segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

FELIZ ANO NOVO! COM PAZ E HARMONIA!




O estourar de fogos com luzes coloridas e encantadoras trará a certeza que o novo ano chegou. Em todos os lugares, no Brasil ou mundo afora, conforme o fuso horário, pessoas haverão de se abraçar, abrindo o coração e desejando que o amor esteja presente, ao lado de paz, saúde, harmonia e prosperidade. Eu sempre gosto de momentos como esse. As pessoas tendem a abrir mais o coração, tornando-se receptivos e fraternos.
2019 chega valente, forte. 2018 fica para trás. Para muitos, um ano que pode ser descrito como de transição, face às importantes mudanças que ocorreram ou estão por acontecer no pais.
Deixamos uma era de absurda tentativa de dividir o país, onde o crime organizado se encastelou no poder, disfarçado de entes políticos e hoje, a economia cobra caro por isso.
Com a necessidade de mudança o povo brasileiro, ao não aguentar mais, exerceu sua cidadania através do meio democrático do voto, mudando os rumos e dando a um ex-militar, deputado por vários mandatos, a responsabilidade de conduzir nossos destinos nos próximos quatro anos. Ao menos, até o momento o presidente eleito tem resgatado alguns valores tão caros ao povo brasileiro, como a simplicidade e o compromisso primeiramente com o Brasil. E promete combate intenso à corrupção, esse câncer que acaba com qualquer país.
De negativo, algumas declarações de futuros assessores e parentes do eleito, que para mim, são infelizes e poderiam ter sido evitadas. Mas, sigamos pela estrada e que o novo governo, ao assumir acabe de vez com a espúria cultura do rouba-mas-faz.
Quanto ao presidente Temer, nos últimos dias tentou se manter em evidencia, mas foi totalmente ofuscado pelos novos donos do poder. Daqui para a frente, se o mesmo não contar com a condescendência de um ministro de algum tribunal superior, é possível que volte a frequentar o noticiário, mas nas páginas policiais.
Temer tem seus méritos. Enquanto esteve no poder buscou reerguer a confiança no país, abalada pelos desmandos dos governos anteriores e de certa forma, conseguiu isso. O novo presidente receberá um país melhor do que recebeu Temer. Que a justiça prevaleça, e se ele tiver que pagar por seus erros, que pague, afinal, os rigores da lei devem ser para todos, apesar de isso ser algo utópico.
2019 bate à porta. Como todo brasileiro, eu me encho de esperança de ainda ver meu país melhor, mais justo e também fraterno. Que a arrogância e a idiotice de alguns poucos militantes partidários que acabam arrolando incautos e despreparados para suas ambições – de um lado ou de outro – fiquem no passado e eles entendam que somos um país onde a paz e a harmonia são a grande característica do nosso povo.
As cores da bandeira do Brasil foram resgatadas e o povo brasileiro espera novamente poder se orgulhar de seu país. Para isso, depende do novo governo cumprir promessas e objetivos propostos.
Que a passagem de ano seja festiva e alegre, e que 2019 seja verdadeiramente um ano feliz, onde possamos comemorar coisas boas e interessantes.
Que a paz e o bem estejam presentes. A todos, os votos de um feliz ano novo.


sábado, 29 de dezembro de 2018

CASA DE MÃE, CASA DE AMOR!






Em uma tarde qualquer, quente como são quentes as tardes de verão, precisei buscar um documento com um amigo e após sair do trabalho, fiz contato via telefone – ainda usamos telefones – quando soube que ele estava na casa de sua mãe, em um local não muito distante de onde eu estava. Me prontifiquei a ir até lá, até para que não o ocupasse muito. Ele enviou a localização e após algum tempo eu estava na portaria do prédio, aguardando por ele.
Ao chegar e me entregar o documento, verificou que faltava preencher uma página, que teria que ir buscar as informações em seu carro. Mas, antes, me convidou para subir até o apartamento e que enquanto ele terminaria de preencher, eu degustaria um café que ainda estava sendo feito.
Sou daqueles que entende que uma oferta de café não se recusa em hipótese alguma. E ainda mais café de mãe, que além dos ingredientes normais, sempre tem aquele quê de amor e de carinho.
Ao chegar ao apartamento, me deparei com uma senhora alegre, de uma simpatia única e sorriso encantador.  Me convidou para acompanhá-la até a cozinha, onde ela acompanhava a evolução de pães e biscoitos de queijo que assavam no forno.
Em instantes papeávamos como velhos amigos. Falávamos de família, filhos e filhas, netos. Quando falamos dos netos, seu olhar se iluminou, e coincidentemente uma garotinha esperta passou ali perto, a me observar. Notei seu olhar de ternura e carinho em direção à pequena. Amor de mãe, amor de avó é sempre explicito, impossível de esconder.
Enquanto o pão de queijo e o biscoito de queijo assavam, a alegre senhora “passou” o café, feito à moda antiga com coador de pano e bule de alumínio.
Logo seu filho terminou de preencher os papeis e veio ficar conosco. Conversamos sobre assuntos diversos, literatura, religiosidade, trabalho. Ela relembrava momentos da infância dos filhos e filhas, da igreja da Paróquia São Paulo Apóstolo, do Setor Oeste, em Goiânia, onde me casei, do então pároco Padre Remígio – bravo até demais, mas que se derretia com pequenas coisas. E eu me lembrava da casa de minha saudosa mãe, que em quase nada diferia de onde eu estava. Era puro amor, carinho e ternura.
E saiu a fornada cheirosa e deliciosa de pão de queijo, que vieram acompanhados de um delicioso bolo de fubá, com cobertura de chocolate. E o aroma de tudo isso, me levou às lembranças de coisas tão caras e queridas da vida, da infância.
O tempo passou muito rápido naquele pedaço de tarde. Ao me despedir dela e do amigo, saí dali com a alma feliz e o coração leve.
Como faz bem uma casa de mãe, de avó. Ali, presentes tudo o que se precisa, resumidos em duas pequenas palavras: amor e carinho.
Espero voltar outras vezes ali. Afinal, casa de mãe, repleta de ternura, é lugar para se visitar sempre, mesmo no campo imaginário da saudade, somente com o coração.


segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

FELIZ NATAL!!!




É Natal!

Mais uma vez o Menino Jesus, Filho de Deus, renasce em nossos corações.
Que seja Natal em todos os dias de nossa existencia.
Assim, serão plenos de paz, harmonia, felicidade e conquistas.

