Ela ainda resiste...
Abandonada,
de portas e janelas fechadas,
No
meio do pasto, quase encoberta pelo capim
Que
alimenta o gado...
No
antigo quintal, sombra e o verde das
Mangueiras
imponentes
E laranjeiras esquecidas...
O
terreiro, em frente
Já foi
palco de encontros,
Olhares,
toques de mãos tímidas,
Sob
a luz da lua
E
testemunho de estrelas distantes,
Em
noite de viola e canções
Ao
lado de uma fogueira.
Ali
viviam moças que sonhavam
Com
sapatos de salto, vestidos rodados,
Príncipe
encantado
E
batom vermelho na boca carmim...
Ali viviam rapazes
Que
sonhavam plantar uma roça
Obter
colheita farta
E assim. comprar uma bicicleta nova:
Águia
imperial... Ou águia de ouro.
Nas
noites insones era possível
Contemplar
a luz da lua
E
o caminhar das estrelas
Através das frestas do
telhado irregular.
Um
dia todos se foram...
Seguiram
caminhos
Que
não vem em direção à casinha branca,
Que ficou vazia... Abandonada...
Como
companhia, as reses no pasto,
Pássaros
que fizeram ninhos nos beirais
E urutaus em noites longas, sem luar...
Todos
se foram.
Ficou
a melancolia e a poesia
De
uma casinha branca no meio do pasto
Onde
em tempo distante
Ouviu-se
o entoar de canções,
Em
noites de luar e viola.
E acalentou-se sonhos de amor,
Com
a cumplicidade das estrelas.
-*-
#Deumpoetaqualquer
Que lindo poema bucólico! A simplicidade sempre é a melhor poesia!
ResponderExcluir