sexta-feira, 25 de outubro de 2013

FLORES, FRUTOS... COLHEITAS...

           

                      As flores chegaram mais cedo nessa temporada. Mangueiras e abacateiros derramaram seus cachos cheios de gineceus e androceus, ávidos por resultados que permitissem a perpetuação da espécie, sequencia da vida e certeza da fertilidade. Milhares de insetos, abelhas, e besouros circularam harmoniosamente diante dos belos cachos de flores e fertilizaram, levaram o pólen de uma flor a outra, unindo gametas e fazendo sua parte que tão bem a mãe-natureza os incumbiu.
                 Não demorou, e as flores deram lugar a pequeninos frutos, singelos, frágeis e esperançosos que cumpriram seu papel, tornando-se alimento e semente. A perpetuação da vida!
                 As flores se tornaram frutos e esperam calmamente que as chuvas venham, para que a seiva generosa as alimentem com os nutrientes necessários à vida e ao crescimento.
                 Noto debaixo das arvores um numero incomum de pequenos frutos caídos. Lembro que o calor toma conta de nossos dias e noites. As chuvas esse ano ainda não vieram como esperado. Estamos na ultima semana de outubro e poucos momentos de chuva tivemos, limitados pingos d´água que sequer chegaram a molhar a terra.
                 O fato é que a safra de mangas, goiabas, cajus, abacates e outras frutas, tão presentes na nossa vida, desde a infância, esse ano, será menor.
                 No decorrer desta semana, pude conversar com um sertanejo, pessoa acostumada às lides da agricultura. Ele me afirmou que nesses casos, a temporada das chuvas será menor e consequentemente, teremos colheita menor também. A produção na roça não será tão generosa como nos anos anteriores.
                 Fico a refletir sobre aquelas palavras. Vivemos momentos onde a tecnologia reina no campo com previsões do tempo que podem transcender meses. Sabe-se tudo com antecipação do que pode ou ao pode ocorrer. Pode-se prever com acerto quais commodities serão mais valorizadas. E não se tem apenas uma safra, mas varias, safra de verão, safra principal, safrinha, etc.


                 A mãe terra não tem descanso. Oferece suas entranhas diuturnamente à produção. O mundo, avido por alimentos, o mercado louco por produtos, exigem isso. A terra não pode ficar nua. Nunca, jamais.  Acabaram os nutrientes? Repõe-se. Cada dia a indústria química toma conta da agricultura.
                 A conversa me levou á infância, ao tempo que meu pai fixava o olhar no horizonte, nos sinais do céu, das nuvens e previa como seria aquela estação, aquele “inverno”. Plantava o suficiente para sobreviver, e o pouco que sobrava, era vendido na cidadezinha ali perto mesmo. }Era um tempo em que o campo era  o local onde o sertanejo buscava e produzia o alimento necessário apenas para sustentar sua prole, sem exageros e sem desrespeito com a mãe natureza.
                 Eu particularmente sou a favor do progresso, sou sim. Mas nada me tira o encanto de uma roça, onde o vento sibila entre cachos dourados de arroz e os pássaros usufruem apenas o necessário para a sobrevivência. Afinal, todos são criaturas de Deus, habitantes do universo.

                 Voltando ao cotidiano da cidade grande, que as chuvas venham logo e tragam clima mais ameno e conforto. E mesmo em ano que a safra de mangas, goiabas, abacates e cajus seja menor, a esperança permanece e continua. Dias sempre melhores haverão de vir  em nossa vida! Sempre!




Um comentário:

  1. gostei do texto descrevido onde se coloca a beleza da nossa agricultura....onde pouca gente da inportancia de onde vem nossa sal....davel sobremesa. e que venha as chuvas

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