Um feliz Natal a todos os amigos queridos.

A paz e o bem prevaleçam na terra!


"Glória in excélsis Deo
Et in terra pax homínibus bonae voluntátis"








sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

DOS VERDES CAMPOS AO CLIMA DE NATAL




Ao abrir o portão de casa para sair com o carro, o dia ainda não havia chegado e a madrugada insistia em permanecer, com seus mistérios e encantos. Uma leve chuva caía molhando o para-brisa do carro e deixando o asfalto liso e de certa forma escorregadio, o que inspirava cuidados.
Ouvindo pelo rádio as ultimas noticias e canções antigas, antigas, tomei o rumo da rodovia que me levaria ao destino, a fazenda de um amigo, situada no município de Jandaia, região oeste de Goiás.
Como o transito estava tranquilo àquela hora, não demorou e logo estava adentrando a rodovia de pista dupla e nova, ao mesmo tempo em que começavam a aparecer os primeiros raios de luz da manhã.
E o dia chegou rápido. Já na primeira cidade, a pouco mais de 30 km de Goiânia estava totalmente claro, permitindo com isso visualizar a beleza da paisagem nessa época do ano, com pastagens de um verde muito vivo ou pequenos talhões de mata que insistem em resistir à ação do homem.
Aqui e acolá, pequenos pontos brancos sobre esse verde indicando rebanhos grandes de gado da raça Nelore, o mais criado no estado de Goiás. Era um contraste perfeito o branco das reses e o verde escuro do pasto, aqui e ali entremeadas por alguma arvore solitária.
De repente, o cenário mudava e extensas plantações apareciam, qual tapete verde a se perder no horizonte. A pujança daquele verde me fez acreditar que em breve, meu país poderá estar melhor que hoje. Que aquele verde trouxe uma quase certeza que a esperança de dias melhores está viva e com ventos a favor.
Cheguei à fazenda, cumpri minhas obrigações, revi amigos e após tomar um delicioso e aromatizado café feito na hora, me pus na estrada, voltando para casa, novamente me deliciando com as belas paisagens dos verdes campos da minha terra.
Então, o coração bateu mais forte, pois lembrei que em alguns dias comemoraremos o natal. Natal que sempre é e deve ser em família, saudando o nascimento do menino Jesus, que embora Divino, Filho do Pai, quis nascer em uma estrebaria humilde, sendo acalentado sobre uma manjedoura.
O coração ficou leve, feliz ao saber que em breve haveriam reencontros felizes e pessoas com o coração atenuado pelo clima de natal que sempre traz fraternidade, desejos de bem-aventurança e felicidade.
Ao lembrar dos verdes campos de minha amada terra, lembro que também essa pujança precisa alcançar – e em breve – os milhões de desempregados do Brasil, que precisam ser acolhidos e terem sua dignidade resgatada, pois trabalhar podem e querem, mas por falta de oportunidade, vivem de bicos, embora mantenham o sorriso de otimismo na face.
Que o natal seja fraterno e signifique esperança e certeza de um país melhor. Um país que verdadeiramente seja de todos, para todos.
E que o natal, em todas as casas seja de paz e harmonia. E claro, feliz, muito feliz, seja o natal!



sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

COTIDIANO, AMOR, FRATERNIDADE





Todos os dias, quando as primeiras luzes da manhã começam a vencer a madrugada, já estou de pé. Enquanto passo o café, me enterneço com o canto dos pássaros – que estão em sua maioria sumidos à esta época, certamente cuidando dos filhotes que chegaram – ou com o barulho de chuva caindo calma e lentamente.
Na varanda, próximo ao fogão à lenha, o velho e eficiente rádio Philco TransGlobe – que apesar de estar precisando de ajustes e de uma visita a um técnico amigo – traz a saudade de volta nas canções do estilo “sertanejo raiz que me levam aos tempos de infância na querida e saudosa Fazenda Nova América.
Enquanto isso me delicio com o café fumegante, servido em generosa quantidade. Aprecio o aroma perfeito do pó comprado na feira e moído na hora, agora transformado em deliciosa e estimulante bebida. E contemplo a simbiose perfeita dos entes da natureza presentes em meu quintal, que não foi vencido pelo concreto, com pássaros a voar para lá e para cá, barulho de chuva ou claridade de sol de manhã que chega.
Mas é hora de partir para as responsabilidades, e ao adentrar a casa me deparo com a TV em lugar nobre da sala, e a impositiva vontade de liga-la é automática. Afinal a TV exerce intensamente seu fascínio e às vezes torna-se impossível resistir e continuar vendo-a desligada, muda, impassível.
Mas os assuntos que dominam as primeiras horas do dia na programação televisiva não são agradáveis. Embora eu entenda que a sociedade deve ser sempre informada de tudo o que acontece em nossa cidade, em nosso país ou mesmo no mundo, há uma tendência forte em priorizar a tragédia em série, especialmente aquela em que o sangue derramado domina.
Confesso que é doloroso ver jovens recém-saídos da adolescência estirados no chão, sem vida, ou mesmo algemados, quando se postam diante das câmeras com certo ar de arrogância – talvez precisem mostrar aos parceiros do mundo do crime que são destemidos – e com a única certeza que o futuro que os espera não será dos melhores.
A TV poderia mostrar, além da violência crescente, outros assuntos que certamente haveriam de dar audiência. Mas talvez por comodismo ou por imposição, as editorias preferem priorizar a violência cotidiana.
Diariamente, a vida nos coloca frente a desafios que precisamos vencer para sobreviver. E com isso, a dura rotina se impões e acabamos escravizados.
Em sentido inverso, esta semana eu vivenciei uma situação que me fez refletir, pois considerei um ato de amor e generosidade. Ao convidar um conhecido professor para uma entrevista na Rádio Bandeirantes Goiânia, ao informá-lo que seria ás 14 horas, ele disse que nesse horário não poderia.
Pensei que a justificativa viria por um compromisso relativo a seu trabalho, dada a sua importância no contexto cultural de Goiás, porém ele informou que todas as sextas-feiras almoça com suas irmãs – cinco – e que faz tudo para que esse encontro aconteça. Com simplicidade e elegância, disse que poderia ir em qualquer outro dia ou horário, menos na sexta-feira às quatorze horas, pois esse almoço semanal com quem tanto ama era muito importante.
Obviamente que após consultar a produção, mudamos o horário da entrevista para as quinze horas e acabou sendo uma das grandes audiências do programa. Depois disso, fiquei dias a pensar na atitude de amor e carinho que esses irmãos têm entre si. Que belo exemplo de fraternidade.
Apesar da violência que insiste em nos chegar pelos diversos canais de comunicação, o amor e a fraternidade sempre terá lugar em nossos corações. Vejam esse exemplo de encontro em um almoço entre familiares que se amam - e que nada impede que aconteça.
Assim, posso concluir que ainda há muito o que se observar, seguir como exemplo e comemorar em nosso mundo.



domingo, 28 de outubro de 2018

BOLSONARO É O PRESIDENTE. E PRECISAMOS DE UM PAÍS DE PAZ!





