sexta-feira, 18 de outubro de 2013

PRIMAVERA: SONHOS E... SONHOS!



                Os últimos dias foram de um calor terrível na querida Goiânia. Calor terrível que aliado ao transito cada dia mais intenso e desumano, tornou a vida do cidadão quase uma catástrofe. São as reações da mãe natureza, onde colhemos aquilo que plantamos ao longo dos anos.
                O dia a dia traz obrigações e a certeza que precisamos continuar. Com calor, com frio, com chuva ou sol escaldante, a vida segue. Como a vida não para, o tempo não para, seguimos em frente.
                Seguir em frente... Seguir sempre em frente... Expressão eternizada em canções, como aquela diz: “Ando devagar, porque já tive pressa...”.
                E a vida impõe pressa. Impõe prazos, tempo a cumprir, exige celeridade. Celeridade nem sempre compreendida, mas sempre exigida... Pergunto: se a vida não é tão célere, tem seu tempo, porque não ouvir o tempo do coração?
                E, qual o tempo do coração?
                A cada alvorecer ganhamos a dádiva de um novo dia. Um novo período onde podemos fazer de tudo, inclusive ser felizes. Ganhamos sim. E a felicidade está em primeiro lugar? A elegemos como motivação maior do novo dia?
Cada dia traz novas nuances, traz novos rumos e acima de tudo, muita esperança. Onde estamos? O que somos? E o que seremos no próximo segundo?
                Somos capazes de compor sinfonias, realizar feitos fantásticos, ir ao espaço sideral, mas ainda não compreendemos a totalidade da alma humana.
                Viajo em meu dia a dia. Ao percorrer as ruas da bela Goiânia, vejo de tudo um pouco: pessoas apressadas, motoristas com alto nível de stress, comerciantes com um sorriso armado e previsível a esperar seu cliente.
Vendedores rápidos e ágeis oferecem agua mineral nos semáforos. Corajosamente defendem sua dignidade e sobrevivência. Sim! Vendem agua mineral sob sol escaldante, auferindo centavo a centavo o que vai garantir sua sobrevivência no dia seguinte. Um dia árduo. Conversando com um, soube que fica ali dez horas todos os dias... Dez longas horas. E consegue obter a renda que vai sustentar sua família.
E sonhos? Os tem? A resposta veio rápida: “companheiro, não dá pra viver sonhando... A vida passa rápido demais...” Quanta coragem e desembaraço. Filosofia...  Exemplo a seguir...
O sinal abre e o transito lento me permite refletir. Sonhos... Absolutos? Podemos relativizá-los? É relativo que são absolutos ou absolutamente, os sonhos são relativos?
Acreditar nos sonhos que tenho... O que aspiro? Serei capaz de realizações ditas “impossíveis”, mesmo em momento de intenso exigir? Ou talvez fosse melhor ouvir a voz da razão e nunca mais a voz do coração?
Tal indecisão traz um fardo pesado. Um imenso fardo. Algo que nunca me ocorreu na vida.
                Voltando à primavera, a chuva não veio tão intensa como se esperava... Mas veio trazendo acalento, veio devagar, mansa, benfazeja... Não ocorreu em todos os lugares da cidade. Veio quase a conta-gotas... E trouxe o clima bom, o clima ameno e que possibilitou noites de sono mais confortáveis, sem a presença incomoda do calor e do artificial ar condicionado.
                Condicionando que estamos sempre a querer a busca do melhor para nós. Mesmo que esse melhor seja esperar que sonhos se realizem e se tornem absolutamente factíveis.
                Ouvi dizer que um dia o homem olhou para a lua, mirou o horizonte do mar e sonhou ir além. E foi além. Desbravou o oceano intransponível e venceu as barreiras do céu, ultrapassou nuvens misteriosas. Tudo isso, a partir de sonhos, visionários que eram.
                Sonhos são ruins para quem os ambiciona. Sonhos... Desejos... De vida melhor, de obter uma casa nova, um carro confortável ou mesmo um poema declamado em tarde de domingo.
                Sonhos não são descritos ou mensurados. Sequer previstos como algo imediato. Afinal, são muito particulares. Nem sempre divididos.  E são sonhos, apenas sonhos. Podem ser realizados? Depende de quem os tem e acredita!  Depende da coragem dos detentores desses sonhos.
                Que na primavera, os sonhos aconteçam com a mesma certeza de fertilidade, renovação da vida, harmonia e clima bom que vieram com a chuva benfazeja. Que os sonhos se realizem. E que a felicidade chegue aos corações. Ainda, nesta linda primavera!


                 
               
                 

                               

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