sábado, 22 de novembro de 2014

A MUSICA BRASILEIRA FEITA EM GOIÁS




Aos primeiros momentos do show “Trinta aos esta noite” do Cantor e Compositor Fernando Perillo e Banda Kalunga, no acolhedor Centro de Cultura e Convenções Nelo Balestra na cidade de Inhumas - GO, eu pude observar três jovens que foram os primeiros a chegar ao local, acompanhados dos pais ou tios, suponho, mas que logo desgarraram deles e foram para a primeira fila.
Com a inquietude típica de pré-adolescentes, ficaram mais calmos somente quando o show começou e o artista e a banda entraram. Aos poucos, começaram a interagir.
Em determinado momento os observei cantando de forma efusiva as musicas magistralmente interpretadas pelos artistas no palco, juntamente com o público presente. Em tempos de bombardeio da mídia, em função de estilos musicais como “Arrocha”, “Sertanejo Universitário” e outros, ver jovens adolescentes vibrando e cantando a musica brasileira feita em Goiás com alegria e brilho no olhar, é mesmo gratificante.
Mas isso não é por acaso. Goiás vive momentos únicos no setor.  A efervescência na arte e na cultura é nítida.  Nunca se publicou tantos livros, lançou-se tantos CD’s e DVD’s como agora. O governo estadual investiu no ano de 2014, a partir de verbas do Fundo Estadual de Cultura algo próximo de quinze milhões de reais, caso único, sem similar no país. E está com os pagamentos todos em dia.  
Temos artistas de talento incomensurável, bandas e músicos ao nível dos melhores do pais. A volta a Goiás de músicos como o internacional Evaldo Robson, talentoso poeta do Sax e da Flauta é o retrato mais visível disso. A perfeição dos acordes do múltiplo artista Emídio Queiroz e do Professor Nonato Mendes, a percussão mágica de Sérgio Pato, tudo isso resulta em um trabalho de qualidade.
Além do apoio financeiro do governo, temos exemplos de empreendedorismo que merecem ser louvados e seguidos: recentemente, a Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, conduzida pelo Maestro Eliseu Ferreira da Silva fez uma turnê coroada de sucesso, na Alemanha, berço da musica erudita. E, totalmente sem utilização de recursos públicos. O financiamento da viagem de mais de sessenta integrantes foi através de doações e trabalho junto à iniciativa privada.
No Centro de Educação Profissional em Artes Basileu França, desde 2013 funciona o Curso Superior de Tecnologia em Produção Cênica, que já teve seu segundo vestibular e em 2015 formará sua primeira turma. Futuros produtores cênicos, que preencherão com profissionalismo e conhecimento adquirido na Academia as lacunas existentes no mercado de Produção em Goiás e no Brasil.
Em outro vértice, é necessário que se invista também em formação de plateia. É preciso que o povo goiano se habitue a sair de casa e ir ao teatro, aos magníficos espetáculos que diariamente ocorrem por aqui. Temos casas maravilhosas, além do teatro Goiânia. Os exemplos mais recentes são o Teatro Sesi e o Teatro Sesc Centro. Casas maravilhosas e que estão á disposição da classe artística e da sociedade para a apresentação de projetos bem elaborados e de qualidade.
A imagem dos jovens adolescentes de Inhumas permanece em minha memoria, mesmo que, tenham saído antes do final do show, por insistência ou necessidade daqueles que os acompanhavam.
Como na canção de Renato Teixeira e Almir Sater, vamos sim, “compreender a marcha e ir tocando em frente”. Para o bem da cultura que alimenta a alma e acalenta o coração. E viva a arte! Viva a musica brasileira feita em Goiás.

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