Passado o período eleitoral, apurados os votos, Jair Bolsonaro é o Presidente eleito. Não há tempo a perder. Imediatamente terá que arregaçar as mangas, buscar a conciliação e apresentar soluções para os graves problemas brasileiros, montando uma equipe capaz de atender às expectativas da nação, que são muitas.
 A campanha eleitoral de 2018 foi na melhor das hipóteses, decepcionante, com candidatos sem propostas e conteúdo. Vi pessoas outrora amáveis e cotidianamente educadas, proferindo através de redes sociais xingamentos e impropérios, taxando amigos de “nazista” e “fascista” (será que sabem mesmo o que é isso?), ou “ladrão” e “corrupto”, sem se preocupar que tais atitudes poderiam magoar, deixar feridas e provocar inimizades. Porém, presencialmente tais pessoas continuavam serenas, educadas e amáveis. A psicologia talvez explique que diante de uma tela e longe das pessoas, o impulso de tentar impor pensamentos e opções seja incontrolável.
Duas situações chamaram a atenção nessas eleições e foram decisivas: de um lado, a indefinição do Partido dos Trabalhadores quanto ao candidato, insistindo até onde pôde na candidatura Lula, condenado em segunda instância, que pela lei da ficha limpa não poderia em hipótese alguma ser candidato a um cargo eletivo.  A romaria cotidiana de partidários ao local onde o ex-presidente cumpre sua pena e de lá comandou seu partido, mostrou um desafio à justiça e o ex-presidente, ao confiar que associar sua desgastada imagem a quem quer que fosse era garantia certa de eleição errou feio.
De outro lado, a verborragia de partidários de Bolsonaro, inclusive pessoas próximas ao candidato eleito, o que em contrapartida foi muito bem utilizada por opositores no sentido de identificar sua imagem como arrogante e prepotente.
Porém o eleitor está muito mais consciente e esclarecido. São inegáveis os erros dos governos petistas ao utilizar bilhões de dólares provenientes do BNDES para investir em países, quase sempre governados por ditaduras, em obras executadas por empreiteiras “amigas”. E quando a economia degringolada se mostrou visível, logo nas primeiras semanas após a eleição de Dilma Rousseff, acendeu-se a luz vermelha e percebeu-se que dias difíceis viriam pela frente, como se comprovou em seguida.
A população decepcionou-se e alarmada com a possibilidade da volta do PT ao poder, aglutinou-se através do voto útil em Bolsonaro, deixando para trás candidatos “experts” em eleições, como Geraldo Alckmim, Álvaro Dias e a bissexta Marina Silva, que largou na corrida à presidência com um índice nas pesquisas que a credenciavam como favorita, mas sem nenhum carisma, viu no decorrer do processo sua candidatura ir minando, a ponto de terminar com apenas um por cento nas urnas. Alckmim tardiamente se deu conta da realidade e tentou buscar o voto do eleitor anti-PT, colocando-se como alternativa moderada, mas além de péssimo comunicador, traz contra si acusações de ser beneficiário de produto de corrupção no “Caso Rodoanel”, o que o eleitor não aceita mais. Álvaro Dias, tido como excelente Senador da república, mostrou-se hesitante diante do povo brasileiro, e não conseguiu convencer ser capaz de governar um país.
Por fim, os candidatos caricatos: Boulos, com discurso execrável, o bilionário Meireles dando a impressão que sua aventura à presidência foi apenas para tornar-se conhecido, Cabo Daciolo perdendo-se ao professar exageradamente sua religiosidade, e outros que sequer são lembrados.
A rotina dos pronunciamentos dos parlamentares petistas na tribuna das casas legislativas, zombando da justiça, buscando desacreditar o Juiz Sergio Moro e a infinidade de provas produzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, deixaram a impressão que o partido age mesmo como uma “organização criminosa”, como denominado em autos produzidos pela Procuradoria Geral da República.
O eleitor reagiu ante uma possível ruptura da legalidade. Indulto a Lula? Venezualização do Brasil? Temeu-se milícias apoiadas pelo PT, transformando-se a médio prazo em poder paralelo e o pior, com intervenção estatal em empresas e propriedades particulares.
Mas o processo eleitoral democrático e legal passou. Bolsonaro agora é o presidente de todos os brasileiros. É detentor de grande responsabilidade. Deve lutar para apaziguar e unir o Brasil em torno de um projeto desenvolvimentista, trazendo de volta a dignidade do emprego que faz falta a mais de quarenta milhões de brasileiros, combater de maneira firme a corrupção e a violência que assola o país. Vale lembrar que sua plataforma eleitoral foi baseada no restauro da autoridade e da honra. Tem diante de si uma grande missão, dentre elas obter apoio de um congresso renovado, livre pelas urnas de muitos ratos e raposas.  À oposição caberá fazer seu papel, respeitando a constituição e principalmente, o povo brasileiro, soberano em suas escolhas.
O ex-presidente José Sarney costumava utilizar-se de uma expressão que resumia bem o que é ser presidente da república: “a liturgia do cargo”. Tal expressão leva a medir atitudes e ser convicto das responsabilidades e obrigações de um governante, trabalhando por um país inteiro, inclusive por aqueles que se opõem ao governo. Bolsonaro deve ater-se à essa liturgia.
Deve agir com equilíbrio, bom senso, responsabilidade e a consciência que não é presidente de apenas um lado, afinal foi credenciado através do voto pela maioria da população a ser presidente da República Federativa do Brasil. E ser um presidente voltado para o bem de todos, diante da liturgia do cargo que ocupa.
Ao presidente eleito, meu desejo de sucesso e boa sorte na condução de nossos destinos. Alea jacta est!


