sexta-feira, 9 de março de 2012

GOIÂNIA QUER E PRECISA DO NOVO MUTIRAMA

No inicio dos anos 1970 eu ainda morava na velha e saudosa Fazenda Nova América, quando minha mãe precisou vir à Goiânia, com o intuito de cuidar de sua saúde. Naqueles tempos, guardadas as devidas proporções, era tal como hoje, precisava-se deslocar-se até a capital para obter melhor resultado, tal a precariedade do sistema de saúde disponível no interior do estado. Curiosamente afirmavam que a pessoa precisava “ir lá pra cima” que era como denominavam Goiânia.
    Acabei acompanhando minha mãe, pois o tratamento seria demorado e afinal, seria difícil para meu pai cuidar de mim e da pesada lida diária da fazenda, que também contava com uma escola rural.
No inicio não queria vir, mas depois de algumas promessas, acabei cedendo. Ficamos hospedados na casa de minha irmã, que ficava no Setor Sul, imediações da Praça do Cruzeiro.
Na praça eu diariamente tomava minha dose de deslumbramento com as belas canções emanadas da fonte luminosa, bem como da maravilha que era ver os imensos e sempre surpreendentes jatos de água, cujas cores variavam de momento a momento em encantado carrossel de luzes e cores.
Um dia minha irmã me prometeu que, se eu ficasse bonzinho, diminuísse as peraltices, me levaria ao Mutirama. Mutirama? Perguntei, achando esquisito aquele nome, mas o certo é que me cerquei de imensa expectativa, para que logo chegasse esse dia.
E em belo sábado de sol brilhante pegamos o Ônibus da linha 711, ali mesmo na Praça do Cruzeiro e descemos na Avenida Araguaia, bem pertinho do Mutirama. Ao chegar me encantei logo de vez. Não tinha noção do que seriam aqueles brinquedos. Durante todo o dia brinquei, me divertí, fiz novos amiguinhos. Dois momentos inesquecíveis foram o trenzinho e o autorama. Davam uma volta quase completa pelo parque. Valia apena esperar a vez nas longas filas que se formavam para o esperado passeio. Também dei boas risadas, coisa de criança mesmo, na casa dos espelhos. Quem era baixo, ficava alto, gordo ficava magro, numa sucessão de imagens hilárias e engraçadas. Confesso que não entendi muito como aquilo acontecia. Coisas de criança.
Fiquei meio assustado e preocupado, pois minha irmã não deixou que eu entrasse no trem fantasma e no tobogã, pois eu ainda era muito pequeno. Mesmo assim, não me desapontei e terminei aquele dia encantado novamente com as luzes e cores da fonte luminosa da praça, mas sonhando acordado com os brinquedos do Mutirama.
A vida passou, assim como o tempo. Morando em Goiânia constituí minha família e o Mutirama continuou a fazer parte de minha vida, desta vez, como acompanhante de minhas filhas e sobrinhos, que também usufruíram e certamente tiveram seu dia de alegria e diversão.
Passados alguns anos, o Mutirama hoje está sendo renovado, sem perder a essência do que sempre foi, mas com novos e interessantes brinquedos, alguns inseridos no contexto histórico de Goiás e do mundo, o que tornará o Mutirama um dos mais atrativos e interessantes parques de diversão do Brasil, colocando Goiânia definitivamente no rentável e valorizado circuito turístico de entretenimento.
Existem pessoas que não querem o Mutirama servindo às crianças de Goiânia, de Goiás e do Brasil. Fazem do parque de diversões quase pronto, com cerca de 90 por cento concluídos, plataforma eleitoral, certamente estimulado por forças que entendem que será melhor ter outra versão do malfadado centro olímpico (antigo estádio olímpico) naquele lugar que um moderno, atrativo e interessante parque de diversões.
 Entendo como legítima as duvidas de alguns parlamentares de Goiânia, até mesmo do Ministério Publico, porém, como tudo anda acontecendo, com espalhafatosas e barulhentas entrevistas á porta do Mutirama, concluo que o que interessa mesmo é a paralisação e mais um elefante branco, à maneira do estádio olímpico.
Se houver duvidas, que se questionem valores e métodos de forma legal e transparente.  A Justiça e os órgãos de fiscalização existem para isso. Agora, paralisar por vaidade e interesse eleitoreiro de alguns poucos é negar a Goiânia o privilégio de ter um local aprazível, interessante, multicultural e que elevará nossa bela capital definitivamente à condição de cidade voltada para o turismo.

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