Fazendo o maravilhoso doce de leite goiano |
Lugar bucólico, de um entardecer maravilhoso |
Na fazenda do Tio João, o cair da tarde traz a paz e a quietude que fazem bem ao coração e à alma.
O sol, despedindo do dia e buscando seu refugio, deixando atrás de si belíssima claridade traz o intenso movimento dos pássaros em busca de seus ninhos, o canto das araras azuis, sempre em dupla ou casal e o mugir melancólico do gado, recolhido e apartado, faz sonhar e imaginar ser a vida apenas aquele momento, de tranqüilidade e sossego.
À noite, vem a visita dos vagalumes. Ao longe, observo pequenos sapos que buscam refugio em um lugar escondido e seguro. Apurando mais os ouvidos, escuto a imensa cantoria que vem da pequena mata próxima.
Sentado na pequena cerca que fica em frente à casa, vejo o surgir das estrelas. No começo, tímidas, apenas uma aqui, outra acolá. Mas, em pouco tempo, um céu maravilhoso e iluminado resplandece. Belíssimo céu. Fez falta apenas a lua nesse instante, mas pela madrugada adentro, ela aparecerá e iluminará até pela fresta da janela do quarto.
Na fazenda do Tio João, devido á pouca freqüência da irmã-chuva neste ano, o milho ainda não está totalmente granado, no ponto de fazer pamonhas. Talvez daí a uns vinte dias esteja no ponto, mas, sapiência da mãe natureza, ainda não chegou lá.
O alvorecer, depois de noite calma e repousante, vem com os pássaros em festiva sinfonia, o barulho das galinhas no quintal e o mugido triste das vacas no curral, a chamar seus bezerros, para receber a parte do leite que lhe é de direito.
Em breve, estou ao lado dos amigos, reunidos em volta de uma grande fornalha, a preparar um delicioso doce-de-leite. Á moda antiga, com muito cuidado, mexendo sempre para não pregar no fundo do tacho. Depois de algumas horas de paciência e trabalho, a primeira prova. Mais um pouco, é só retira-lo e chamar a meninada (e alguns adultos) para raparem o tacho.
No imenso quintal, com suas mangueiras antigas oferecendo generosa sombra, tem uma quantidade imensa de guarirobas de variadas idades. Fico a imaginá-las na panela sozinhas ou acompanhadas do delicioso frango caipira, à moda goiana.
Apesar de todo este paraíso, desta vez a fazenda do Tio João estava um pouco mais sem-graça. Faltava algo. Ou melhor, alguém.
Acometido de forte gripe, o Tio João não estava lá. Todos sentiram imensa falta de suas brincadeiras, de sua habitual mania de oferecer aperitivo aos presentes – os mais afoitos acabam no chão -, de seu carinho com as crianças. Sua presença sempre é motivo de alegria e satisfação.
Que da próxima vez estejamos juntos novamente. E com o Tio João gozando de plena saúde.
O Paraíso dos Sonhos! Lugar Singelo, aconchegante, ingênuo, simples, sossegado, onde se encontra paz, a natureza. É tão bom ler suas crônicas e saber um pouco do que vc viveu , das suas raízes, do que marcou sua vida, do que te faz feliz! Linda... linda! Feliz 2013
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