sábado, 20 de outubro de 2018

CRIANÇAS E PROFESSORES: ESPERANÇA DE MUNDO MELHOR





O pequeno e esperto Gabriel, companheiro de brincadeiras e peraltices entre avô e neto me ajuda a lançar no chão do quintal as sementes de milho, para aproveitar as chuvas que ora caem por aqui. Assim, ele e eu damos sequência a uma tradição de família, o plantio de milho no quintal de casa logo no início do período chuvoso.
Com calma e paciência, vou explicando a ele como aquela semente de milho, com tom avermelhado, alguns dias após ser jogado no chão surgirá como tenro e frágil filete de planta, suavemente acariciado por gotas de orvalho, para em pouco tempo crescer, se tornar uma planta forte e pujante e nos presentear com espigas grandes e deliciosas, que estarão presentes nos diversos pratos que fazemos no fogão à lenha ou nos deliciosos bolos feitos pela avó.
Ele, interessado e com seu vocabulário peculiar, cuja pronúncia ainda suprime algumas letras, me pergunta: “vai ficar bem gandão, né, vovô?” Respondo que sim, e ele vai feliz da vida contar ao pai que o “vovô ensinou a plantar milho”.
Tudo isso me fez lembrar de um dia, quando eu era criança e meu pai fez o mesmo comigo: na terra pronta para o cultivo da roça na saudosa Fazenda Nova América, me explicou como após deixar a semente no chão em alguns cias ocorria a transformação em planta, que cresceria e se transformaria em alimento e em novas sementes, garantindo assim a sequência da vida.
E papai foi meu primeiro professor. Seja nos ensinamentos que desde criança me passava, como o lançar de sementes de milho ao solo ou na pequena e singela sala da casa da fazenda, que se transformara em sala de aula para filhos de agricultores da vizinhança, e onde eu aprendi as primeiras letras.
Hoje, com saudades do meu pai e com a alegria de desfrutar momentos como esse ao lado do menino Gabriel, passo a refletir como era o país em que eu vivia quando criança, das lutas e batalhas pela redemocratização do país quando adolescente e do momento pelo qual passamos hoje.
É triste ver uma campanha eleitoral onde a mentira tenta a todo custo se sobrepor à verdade, para que determinado grupo abocanhe o poder, mesmo que para isso seja necessário vender a alma ao coisa ruim.
Não importa mais o povo brasileiro, importa sim que tal grupo esteja no poder para manter benesses, privilégios, mordomias. O povo, ah esse será chamado novamente dentro de alguns anos para novamente eleger representantes – que nunca o representa – e assim continuar o ciclo de práticas políticas nem sempre recomendáveis.
Em outubro, temos o dia das crianças, que também é o dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e o dia dos professores. Criança e Professor, seres iluminados, de tão especiais, merecem muito mais amor, reconhecimento, carinho e valorização.
O professor e a criança sempre serão muito ligados. Começa no primeiro encontro, quando sequer se consegue balbuciar corretamente as palavras, passa pela adolescência, ensino médio, superior e segue por toda a vida. O jovem encontra no professor um grande e confiável amigo quando juntos iniciam a caminhada para a busca do conhecimento e formação de um cidadão de bem, consciente de seus direitos, mas acima de tudo de seus deveres.
Que os próximos governantes venham a se lembrar disso, valorizem nossos professores e protejam e cuidem mais de nossas crianças. E as sementes que forem lançadas, germinem, frutifiquem e se tornem certeza de um país, de um mundo melhor.



sexta-feira, 5 de outubro de 2018

ANGELA, CANÇÕES E SAUDADES!


Imagem: internet

Havia uma época em que as pessoas se reuniam no início da noite dia para conversar, em varandas que ficavam em frente ou nas laterais das casas, onde sempre corria uma brisa suave, que aliviava o calor intenso e tão comum por estas paragens.
Era a hora de espairecer e colocar os assuntos em dia, depois de uma jornada intensa de trabalho, seja na roça ou na cidade, nas mais diversas atividades desenvolvidas. Esse foi um costume que perdurou há até pouco tempo, quando ainda não havia a obrigatória e impositiva televisão e suas novelas repetitivas e o falar diretamente era comum e usual.
Havia sim, um rádio em local nobre do cômodo principal da casa, que fazia as vezes de fundo musical, não impedindo as pessoas de conversarem e trazendo um ar de alegria e diversão ao local.
Era comum as pessoas pararem de conversar para ouvirem uma notícia, sempre precedida de chamadas que faziam com que as atenções se voltassem para o rádio. Ou quando era tocada uma música de grande sucesso no momento ou mesmo o lançamento dos artistas em evidência da época.
E o rádio levou a milhares de lares, por mais distantes que fossem, as vozes de uma época de ouro onde cantar era realmente uma arte admirada por todos. Eram vozes de artistas famosos, vozes imponentes, afinadas, sempre acompanhadas de orquestras também famosas.
Assim, se destacaram as vozes masculinas de Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Carlos José, Vicente Celestino, que tinha uma voz inigualável, o caboclinho Silvio Caldas, Francisco Petrônio, Cauby Peixoto, Francisco Alves. Depois, vieram Moacyr Franco, que até hoje está em atividade, o saudoso Altemar Dutra, que precocemente nos deixou e a sempre única e encantadora voz do rei Roberto Carlos.
Eram grande destaque e sucesso as cantoras que com voz suave e ao mesmo tempo firme levavam através das ondas do rádio canções de amor, que acendiam e fomentavam paixões, romances.
Os concursos de “Rainha do rádio” eram disputadíssimos. E foi no rádio que surgiram nomes como Carmem Miranda, Marlene, Emilinha Borba, Nora Ney, Ângela Maria e Dalva de Oliveira.
Cada uma com sua história de vida, em uma época que ser cantora, ser artista, era difícil, pelo fato que a aceitação por parte da família patriarcal da época nem sempre era das mais fáceis.
Dessas histórias, algumas de sofrimento, há a de uma de uma moça, filha de pai evangélico, que trabalhava em uma fábrica de lâmpadas durante parte do dia e no restante ia à uma emissora de rádio se apresentar. Dessa forma colecionou muitos prêmios, que escondia debaixo da cama, para que não soubessem e assim não a recriminassem.
Um dia, essa moça de nome engraçado – Abelim – resolveu que lutaria, iria em busca de seus sonhos e superaria todas as barreiras possíveis e impossíveis. Passou a ser Ângela Maria, encantou corações e se tornou uma das mais importantes cantoras da história da música brasileira.
E Ângela Maria, ou simplesmente Abelim, há alguns dias nos deixou. Ficaram canções e saudade. Ela, agora canta na orquestra do infinito.



sexta-feira, 28 de setembro de 2018

PÁSSAROS, MANHÃS... E PRIMAVERA!






