sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

CRÔNICA DE NATAL



As alegres luzes que adornam a singela e para mim, sempre bela e alegre árvore de natal que há anos montamos na sala de nossa casa, trazem o clima e a certeza que estamos no natal; natal do menino Jesus, tempo em que devemos comemorar o aniversário do Filho do Pai.
E diante do magnifico piscar das luzes que ininterruptamente despejam sua alegria no ambiente, começo a refletir sobre como o ano passou rápido. Aliás, não só o ano, mas a vida, como tudo passa ou tem passado rápido.
Ao aprofundar um pouco mais minha reflexão, lembro que um dia desses eu chegava a Goiânia. Chegava ainda adolescente, no início da mocidade. Inseguro, após descer do ônibus na Avenida Independência, subi puxando uma mala com parcos pertences pela Avenida Goiás até a Rua Três, em busca do local onde meu irmão morava. Ali começava minha vida na cidade grande, na grande metrópole que como dizem, tem a mania de fazer as pessoas se apaixonarem por ela.
Os dias, os meses, e alguns anos se passaram e já ao lado da amada, vi nossas filhas nascerem, comemorei a conquista da casa onde moramos até hoje, e o tempo, inexorável como é, nem me fazia perceber que as meninas iam crescendo. A vida e suas etapas se cumpriam.
Com o tempo, as filhas queridas seguiram seu caminho. E em uma tarde quente de março chegou o menino Gabriel, de rosto plácido e lindo, chorando bastante diante do mundo que se apresentava a ele. Eis que eu me via novamente diante de choro de criança nova, que trazia renovação e acalento. Com ele, o coração também se renovava, se enchia de jubilo, alegria, felicidade. Passei a ser um avô coruja e cheio de cuidados como todo avô.
Voltando às luzes que me encantam e às reflexões, lembro que em alguns estados do país o natal de muitas famílias será de tristeza, mesa pequena e incerteza.
Tenho amigos queridos em todo o país, inclusive na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. A capital potiguar traz em seu nome, nada mais, nada menos que Natal. E Natal, cidade onde por algumas vezes estive, também é sinônimo de alegria e fraternidade.
E a bela e acolhedora cidade de Natal neste tempo de natal encontra-se sitiada.  Com a ausência de policiamento nas ruas em face de atraso de salários a insegurança e o medo persistem, desde a imponente e badalada Praia de Ponta Negra, passando pela Via Costeira até a popularíssima Feira do Alecrim. E no meio de tudo isso, um imponente e vistoso – embora sem utilidade – estádio ou arena de futebol, que custou milhões de reais, e hoje sem serventia alguma para a sociedade potiguar.
De maneira particular, não quero comparar esse natal com o do ano passado. Entre um período e outro, muita coisa aconteceu. E o que mais marcou, foi a tragédia que se abateu sobre meu irmão, quando em uma quase manhã de maio, na cidade de Palmas, um cidadão embriagado provocou um acidente de trânsito, levando-o a uma situação de saúde praticamente irreversível. Resta-nos a fé. Confiemos.
Mas é natal. E apesar das dores que porventura a vida nos traz, das dificuldades que de uma maneira ou de outra até servem para nos fortalecer, é abrir a alma e o coração e se deixar enlevar pelo espirito de natal.
Que o sorriso esteja presente no rosto das pessoas e as luzes, como as da árvore de natal de minha sala, contagiem e encham de alegria a noite em que celebramos a vinda do Menino Jesus.
Que o natal de todos os amigos queridos seja cheio de luz, de paz, harmonia e muita, muita esperança. Que possamos sonhar e acreditar em um mundo melhor e fraterno.
E que seja um feliz, um feliz natal!



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