Ao ligar a televisão recebo um bombardeio de noticias ruins e tristes.
Guerras perpetuam ódios tribais, em terríveis atentados a vida, ao ser humano,
criado à imagem e semelhança de Deus. Violência contra mulheres, tráfico aberto
de drogas - que hoje são mais próximas e fáceis de adquirir como comprar doce
na mercearia da esquina.
Não quero nem deixo isso contaminar minha alma, meu momento de manhã de
sábado. Deixo sim, me levar e enlevar pela beleza dessa manhã, cheia de
esplendor, de sol brilhante, suave brisa e céu azul.
Vou até o supermercado perto de minha casa, para comprar o pão de cada
dia e me deparo com vários desejos de bom dia, presentes também no sorriso da
moça do caixa, espontâneo, verdadeiro.
Ao voltar paro pelo caminho para receber os cumprimentos de um vizinho, trocar
“dois dedos de prosa”, em uma rápida conversa. Depois de combinar uma
caminhada/corrida para logo mais à tarde no Parque, chego em casa para fazer o
café forte e com pouco açúcar, bem ao meu gosto. E me preparo para viajar ao
mundo das canções e poemas.
O canto de um sabiá me convida a passear pelo amplo quintal da minha
casa. Lá, a mangueira está com frutos bem desenvolvidos e novos cachos de
flores, rodeados de inquietas abelhas em busca do pólen. A interação da
natureza, com abelhas, flores e pólen, garante a próxima safra de mangas.
Mais adiante a goiabeira, que renovou suas folhas, em um ponto ou outro
traz pequenos bulbos, alguns já abertos com flores de tenras pétalas brancas. A
florada chegou e logo estará cheia de frutos. E a certeza que terei muito
material para fazer doce à moda do Paulo.
Observando mais detidamente, vejo muitos ninhos, prontos ou sendo construídos.
Os passarinhos do meu quintal perpetuam suas espécies, dando sequencia ao
interminável ciclo da vida.
Uma canção torna ainda mais feliz minha manhã. Canção que fala de amor,
de ternura, de pessoas se amando, de corpos que se aconchegam em uma rede
amarela. Canção que me leva à uma noite de lua, com serenata, toque de mãos e
estrelas brilhantes.
Apesar do que vi na televisão, das noticias de guerras e do
ódio que existe mundo afora, encontro sempre um balsamo para contemporizar a
isso. Nada mais perfeito que uma manhã com sorrisos, boa vizinhança e canto de
pássaros.
E a lembrança de uma rede amarela, onde mãos se encontram, se tocam e
acariciam suavemente o rosto da pessoa amada, em momentos de ternura e carinho
intensos.
Em bela e encantadora manhã de sol!
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