O sabiá, com seu canto intenso e belo é o primeiro a abrir o concerto matinal da maravilhosa orquestra de pássaros que se apresenta diariamente em meu quintal, ainda sob os auspícios dos últimos sinais da madrugada, que deixa a cena para que tome conta a luz do dia, que chega forte e majestosa.
Logo, se juntam ao Sabiá irrequietos pardais, bem-te-vis, grupos de rolinhas da terra e fogo-apagou, as pequenas corruíras e um sem número de barulhentos casais de João-de-barro saudando a manhã, saudando o dia, saudando a vida.
É possível sentir ainda o cheiro de natureza que vem da jabuticabeira em sua segunda florada, desta vez com um número bem maior de flores que aos poucos vão se tornando pequenos frutos, verdinhos e tenros. Logo estarão pujantes e grandes, trazendo a doçura do fruto maduro fazendo a alegria de adultos, crianças e de um sem número de pequenas abelhas sem ferrão que buscam ali o alimento que garantirá a continuidade da vida da colmeia que certamente fica por perto.
Ao meio do quintal, impossível não notar lado a lado com a graciosa mangueira, a goiabeira coberta por flores brancas, a contrastar com o verde suave de folhas recém-chegadas que substituíram as que cumprindo sua missão, caíram e deram lugar a elas. As belas flores brancas da goiabeira a lembrar grinaldas de pura nubente pela beleza que trazem, logo se tornarão bulbos e não demorará, frutos doces e saborosos.
Mas há um componente que costuma incomodar e muito nesse tempo: o calor! Calor que gera impaciência no transito, traz agonia a pessoas idosas e aos animais que também sofrem. Porém esse calor é que haverá de provocar a mãe natureza e torná-la ciente da necessidade de alívio e ela, sábia que é, fará com que o ciclo das águas, pela evaporação, se intensifique e logo a irmã-chuva venha – no início acompanhada de ventos fortes, trazendo a certeza de recomeços, renovar da vida.
É muito bom, apesar do calor, perceber esses sinais de alegria de pássaros, a beleza de jabuticabeiras e goiabeiras floridas qual debutantes e mangueiras carregadas de cachos de frutos. Tudo isso traz um significado ímpar: a chegada da primavera, a mais bela das estações, embora seja necessário que se faça justiça às outras estações, pois a primavera é o ápice de um ciclo onde a beleza predomina e a vida se renova.
É interessante, mas a cada ano não consigo me furtar de escrever sobre jabuticabeiras e goiabeiras floridas, mangueiras com os galhos vergados pelo peso dos cachos imensos de frutos, o ir e vir de pássaros das mais diversas espécies em busca de construir ninhos e assim perpetuar a vida com o acasalamento.
Não há como deixar de escrever sobre a primavera, pois, acima de tudo, quem pede é o coração. Assim, seja como sempre, muito bem-vinda, bela primavera. Primavera que sempre há de significar vida, amor, renovação!



sexta-feira, 21 de setembro de 2018

DE UM CERTO SR. JOSÉ SILVÉRIO






Conheci o sr. José Silvério em um quarto de hospital - na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia - quando acompanhava meu irmão em uma de suas muitas internações. Estava absorto em meus pensamentos, quando vi chegar aquele senhor tímido, vestido com roupas simples, trazido em uma cadeira de rodas, acompanhado de um filho.
Um hospital não é um lugar onde se pode desejar boas vindas, mas cumprimentei a ele e ao filho, desejando-lhes uma boa noite, ao que eles responderam timidamente.
Com ajuda dos enfermeiros do plantão acomodou-se na cama alta daquele quarto de hospital e foi se ajeitando e aos poucos, se situando naquele lugar de paredes frias e cheio de aparelhos e equipamentos médicos.
Iniciou uma breve conversa perguntando sobre meu irmão, o motivo da presença dele ali, e aos poucos foi se soltando, informando sobre seu problema no pulmão, que o havia obrigado a procurar ajuda médica.
Como a noite era longa e era impossível dormir ali, ele com sua voz calma e firme, apesar dos 83 anos de idade, começou a falar de sua vida, dos tempos de rapaz, da luta para criar com honra e dignidade seus dez filhos, as dificuldades que passara nesse tempo todo.
Falou dos quarenta anos em que trabalhou “na roça”, fazendo cercas de arame,  construindo currais, derrubando matas, cuidando da terra.
Depois, veio para a cidade, de onde não saiu mais e exerceu diversas atividades, sempre de maneira honrada e honesta. Foi vigilante de uma empresa chamada Orgal, trabalhou como gari limpando as ruas do centro de Goiânia, mas seus olhos se iluminaram mesmo quando falou do trabalho como vendedor de pipocas em um carrinho, o tradicional e até certo ponto difícil de encontrar, pipoqueiro, na acepção verdadeira da palavra.
Contou como ao lado do filho Dário, o mesmo que o acompanhava no hospital, ganhava mais que o salário mensal como porteiro do Colégio Bbjetivo, vendendo pipocas. E ficava feliz ao fazer a alegria da criançada, que faziam fila para adquirir pipocas das mais variadas formas, como a tradicional de sal, ou as de doce, coloridas e chamativas.
Falou dos momentos difíceis, quando sempre com o filho Dário, catava papel nas ruas, para revender a empresas de reciclagem e assim, dar conta de suas obrigações como pai de família. E da alegria de ter tornado a todos os filhos homens e mulheres de bem, honrados e corretos em seu proceder.
Mas o que me chamou a atenção naquele senhor de pele morena e brancas câs foram duas coisas: seu gosto pela música, pelas artes, pelo rádio e seu sorriso franco, simples e muito verdadeiro. Me confidenciou ainda que tem um sonho a realizar: conhecer a apresentadora da TV Record Silvyê Alves. Quer conhecer aquela moça simpática que, através da telinha da TV traz a ele as notícias mais importantes do dia – sejam boas ou ruins.
Não sei mais se a vida permitirá que ocorram novos reencontros com ele, afinal, Sêo Zé Silvério já deve ter tido alta hospitalar, o que eu de fato desejo que tenha acontecido.
A vida traz certas nuances, que cabe observar: ainda que em momento difícil, lidando com dificuldades, é possível encontrar uma figura humana, simples e tão cativante como ele. Assim, caminhamos.
Que ele obtenha a saúde que precisa e continue a espalhar alegria e otimismo, tão necessários ao mundo. A “bença”, Seu José Silvério!





