sábado, 8 de setembro de 2012

PÁTRIA AMADA: BRASIL! E O BRASIL DO B



                O verde e amarelo das flores nas sibipirunas que ainda restam na velha e querida Campininha das Flores em Goiânia anuncia a chegada da semana da pátria e me leva a reflexões.

              
  Reflexões que incluem o Brasil grande de hoje, integrante dos BRIC’s, que empresta dinheiro ao FMI, é objeto de desejo de bons profissionais formados no exterior, e praticamente obriga o governo norte-americano a facilitar o antes tão cobiçado visto de entrada.

               
 Brasil grande que é sinônimo de pujança econômica, milhões de carros produzidos, rotineiros recordes na agricultura e construção civil que contrata, contrata, mas não consegue preencher todas as vagas. Brasil onde programas habitacionais e crédito farto fazem com que o trabalhador tenha acesso à casa própria e itens de conforto, como carro, eletro-eletrônicos, computador, internet banda larga, e escola particular para os filhos.


Esse é o retrato fiel de todo o Brasil? Infelizmente não. Ainda temos o Brasil do B. Brasil do B como o denunciado pelo Padre Djacy Brasileiro, que atua na região do sertão do Vale do Piancó, Estado da Paraíba, onde o sertanejo sofre com terrível seca, que traz desesperança e sofrimento a 171 municípios somente naquele estado.


Raquel de Queiroz romanceou em “O Quinze” a terrível seca de 1915. A procissão da chuva, descrita no livro escrito em 1930 continua a acontecer até hoje? Continua, e sem esperança de melhoras.


Conhecimentos e tecnologias existentes conseguem criar obras primas da engenharia espacial, como o fantástico “Curiosity” que explora o planeta Marte. Ainda assim não vencem a indústria da seca no Nordeste do país, que continua ativa a atuante. E precisa sempre ter seu campo fértil de flagelados para perpetuar dinastias políticas, que sempre aparecem como benfeitores e salvadores da pátria.

Mas há outra seca que assola o Brasil Grande e pujante. A seca da educação, com escolas sem mínimas condições de trabalho e Professores com salários absurdamente baixos. Seis Governadores, inclusive o de Goiás moveram Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao STF, onde se questiona a legalidade da Lei do Piso, instituída em 2008.


A Lei número 11.738, de 16 de Julho de 2008 não é panacéia para os problemas da educação no Brasil, mas objetiva resgatar divida histórica do estado com a educação. Quando o estado passa a ver a lei apenas sob o ponto de vista financeiro, corre-se risco de piorar ainda mais a já tênue situação dos educadores. E justo em Goiás, no inicio do ano o governo retirou dos educadores conquistas e direitos adquiridos há anos, como a gratificação de titularidade.


Em recente entrevista o Reitor da Universidade Federal de Goiás Edward Madureira afirmou taxativamente que sobram vagas de licenciatura. Isso é a constatação cabal que os jovens não se sentem mais atraídos pela profissão de Professor, antes tão decantada e valorizada socialmente.


Os professores também em sua grande maioria se sentem mal representados na área sindical. O sindicato da categoria saiu enfraquecido diante dos fatos ocorridos na ultima greve. Por mais que tentem mostrar que estão atuando, os educadores os vêem com desconfiança. E sindicato fraco, significa classe mais enfraquecida ainda e mais suscetível às pressões e atos intimidatórios do poder público.


O Brasil grande, pujante, dos recordes econômicos e da boa imagem internacional tem grande divida com seus filhos do Brasil do B. Grande dívida social. A seca do nordeste, terra de meus pais, onde estão minhas raízes das quais me orgulho tanto, está em plena convergência com a seca da educação.
Que se lute para mudar esse quadro. De seca de água e de saber.

2 comentários:

  1. Infelizmente uma triste realidade. O Brasil do "B" é apenas a ponta do iceberg dos problemas mundiais. Quem sabe daqui a alguns anos teremos a independência do Brasil dos problemas sociais, climáticos e econômicos. Mas ai é só Deus no céu mesmo.
    Mas o homem na terra tem que fazer alguma coisa.
    Gostei do retrato do Brasil, Américo.

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  2. Essas reflexões nos remete à Decadência, falência total da educação aos longo dos anos num país de muitas coisas inclusive do futebol...Professores mal remunerados, não valorizados e mal representados nos faz pensar;que país é esse, que irá sediar uma copa do mundo, onde o povo não tem o essencial:EDUCAÇÃO?
    Uma dívida social URGENTE!

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