sexta-feira, 29 de agosto de 2014

CANÇÃO DE AMOR À MINHA TERRA




O goiano ama sua terra. Ama seu canto, o lugar onde nasceu e mesmo nunca tendo saído além-fronteira, entende que não tem lugar melhor no mundo que aqui. Pois para ele, o sol brilha muito mais, as manhãs são mais belas e o pôr-do-sol, um encanto só. As noites estreladas e emolduradas pela luz da lua suscitam desejos e canções que, acompanhadas por plangente violão acalentam corações e embalam amores.
E quando é tempo de milho verde, fica melhor ainda. O aroma e o sabor que vêm do fogão à lenha com a pamonha quase pronta – de doce, de sal, á moda – faz saber que o paladar será único e especial.
Os meninos, inquietos e apressados que são, enquanto a pamonha não sai se divertem com mandioca cozida coberta com melado de cana. Dos menores aos maiores.
E para os adultos, uma legitima da terra, do município, que fora guardada especialmente para aquela ocasião.
A noite é de pamonhada, mas no dia seguinte, haverá frango com pequi e gueroba. Sim, “gueroba” pois em Goiás não se diz guariroba, mas simples e unicamente            “gueroba”. Um palmito de sabor um pouco amargo, que colhido ali na hora, torna-se uma iguaria fantástica. Acrescente-se aí quiabo e angu de milho.
A isso tudo junta-se a alegria do encontro. Encontro de goiano que se preze tem, além da pamonha e do frango com pequi, animadas rodas de viola. Mágica viola que dedilhada por mãos hábeis, muitas vezes rudes e calejadas pelo trabalho diário, trazem sons que enlevam e afagam a alma, o coração. A poesia é buscada nas lembranças e nos recônditos e se faz presente em emocionantes declamações, que prendem a atenção.
Nas manhãs e nas tardes, encanta-se com a brisa suave e canto de sabiás.
Isso é ser goiano. E o goiano não deixa nunca de amar sua terra, seu chão. Terra que Cora Coralina cantou em prosa, verso, poemas. Que um poeta um dia, em momento único buscou inspiração dentro do coração juntou seus mais caros valores, tradições, saudades, retratou e transformou em poema, que virou canção.
Essa canção é pura goianidade. É relato de cotidianos, de saudade de filho distante que foi pra cidade grande estudar, de tradições da terra, de tropas, de boiadas, de brejeira saudade. Do amor tão “natural do coração” de um goiano.  
Afinal, “o meu peito goiano, é assim: de saudade brejeira, sem fim. Quando gosta ele diz: que trem bão... quando canta... A viola... É paixão...”
A bença, Poeta... Salve a goianidade!





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