O menino Zezinho
sempre foi espevitado e danado. Liderava as brincadeiras com os colegas da rua
e entre seus primos e primas. Paparicado pelas tias, era chamado de Príncipe
pela sua adorada “Tia Chiquinha” que tanto gostava de arrumá-lo, vestir roupas
novas, pentear seus cabelos.
Atleta de futebol
de rua mediano, logo os colegas resolveram o problema e arrumaram um jeito de
coloca-lo no gol, pois suas habilidades eram realmente poucas. Jogando no gol,
ao menos, poderia ser mais útil, buscando a bola quando ela fosse para longe,
depois de um chute mais forte. Assim nasceu um goleiro relativamente bom, que
na escola, fazia poses para as meninas e em determinados momentos chegava a
fechar o gol.
Quando tinha por
volta de onze anos de idade, disse aos pais que queria ser médico. Da forma
como falou, deu a certeza que buscaria esse sonho, no momento certo lutaria
para isso. Não percebeu, mas naquele momento sua mãe encheu os olhos de
lagrimas. E o menino Zezinho cresceu acalentando esse sonho.
O
tempo passa, voa, como rápido passa a vida. De repente o menino Zezinho se vê
às voltas com os livros, dedicação integral. Brincadeiras de rua, futebol,
amigos de infância, tudo ficando em segundo plano. Agora era enfrentar o famoso
vestibular, o desumano sistema de acesso ao ensino superior do brasil.
E o Menino Zezinho foi à luta. Buscou, lutou, renunciou momentos de sua juventude, para mergulhar a fundo nos livros, nos cursos,
especificas, frequentando aulas durante todo o dia. Não foi fácil, mas o menino
Zezinho conseguiu.
Longe
de casa, morando em republica de estudantes o menino Zezinho deixou para trás
amigos, e passou a ser o acadêmico
Raphael. Começava mais uma batalha, mais uma luta renhida. Tão difícil como
entrar em uma faculdade de medicina é concluí-la. Mas o jovem Raphael era
determinado. E contava com o apoio incondicional de seus pais.
Os
anos foram passando e o acadêmico Raphael cada vez mais cônscio de suas
responsabilidades. Adquiria o conhecimento do funcionamento perfeito – ou não –
da fantástica máquina chamada corpo humano, criada por Deus à Sua imagem e
semelhança.
O
dia da formatura finalmente chegou. O “grand finale”. Tudo impecável. Culto,
cerimônia de colação de grau, baile. Alegria. Realização. Muita emoção.
Presença da família, de amigos, das pessoas queridas que tanto o amam.
O
menino Zezinho agora é Dr. Raphael Américo. Terá sob sua responsabilidade e
atenção vidas, sentimentos. Será portador e relicário de confidencias, depositário
da confiança dos humildes e dos abonados, que irão em busca da cura de seus
males, suas dores e suas angustias.
Deus
abençoe seu caminho, Dr. Raphael. Deus mostre o quanto você será útil à sociedade,
aos necessitados de alivio para as dores. Felicidade inigualável é ver que você
conseguiu seus primeiros objetivos na medicina. Outros estão por vir. Apenas
uma etapa foi cumprida, a da graduação.
Não
tenho nenhuma dúvida que ficarei emocionado ao vê-lo de roupa branca, assumindo
sua função de médico. Mas meu coração sempre o verá como o menino Zezinho,
aquele menino que um dia foi em busca de seus sonhos. E começa a realiza-los agora. Parabéns,
querido Raphael!
Essa crônica é mais que uma bela história e exposição de sentimentos. É um imenso incentivo a todos que desejam realizar seus sonhos dificéis!
ResponderExcluirMais uma vez, Escritor Goiano, parabéns por essa bela crônica de incentivo e força a todos que sonham realizar seus sonhos "impossíveis"!
Reinaldo Bueno
Muito obrigado, tio. Não sei se mereço uma crônica tão linda. Só tenho a dizer q amo meu curso e farei de tudo para ser um grande médico. Um bjão e mais uma vez obrigado.
ResponderExcluirRaphael Américo
Toda vez que venho a este Blog, sei que de alguma forma seus textos vão tocar meu coração! E hj essa Crônica me tocou profundamente, ela me faz pensar na batalha do meu filho Lucas, que não vai ser um doutor, mas que esta correndo atrás do sonho dele e passa por tantas dificuldades assim como seu sobrinho passou, e com apoio da família e determinação chegou ao seu ideal, mesmo longe da família! E lendo seu lindo texto com certa riqueza em detalhes, vejo que vale sempre a pena correr atras dos sonhos, nunca desistir que um dia vc chega la! Parabéns a vc , seu sobrinho e toda sua família! Família é tudo.
ResponderExcluirMeu caro amigo escriba Paulo Rolim,
ResponderExcluirFiquei feliz em ler essa crônica.
Lembrei de minha Eveline.
Sempre pensou e lutou pra ser médica, assim como Raphael.
Meus parabéns Raphael por ser médico, meus parabéns Paulo Rolim, por escrever tão bem.
Um abraço.
Arimatéia Macêdo - www.arimateia.com