidamente respostas e resultados face aos investimentos no trabalho.
Feliz esse caro amigo. Sempre enxergou poesia e lirismo nas canções esquecidas dos velhos elepês. É como na vida. Tenho absoluta certeza que consegue ver caminhos, poesias e momentos mágicos nas entrelinhas da vida, onde se pode aprender ou guardar experiências e fazer-se um escudo para os próximos embates que naturalmente se apresentam.
Confesso que saí melhor do que cheguei ali. Naquela pequena sala, onde esse amigo tem por companheiro um radinho de pilha, parte de sua vida de seu mundo, pude aprender um pouco mais e conseguir enxergar coisas antes para mim invisíveis. Ou que simplesmente não tinha a capacidade e a sensibilidade perceber.
Obrigado a você, meu caro amigo. Por me proporcionar a visão da vida muito além de meus parcos limites.
Hoje tive a completa certeza que um dia um poeta foi iluminado por Deus, quando escreveu: “amigo é coisa pra se guardar, do lado esquerdo do peito, dentro do coração”
Ótimo texto que nos remete, acima de tudo, à valorização da amizade e do ser humano. Não podemos perder esse sentimento fraterno, com o qual, Deus nos brindou!
ResponderExcluirObrigado, Escritor Goiano! Por mais essa crônica carregada de bons sentimentos!
Seu leitor,
Reinaldo Bueno
Concordo, nessa crônica: amigos parece bolsa de valores, uma hora tem muitos, noutra cadê os dito cujos? Dificil...
ResponderExcluirQuem tem um amigo, tem que valorizar mesmo.