quarta-feira, 19 de setembro de 2018

ELES TE ACHAM IDIOTA. MAS QUEREM SEU VOTO






Ao assistir a repetitiva e sem graça campanha política no horário eleitoral gratuito da televisão, além de encontrar nomes curiosos – ou bizarros – me vi surpreso ao me deparar no vídeo com o sorriso de um político que, em seu dia a dia é sisudo, autoritário e utiliza a tática de rolo compressor. Diga-se: sorriso mais falso que nota de três reais.
É até cômico o agir dos políticos em época de eleições, no sentido de se tornarem simpáticos, bonzinhos, acessíveis. Vale tudo, desde um improvável sorriso na TV até abraçar meninos sujos, velhinhos doentes e posar ao lado de lideranças simples dos mais variados matizes e regiões.
Vale por exemplo mostrar feitos que não podem ser comprovados e aferidos no curto prazo pelo eleitor. Os senhores candidatos em sua grande maioria trazem a tríade “saúde, segurança e educação” como prioridades em seus mandatos caso sejam aprovados nas urnas. Mas o passado de alguns que já exerceram ou exercem mandatos mostram que nos momentos em que era necessário defender, ou mesmo argumentar teses e temas que poderiam proteger ou defender o trabalhador, as minorias ou o empresário que carrega esse país nas costas, furtaram-se disso, sob o argumento fácil que precisavam ter responsabilidade com a governabilidade do país. Como se governabilidade não fosse dar proteção e garantir os direitos do cidadão.
Em Goiânia e região metropolitana é comum se observar que no sistema de saúde falta desde dipirona, gaze, luvas e até médicos. Diariamente, os telejornais mostram a agonia de jovens mães em busca do direito de parir seus filhos com dignidade, ou ter para seus filhos o cuidado que precisam e constitucionalmente têm direito. Mas quando uma mãe ou um pai precisa do atendimento urgente de um pediatra para cuidar de seu filho em momento de dor e preocupação, sempre se depara com imensas dificuldades, apesar de nos refrigerados gabinetes de achar que está tudo bem.
Em tempos de eleições tudo é paz e felicidade. Sorrisos falsos como o do candidato que citei no início, os discursos veementes onde exaltam “defesa intransigente da sociedade”, além de expressões como “sustentabilidade”, “políticas públicas”, “justiça social”, “defesa de minorias”, e etc., são a tônica dos políticos da nossa atualidade.
Nessas eleições temos um novo componente: a de políticos investigados em várias frentes, com muitos partidos políticos sendo nominados pela procuradoria Geral da República como Orcrims – organizações criminosas – à moda das facções que atuam nos presídios brasileiros.
Esses políticos, embora investigados pela Polícia Federal, Ministério Público e com aval da justiça em diversos níveis, adotam a tática de desmoralizar e diminuir o trabalho das instituições, afirmando que as investigações onde eles foram pegos roubando o erário são “mera perseguição política”. E algumas agremiações políticas vêm com a maior cara de pau, idolatrando criminosos condenados, já presos, cumprindo pena.
É esse o quadro que o eleitor brasileiro encontra na campanha às eleições 2018. É nítido que precisamos de renovação nos parlamentos, mas dificilmente isso ocorrerá. Não que eu seja pessimista, mas as velhas práticas políticas ainda conseguem envelopar o eleitor, que pode assinar e dar novamente um cheque em branco, válido por quatro anos, a quem não merece e nunca vai representa-lo dignamente.
Os políticos, sempre os mesmos, que a cada eleição aparecem sorrindo com muita maquiagem para parecerem jovens intrépidos, bonitos, até imortais, querem seu voto. Mas, continuam achando você, eleitor, um idiota.






sábado, 25 de agosto de 2018

SUA EXCELÊNCIA, O OUVINTE





É de conhecimento de todos, seja por meus singelos escritos ou pelas pessoas do meu círculo mais próximo que o rádio é presença constante em minha vida. E não poderia ser diferente, afinal desde a mais tenra idade eu me encantava com aquela caixa de tamanho médio que ficava em lugar de destaque na sala da casa simples da Fazenda Nova América, onde passei minha primeira infância.
Aliás, é interessante informar que foi através do rádio que meu pai soube de meu nascimento. Ocorre que minha mãe, por complicações na gravidez, a partir do sexto mês havia buscado melhores recursos de saúde e se hospedado na casa de familiares, na cidade de Porangatu, que distava 120 km da fazenda. E por recomendação médica lá ficou até que eu desse as caras por esse mundo.
A comunicação entre pessoas àquela época era muito difícil. As cartas demoravam uma eternidade para chegar do destino – quando chegavam. Restava o popular e onipresente rádio.
E no dia do meu nascimento, um conhecido da família – por nome de Zé Bentin, filho de Zé Bento - que rotineiramente buscava mantimentos em Anápolis para abastecer o comércio da pequena cidade onde ficava a fazenda, passou na casa de minha tia e soube do acontecido.
Ao chegar a Anápolis, deixou o caminhão carregando e tomou um ônibus com destino a Goiânia, onde foi direto e à sede da Rádio Brasil Central e através do programa Nossa Fazenda, comandado pelo saudoso comunicador Morais César, enviou o recado para meu pai. Recado que não podia faltar: “mãe e filho passam bem” e ao final o tradicional “quem ouvir por favor comunicar”. Foi assim que meu pai naquela longínqua década de 1960 soube de meu nascimento: através das ondas do rádio.
O tempo passou e o pequeno menino apesar de algumas enfermidades bravas, como sarampo, foi vingando. Logo se tornara um irrequieto, chorão e atentado moleque, para tristeza de minhas irmãs mais velhas que tinham a incumbência de cuidar de mim.
E eu ficava encucado diante daquela caixa onde homens, mulheres e crianças falavam a todo momento. Na minha ingênua cabeça de criança não cabia muito a ideia que homenzinhos viviam ali dentro. Como sobreviviam? E para onde iam quando o rádio era desligado?
Eu procurava sempre ficar por perto quando meu pai, após um árduo dia de trabalho na roça, pegava o violão e diante do velho ABC – A voz de ouro, se punha atentamente a ouvir e tirava “de ouvido” canções, que pouco tempo depois reproduziria à sua maneira, por suas mãos rudes e calosas, no violão. Depois, soube que eram canções de Bach, e a rádio era a BBC de Londres.
O tempo passou e tive a compreensão do que é o rádio e suas maravilhas. Até hoje não consigo mais me dissociar do rádio. É através do rádio que eu, assim como milhares de pessoas, tomo conhecimento das notícias mais recentes do meu guerreiro Vila Nova, bem como das novidades da política e outros assuntos do cotidiano.
Já há algum tempo estou do outro lado, seja como entrevistador, apresentador ou locutor de rádio, além de cronista do Seresta na Rádio Universitária. Sinto a emoção de ver pessoas que não conheço pessoalmente, mas que sei da bondade de seu coração, entrarem contato com a emissora e falarem do meu trabalho, da minha opinião sobre determinados assuntos, nem sempre concordando, mas dando a mim a oportunidade de refletir sobre aquilo que afirmei. Não posso conter a emoção.
O estúdio de uma emissora de rádio é uma pequena sala, onde não cabe muita gente. Mas o rádio é o veículo que consegue convergir pessoas de diversos pensamentos, credos e opiniões. E o coração de um comunicador, assim como o de quem recebe a mensagem, é de capacidade infindável.
Assim é o rádio, maravilhoso e tão importante na vida das pessoas. Na vida de pessoas que as vezes tentam resumir em um único nome: ouvinte.
Mas eu acho pouco; prefiro chamar: sua excelência, "o ouvinte".




