As alegres luzes que
adornam a singela e para mim, sempre bela e alegre árvore de natal que há anos
montamos na sala de nossa casa, trazem o clima e a certeza que estamos no
natal; natal do menino Jesus, tempo em que devemos comemorar o aniversário do Filho
do Pai.
E diante do magnifico
piscar das luzes que ininterruptamente despejam sua alegria no ambiente, começo
a refletir sobre como o ano passou rápido. Aliás, não só o ano, mas a vida,
como tudo passa ou tem passado rápido.
Ao aprofundar um pouco
mais minha reflexão, lembro que um dia desses eu chegava a Goiânia. Chegava ainda
adolescente, no início da mocidade. Inseguro, após descer do ônibus na Avenida Independência,
subi puxando uma mala com parcos pertences pela Avenida Goiás até a Rua Três,
em busca do local onde meu irmão morava. Ali começava minha vida na cidade
grande, na grande metrópole que como dizem, tem a mania de fazer as pessoas se
apaixonarem por ela.
Os dias, os meses, e
alguns anos se passaram e já ao lado da amada, vi nossas filhas nascerem, comemorei a conquista da casa onde moramos até hoje, e o tempo, inexorável como é, nem me
fazia perceber que as meninas iam crescendo. A vida e suas etapas se cumpriam.
Com o tempo, as filhas
queridas seguiram seu caminho. E em uma tarde quente de março chegou o menino
Gabriel, de rosto plácido e lindo, chorando bastante diante do mundo que se
apresentava a ele. Eis que eu me via novamente diante de choro de criança nova,
que trazia renovação e acalento. Com ele, o coração também se renovava, se
enchia de jubilo, alegria, felicidade. Passei a ser um avô coruja e cheio de cuidados
como todo avô.
Voltando às luzes que
me encantam e às reflexões, lembro que em alguns estados do país o natal de
muitas famílias será de tristeza, mesa pequena e incerteza.
Tenho amigos queridos
em todo o país, inclusive na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. A capital
potiguar traz em seu nome, nada mais, nada menos que Natal. E Natal, cidade
onde por algumas vezes estive, também é sinônimo de alegria e fraternidade.
E a bela e acolhedora
cidade de Natal neste tempo de natal encontra-se sitiada. Com a ausência de policiamento nas ruas em
face de atraso de salários a insegurança e o medo persistem, desde a imponente
e badalada Praia de Ponta Negra, passando pela Via Costeira até a popularíssima
Feira do Alecrim. E no meio de tudo isso, um imponente e vistoso – embora sem
utilidade – estádio ou arena de futebol, que custou milhões de reais, e hoje sem
serventia alguma para a sociedade potiguar.
De maneira particular,
não quero comparar esse natal com o do ano passado. Entre um período e outro,
muita coisa aconteceu. E o que mais marcou, foi a tragédia que se abateu sobre
meu irmão, quando em uma quase manhã de maio, na cidade de Palmas, um cidadão
embriagado provocou um acidente de trânsito, levando-o a uma situação de saúde praticamente
irreversível. Resta-nos a fé. Confiemos.
Mas é natal. E apesar das
dores que porventura a vida nos traz, das dificuldades que de uma maneira ou de
outra até servem para nos fortalecer, é abrir a alma e o coração e se deixar
enlevar pelo espirito de natal.
Que o sorriso esteja
presente no rosto das pessoas e as luzes, como as da árvore de natal de minha
sala, contagiem e encham de alegria a noite em que celebramos a vinda do Menino
Jesus.
Que o natal de todos os
amigos queridos seja cheio de luz, de paz, harmonia e muita, muita esperança.
Que possamos sonhar e acreditar em um mundo melhor e fraterno.
E que seja um feliz, um
feliz natal!
Nenhum comentário:
Postar um comentário