Seria mais uma
visita a um cliente, dentro da minha rotina diária. Não que visitar clientes
seja algo difícil para mim, pois gosto do que faço. Para mim cada visita é sempre um evento proveitoso,
interessante.
No inicio, tudo
normal. Um prédio moderno, desses que exigem identificação, com sistema de
acesso controlado e muita segurança.
Porem, ao adentrar
a sala onde fica a empresa, tive noção imediata do que encontraria: um “bom dia” verdadeiro, emoldurado pelo
sorriso franco da pessoa que me recepcionou. Feitas as apresentações, pediram
que aguardasse enquanto quem me receberia terminava uma reunião.
Observando aquele
ambiente, decorado com certa simplicidade, porém extremo bom gosto, não pude
deixar de notar o astral e o clima positivo que reinava ali. Pessoas focadas no
trabalho, porém sempre com cortesia e um sorriso no rosto.
Ao ser recebido
pelo cliente, começamos a conversar de negócios. Mas a conversa fluiu de forma
bastante interessante. Comentando sobre a vista que tínhamos do alto do nono andar,
o cliente observou que, se não era a visão de “uma Barra da Tijuca”, mas ao
menos, podia-se ver a cidade, o horizonte, o mundo à frente.
Discorremos sobre
o que de fato tinha me levado até aquele local, sobre nossos negócios, mas a
conversa rapidamente evoluiu para assuntos interessantes. Falamos de cultura,
de educação, de conquistas na vida.
Impossível não
comentar sobre a banalidade das composições atuais, a pobreza de ritmos e a
falta de poesia. A música que sempre foi motivo de encanto, hoje para muitos é refrão
agressivo, desvalorização da mulher, absoluta falta de conteúdo.
Em dado momento, o cliente citou um fato
que lhe ocorrera. Ao estar em uma das grandes livrarias e magazines de Goiânia,
ele percebeu uma senhora, acompanhada do filho adolescente, a observar equipamentos de tecnologia, como
tablets e note-books. E ao ser indagado pela pelos dois sobre qual seria o
equipamento que indicaria, sem titubear, apontou para a estante de livros e
disse: “aqueles”. Ante o olhar surpreso da senhora e do menino, concluiu que o
prazer de ler é algo incomensurável. E que ninguém jamais há de retirar
conhecimento e cultura de ninguém. Livros são caminhos mágicos que proporcionam
viagens infinitas e interessantes. E “um país, se faz com homens e livros”.
Compactuei com
aquele pensamento de imediato. E o que era uma reunião de negócios passou a ser
uma troca de experiências. Um momento cultural. Ainda discorremos sobre o
mundo, Europa, América do Norte, Brasil.
Não sei se concluirei
o negócio, sequer se verei outra vez esse cliente. Mas ficou marcado para
sempre em mim, aquela manhã chuvosa, onde, em um escritório de negócios, normalmente
ambiente competitivo e de certa forma hostil, trilhamos por caminhos repletos
de cultura, livros, arte.
Percorremos e revivemos alegrias
encontradas nos momentos felizes junto à família, através de conquistas e sucessos. Enfim: o bom ambiente e a alegria reinam
naquele lugar.
O prazer e a alegria de, no trabalho, viver
muito bem. Isso é encontro diário com a paz, a harmonia e a plenitude. E com a
felicidade.