quinta-feira, 26 de julho de 2018

INVERNO, FÉRIAS E EM BREVE, PRIMAVERA





O Inverno em Goiás, especificamente na minha querida capital Goiânia é de clima seco, com um friozinho nas madrugadas e manhãs amenas de sol brilhante, que refletido no verde das samambaias que ornamentam minha varanda trazem a certeza de um dia de beleza incomensurável.
Aqui, no amplo quintal há mangueiras, jabuticabeiras, mamoeiros produzindo e uma imensa goiabeira, onde pássaros de variadas espécies e tamanhos, moradores do bosque que fica aqui perto, fazem a festa desde as primeiras luzes do dia. A natureza, sábia e mãe, fez com que houvesse uma safra de goiabas temporãs, que fazem a alegria da passarada. Assim, periquitos, mulatas, maracanãs, rolinhas, pombas do bando e as vezes alguns casais de araras Canindé marcam presença.
Essas araras são um espetáculo à parte. De grande porte e cores azul e amarelo, são puro carinho com seus companheiros. Buscam a goiaba madura e fazem questão de dividir com quem está mais perto, intercalando a degustação com pequenas bicadas na penugem das outras, em claro gesto de carinho e alegria.
E trafegando pelas ruas de Goiânia, percebo uma maior tranquilidade no trânsito, sempre denso e complicado. Por causa das férias escolares, muitos aproveitam para viajar e descansar, buscando outras capitais e a grande maioria procura as praias do majestoso e belo Rio Araguaia, o que de certa forma esvazia as ruas.
Nessa época o Araguaia em toda sua extensão, de Goiás onde nasce até o Pará, onde desagua no Rio Tocantins (para muitos uma injustiça, pois o Tocantins é quem deságua no Araguaia) pela beleza das praias e a água rasinha atrai milhares de turistas, em busca do sossego – ou do agito conforme o lugar que escolhem.
Alguns acampamentos são mais luxuosos, repletos de modernidade, com água quente e equipamentos náuticos de última geração, além da TV de imagens perfeitas sempre ligada, internet wi-fi e shows musicais por toda a noite. Outros, um pouco mais adentro e longe das cidades são mais simples, com uma pequena área de convivência coberta por folha de coqueiro e próximo aos maravilhosos exemplares de ipê-amarelo que dominam a paisagem nessa época do ano. Para dormir e descansar as pequenas barracas onde apesar da simplicidade o corpo encontra conforto e segurança. De modernidade, apenas celulares sem conexão para tirar muitas fotos e às vezes um rádio, que traz a alegria e a comunicação de emissoras distantes.
Mas em tudo isso, independentemente de o acampamento ser simples ou incrementado, a certeza é que todos, democraticamente, podem curtir as águas generosas do rio e apreciar as belezas do pôr do sol, que segundo se afirma aqui é o mais bonito do mundo.
Mas o mês de julho logo chegará ao fim e voltaremos ao transito caótico e à rotina. Em agosto, mês seco e de muitos ventos, os pássaros começam a refazer seus ninhos, movimentando-se para continuar o maravilhoso ciclo da vida.
Mas a natureza sábia está a preparar um espetáculo. Após esses meses de inverno seco e com baixa umidade a partir dos primeiros dias de setembro o clima muda de uma vez quando costumam vir as primeiras chuvas e a natureza de imediato se abre em beleza, perfumes e aconchego: é chegada a primavera.
Assim, vamos seguindo. Da beleza das manhãs de julho à chegada da primavera, o tempo é curto. Passa rápido, como passa rápido a vida. E Primavera é esperança, beleza e renovação da vida.





sexta-feira, 6 de julho de 2018

NOVENTA MILHÕES, EM AÇÃO...



Foto: El País


Aos amigos que leem o título dessa crônica, apresso-me a explicar que não se trata de valores apreendidos ou confiscados em alguma das tantas operações da polícia federal que ocorreram, a exemplo da Lava Jato, ou estão em curso, buscando colocar bandidos corruptos atrás das grades e ressarcir aos cofres públicos, ao menos, parte do que foi surrupiado.
No caso, refiro-me ao título da música tema da copa de 1970, vencida por Pelé e seus companheiros, composição de Miguel Gustavo e gravada pelo ótimo conjunto musical “Os Incríveis”, detentores de grande sucesso à época.
Em 2018, segundo dados extraoficiais do IBGE somos cerca de 210 milhões de brasileiros. 210 milhões de pessoas vivendo em um país onde a velha formula de pão e circo parece não colar mais.
Não obstante os esforços da TV que detém com exclusividade os direitos de transmissão da copa do mundo edição 2018, de transformar os eleitos para vestirem a camisa amarela da seleção de futebol e que carrega as cores do país, em heróis e imbatíveis, tudo caiu por terra diante de aguerridos belgas.
Tal seleção de futebolistas começou com um grande show de acrobacias de seu eleito principal jogador, mas não fosse a perspicácia e confiança de um atleta coadjuvante – futebol é um jogo coletivo – teríamos perdido a primeira partida desse certame para a Suíça, ótima em honestidade e IDH, mas inexpressiva em futebol.
Mas a TV detentora dos direitos de transmissão insistia em acreditar e imputar ao crédito do telespectador que tínhamos uma equipe de super-heróis e homens de ferro, imbatíveis e abençoados pelos deuses – todos brasileiros – que trariam a copa do “sonhado” (?) hexacampeonato.
E quem eliminou nossos super-heróis do campeonato mundial? A Bélgica, de um futebol de pouca tradição, de incipientes participações em campeonatos mundiais. Sua melhor colocação foi no segundo mundial disputado no México, em 1986, quando obteve o quarto lugar.
Mas, em que esse país de pouco mais de trinta mil quilômetros quadrados é melhor que o Brasil, pentacampeão do mundo? Em quase tudo!
O Reino da Bélgica, situado no oeste do continente europeu, de quase doze milhões de habitantes, possui uma renda per capta de 45 mil dólares, grau de escolaridade ao nível dos países do continente, e é um dos países menos corruptos do mundo.
Se pensarmos em Brasil, claro que somos um país privilegiado. Temos um povo bom, recursos naturais como em nenhum lugar, um país de gente boa, porém o que tem acabado com nosso país é a corrupção.
Se começarmos pelo futebol, lembramo-nos que tem ex-dirigente condenado e cumprindo pena nos Estados Unidos da América. A cúpula dirigente da entidade responsável pelo futebol no brasil não pode sair daqui pois também irá para a cadeia americana.
Em alguns meses, teremos eleições. Então, que não elejamos ídolos de pés de barro, acrobatas como os que se apresentaram na copa, influenciados por este ou aquele veículo de comunicação.
Busquemos pessoas que querem o bem comum, sem corrupção, malandragem e desonestidade. E se você sonhou com um hexacampeonato, tudo bem, natural. Mas dependia do talento, da vontade e da garra de 22 jogadores.
Sonhe agora com um país melhor, pois depende unicamente de você eleger os que  hão de conduzir nossos destinos nos próximos quatro anos.
Queira um Brasil melhor e sem corrupção, ao depositar seu voto. Afinal, nesse jogo da democracia, seu voto certo será o gol decisivo!


sexta-feira, 29 de junho de 2018

JUNHO INDO, JULHO E FÉRIAS CHEGANDO...






Na noite da última quinta-feira, ao chegar em casa deparei-me com as luzes da varanda apagadas. Normalmente estão acesas, mas dessa vez ocorreu um problema com o sistema de células fotoelétricas, que ao anoitecer acende automaticamente as lâmpadas da casa.
Após colocar o carro na garagem, me permiti por alguns instantes admirar a escuridão da parte interna e ao me voltar para a parte de fora e contemplar o céu, agradeci pelo fato de as lâmpadas não estarem acesas: um espetáculo grandioso se iniciava. A lua aparecia entre prédios esplêndida, imponente e bela. E iluminava o firmamento e todo o meu quintal, majestosamente incrustada em um céu sem nuvens, de tom azul escuro.
Por um tempo que não posso mensurar, fiquei ali absorto, com o pensamento distante nas coisas boas e belas da vida. A lua cada vez mais brilhante e clara, em escala ascendente iluminava agora uma pujante roseira do pequeno jardim, que estava coalhada de rosas.
E uma dúvida surgiu: a lua se encantava com as rosas ou as rosas de encantavam e retribuíam a beleza da lua? Impossível saber...
Mas a responsabilidade voltou e tive que acender as luzes da casa. Rapidamente encontrei o pequeno problema ocasionado no sistema elétrico e a luz se fez presente em todas as varandas da casa.
Mas busquei uma cadeira de fios e fui fazer companhia à roseira, deixando a luz da lua acariciar minha face. Fiquei ali por um bom tempo, imerso em minhas reflexões.
O mês de junho está chegando ao fim. Tivemos um mês festivo, com homenagens a Santo Antônio, São João e São Pedro. Muitos festejos, alegria, comidas típicas, dança de quadrilhas. E julho está à porta, trazendo clima de férias e descanso para muitos. Tempo de praias no Rio Araguaia, reencontros e confraternização.
 É quando me lembro que em breve teremos eleições, e o país segue ainda em rumo incerto. É preocupante perceber que um país que há pouco mais de trinta anos lutava por liberdade de expressão, democracia, livre associação, multipartidarismo, hoje se veja com pessoas – desinformadas, diga-se – pedindo a volta do regime militar.
Vivi intensamente a época da ditadura. Lembro que para poder apresentar um espetáculo teatral era necessário obter autorização de um sisudo e quase sempre mau humorado servidor do departamento de censura polícia federal de então. Haviam outras situações, que também não deixaram nenhuma saudade. Vencemos, tivemos a aprovação de uma constituição cidadã – hoje mutilada – e o país experimentou por mudanças que vieram atender em parte aos anseios da sociedade.
Mas de repente, quem comandou essa mudança fez pior do que os que estavam no poder, levando o país, de gente honesta e trabalhadora, à uma crise sem precedentes.
E carregando junto instituições outrora merecedoras de crédito e confiança, como a nossa suprema corte, que parece mais uma banca de advogados que de fato guardiã da constituição. Isso para não falar em nossos parlamentos, que salvo raras e honrosas exceções, têm como integrantes pessoas descompromissadas com a sociedade, com o bem comum.
As eleições estão chegando. Os protagonistas até agora são os mesmos de sempre. Significa que nada deve mudar e que o país deve continuar como um paraíso de políticos corruptos e desonestos.
Mas é melhor voltar à lua e seu interessante diálogo com as rosas.  Tamanha beleza traz conforto e aconchego.  Lua, rosas perfumadas, noite de encantos, o som de um violão ao longe, tudo isso me faz ao menos por alguns instantes esquecer as mazelas do Brasil.
E embora tentem, ainda não conseguiram nos roubar a poesia. Que deve sempre prevalecer em nossos corações.